segunda-feira, 12 de abril de 2010

O MEGA HAIR E EU




Sábado meia-noite. Estava em casa sem nada pra fazer, no maior tédio. Cenário perfeito para se fazer as coisas mais absurdas e non sense. Dito e feito: resolvi que não queria mais cabelo comprido. Ou, para ser mais específica e direta: cansei do Mega hair.

Pesquisa básica na web pra saber como se faz pra soltar aquelas mechinhas grudadas com cola de queratina. Claro que existe uma técnica pra descolar aquilo e a profissional que colocou retiraria em dois minutos. Mas aí eu teria de esperar até 2a-feira, marcar horário e tal e eu queria acabar com aquilo já. Pesquisa aqui e lá e, bingo!, álcool substitui o tal produto específico.

O profissional usa também um alicate especial pra "quebrar" a queratina, mas a garota que indicou o álcool disse que serve qualquer tipo de alicate. Fui procurar um alicate de unha, mas lembrei q não sei nem tirar esmalte sozinha, imagine tirar cutículas? Então, pra evitar que eu fique cutucando a unha e acabe perdendo um dedo, prefiro não ter essas coisas em casa. Sou daquelas que consegue fazer misérias com uma singela pinça: cutuco um pelinho encravado, puxo a pele do dedão... Enfim, quanto menos objetos perigosos desses ao meu alcance, mais segura eu estou.

Bem, voltando ao assunto: tinha álcool mas não tinha alicate de unha. Porém, sempre há uma esperança e nem tudo estava perdido: moro sozinha e não gosto de depender do tiozinho da loja pra consertar as coisas. Tenho minha própria maleta dessas coisas que não sei usar, como martelo, prego e... ALICATE.
Não tinha algodão também. Eu devia ter enxergado a falta de tudo como um sinal divino, tipo “Aline, aqui quem fala é o Pai Todo Poderoso. Eu tudo posso e tudo vejo. E to vendo que você tá arrumando sarna pra se coçar. Vai dormir, filha”. Mas eu sou teimosa e nem dei confiança. Substituir virou o verbo da noite. Sei lá porque, tinha uma caixa de Carefree (digo "sei lá porque" porque eu não menstruo. Então não sei como aquilo foi aparecer na minha gaveta).
Pronto, álcool, alicate e carefree: arsenal improvisado somado à minha vontade... comecei com uma mecha e saiu fácil. Falei "beleza!". Fui passando álcool em cada uma das mechinhas de cabelo, bem na emenda da cola de queratina (o objetivo era amolecer a danada), depois com o alicate, dava uma apertada, para soltar um pedacinho dela e depois era só puxar a mecha inteira. Fácil,né?
Mas essa facilidade toda só rolou com 3 ou 4 mechas. As outras deram um trabalho desgraçado. Como tudo na vida, aquela foi uma prova de que quando você NÃO quer que uma coisa aconteça, ela acontece e se repete. Quando eu tava usando o mega hair, não era para nenhuma mecha cair, mas caíam várias, várias vezes por dia. Naquela hora que eu queria tirar tudo, foi um parto de camelo conseguir tirar umazinha que fosse.
Duas da manhã eu estava lá, firme e forte, xingando minha ideia de fazer isso sozinha (por que não esperei até 2a-feira?), mas aí já era tarde: tinha tirado uma quantidade considerável de cabelo e não dava pra sair por aí daquele jeito. Levantei, peguei uma cerveja, e continuei minha tiração de cabelo.

Às 4 da manhã eu xinguei todos os meus antepassados árabes, por terem me deixado de herança tanto cabelo. Tinha a impressão de estar enxugando gelo: não ia parar de fazer aquilo nunca mais na vida.
O sono me venceu e resolvi tomar banho. Comecei a rir quando me vi no espelho: havia algumas poucas (olhando parecia pouca, mas constatei no dia seguinte que eram ainda umas 1.500 ) mechas no alto da cabeça, mais do lado direito do que do esquerdo. Se não estivesse com tanto sono teria feito uma foto. Tomei um banhão, bem gostoso, usei muito xampu pra tirar o álcool do cabelo e fui dormir. A 2a parte da missão ficaria para o dia seguinte.
Acordei e vi que tinha um monte de recado de amigos, do tipo "vamos almoçar?", "vamos ao cinema à tarde?". Só porque eu não tinha a menor condição de sair de casa com o cabelo daquele jeito, todos os amigos, conhecidos, amigos de amigos, enfim, pessoas com quem nem mantenho contato direito, resolveram me convidar pra fazer alguma coisa. Recusei todos, afinal tenho uma fama a zelar. Imagine alguém me ver com aqueles cabelos espalhados no alto da cabeça? Deus me livre! Era praticamente como assinar meu atestado de insanidade, né? Fulano ia me olhar e pensar na hora "ela nunca me enganou". Eu tava com cara de maluca mesmo.
Meu arsenal para arrancamento de mega hair estava ao lado do sofá. Me posicionei novamente e dei continuidade àquela coisa louca que começara na véspera. Quanto menos mechas faltavam, mais elas pareciam estar coladas com cimento. Foram mais 3 horas aproximadamente de trabalho.

Eu já estava exausta, meus braços doíam muito. Decidi: vou cortar essas últimas. Peguei a tesoura e fui pra frente do espelho. Um raio de bom senso me atingiu e fez eu perceber que elas estavam bem na frente, em lugar muito visível. Qualquer loucura que eu fizesse ali seria difícil de esconder. Resolvi voltar para o álcool, carefree e alicate.
Quando tirei a última mecha de cabelo, quase chorei. De emoção e por ver como estavam minhas mãos; mais de 5 horas no álcool, elas estavam esbranquiçadas, dois dedos tinham bolhas por causa do alicate, e o esmalte estava borrado. Mas valeu a pena.

Que delícia lavar a cabeça sem aqueles nozinhos chatos do aplique. Que delícia usar pouco xampu e, principalmente, que alegria me olhar no espelho e me reconhecer. Porque aquele cabelão com que desfilei por aí nos últimos 6 meses não tinha nada a ver comigo.
Agora estou aqui, me olhando a cada 5 minutos no espelho, me achando linda. Já passei numa lojinha e comprei um 32 tipos de enfeites para o cabelo (tiara, grampinhos, faixas)...

Adoro meu curtinho. E se eu não fosse tão volúvel, até diria que nunca mais uso mega hair na vida.








domingo, 11 de abril de 2010

FIOS CURTOS, LONGOS ELOGIOS

Encontrei o texto abaixo no blog Rascunhando e ele diz praticamente tudo o que ouço nos últimos 5 anos, desde que adotei os cabelos curtinhos.
Sempre tive cabelos cheios e bem tratados. O sonho da maioria das mulheres, mas cabelão não faz meu tipo, não combina comigo. Quando cortei (e foi um curto radical, saca "Elis Regina"? Sem franjinha nem nada?) ouvi de muitas pessoas "nossa, você ficou linda", "olha, geralmente não gosto de mulher de cabelo curto, mas em você ficou ótimo", "cabelo curto é pra quem pode, né? E você pode, tem tudo a ver com você" e por aí vai.
Modéstia às favas, é preciso, sim, de um rosto bonito e, claro, estilo para não precisar de lindos fios longos para ficar bonita.

“Gosto de mulheres que ousam cortar os cabelos e usá-los curtíssimos. Não é por causa da nuca à mostra ou do colo insinuante. Quer dizer, isso conta sim, mas apenas as mulheres realmente belas podem cortar seus cabelos. Aquelas que insistem em nunca diminuir os longos fios na verdade utilizam as mechas para emoldurar uma beleza falsa em torno do rosto, criando nuances para uma delicadeza que talvez nunca tenha existido, camuflando orelhas de abano e expressões grotescas. Longos cabelos podem deleitar certos hom
ens, denotar uma feminilidade óbvia, criar entrelaçamentos entre dedos e aroma de xampu, mas apenas as damas que se atrevem a eliminar todo aquele nylon podem ser denominadas honestamente formosas, genuinamente dignas de exibir seus rostos nus e sua feição pura. Adoro mulheres que, em algum momento da vida ousam tosar os cabelos. Estas sim são belas de verdade.”
- Autor desconhecido -





MULHER É BICHO ESQUISITO

Dizem que mulher é um bicho complicado, que nada é suficiente para agradar e nunca está satisfeita com o corpo/cabelo/relacionamento. E é verdade. Mas muitas vezes uma coisinha boba, simples, faz a gente ficar bem.
Basta um corte diferente no cabelo e um mundo novo, lindo e colorido se descortina.
E como eu ando num período cheio de decisões novas para tomar, resolvi dar uma mudada (adivinhe!) no visual: cortei o cabelo.
Pronto. Agora tenho cabelos curtinhos, charmosérrimos e sou a pessoa mais bonita e feliz do mundo. Pelo menos nos próximos 15 minutos. Porque, sabe como é, mulher é bicho complicado.











quinta-feira, 1 de abril de 2010

ESTOU TÃO ULTRAPASSADA...



Não sou, em absoluto, puritana ou moralista. Mas tem hora que me assusto com algumas coisas, em especial no que se refere a sexo.

Repetindo: não sou puritana ou moralista. Assim como não sou hipócrita: adoro sexo! Acho a maior bobagem certos tabus e acho que se todos se permitissem viver sua sexualidade mais plenamente, haveria muito menos gente chata no mundo. Gente chata e infeliz.

Ah! Acho importante registrar que não me atreveria a escrever sobre este tema com freqüência, pois certamente, do jeito que sou faladeira, ia acabar falando sobre mim mesma e aí seria uma exposição danada. Aliás, é essa exposição que me intriga, que me assusta até.

Mas deixa eu começar do começo: visitava há pouco um site com uma listagem imensa de blogs e cliquei na opção "mais acessados". Dentre alguns bem interessantes, havia o de uma ex-garota de programa que virou escritora (!). Nadinha contra as putas: cada um faz o que quer/precisa/gosta pra sobreviver. Ela lançou 3 livros e dá palestras sobre o tema. Recentemente participou da Feira do Livro Peruana, em Lima, onde lançou o livro "CIEN SECRETOS DE UNA DAMA DE COMPANIA". E teve palestra também. O tema foi "Sexo sem fronteiras".

"Do que eu falei? Sobre sexo sem fronteiras, oras...rsrsrs

Sim, falei sobre o fato das pessoas experiênciarem o sexo de uma forma não limitada. Não digo de uma forma libertina, mas com certo liberalismo, quebrando os preceitos sem faltar com o respeito e com a segurança.

1 hora de palestra.

Mas a conversa iria longe: relacionamentos, sexo á três, bi sexualismo, homossexualismo, casas de swing, o que os homens querem, o que as mulheres desejam profissão do sexo, inversão de papéis, inúmeras dicas de sexo, enfim, haveria assunto para uma noite inteira, porque esse é um tema que todo mundo para para ouvir, muitas pessoas querem saber e sanar suas dúvidas.

O fato é que eu devo ter falado por cerca de 20 minutos sobre o que eu pensava do sexo na atualidade e de que forma podemos melhorar. (...)"

Para tudo! Deixa eu me recuperar do que li. Quer dizer que numa feira de livros, onde certamente havia vários escritores e palestrantes, 400 pessoas se amontoaram para ouvir dica de sexo? 400 pessoas se amontoaram para saber o que uma pessoa pensa sobre ser gay, sobre troca de casais e o que o parceiro quer? Ou eu sou muito realizada sexualmente ou então estou ultrapassadérrima neste assunto e preciso me reciclar.

É isso aí. Do jeito que fiquei espantada, acho que preciso me atualizar sobre o assunto. Vai ver aquele negócio lá de homem + mulher + tesão está fora de moda. Vai ver que aquilo que eu penso que é prazer é o maior tédio pro meu parceiro. E ele não fala pra mim pra não me magoar. Aliás, vai ver que ele ta torcendo pra eu ler o livro dessa moça e saber o que os homens querem. Será que ele já ta sabendo o que as mulheres desejam mas continua fazendo comigo aquelas coisinhas antigas? Sei lá, ele pode se sentir constrangido por perceber que sou tão medieval na cama.

Outro pedacinho do post da escritora- que- era- puta-agora-é-palestrante:

"(...) Mas o sucesso da palestra não se dá por mim, mas pelo público. Não só eu contava histórias e dava opinião, mas todos que estivessem dispostos a participar. Havia um micro fone disponível para quem quisesse interagir. O que mais foi questionado pelos homens foi a ereção. Imagiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiiina se não ia ser isso, não? E eles foram os que mais participaram. (...)"

Você teve a mesma curiosidade que eu? Também ficou imaginando que tipo de perguntas os caras faziam sobre ereção? Vem cá, será que os carinhas por aí não sabem quando o pau ta duro? Ou será que inventaram algum outro tipo de ereção e a dinossaura aqui não ta sabendo? Vou mudar de tópico, porque posso acabar passando atestado de desinformada do ano.

"(...) As mulheres queriam saber porque eram traídas, o que fazer para melhorar a sexualidade quando não se tem um corpo segundo "as regras sociais", e também , é claro: "Los trucos, conte los trucos Vanessa."

Será que eu to errada quando penso que não existe um único motivo pra traição? Será que eu to viajando quando penso que cada casal tem suas particularidades e que não existe regra única para um relacionamento duradouro e fiel?

Vou dar um pulinho ali na Saraiva pra ver se consigo comprar esse livro. Sou fashion, né? Pega mal continuar achando que sexo é instintivo e espontâneo.



segunda-feira, 22 de março de 2010

BLOGUEIRA INDECISA PERGUNTA

Em Outubro passado um infeliz de um cabelereiro detonou meu cabelo (errou a mão na química e me cabelo quase caiu). Para disfarçar a "tragédia capilar", coloquei mega hair e consegui me olhar no espelho sem cair no choro.
Agora, 5 meses depois, o cabelo cresceu forte e saudável. E aí, como mulher é bicho esquisito e indeciso, estou na maior dúvida: mantenho o mega ou assumo o corte "joãozinho"? Cartas para a redação rs rs rs

domingo, 21 de março de 2010

VOCÊ NAS PÁGINAS DA REVISTA NOVA. E DAÍ?

A revista NOVA vai preparar a 2a. edição do projeto NOVA Mulher Brasileira, que trará reportagens com as leitoras do Brasil. Uma das chamadas para participar é "Veja como se inscrever e aparecer". Aí eu me perguntei o motivo de aparecer numa revista entrevistando o "gato do mês" ou indicando "o trecho erótico do livro que você amou". Tem gosto pra tudo, né? Mas não consigo não me intrigar com essas aspirações.
Vale lembrar que na edição do passado havia um texto bem legal de uma amiga minha, sobre um assunto interessante e (melhor de tudo) com argumentos inteligentes e relevantes (não entendo porque não disponibilizaram on line).
Voltando. Para participar da seleção é preciso responder à pergunta "POR QUE SOU UMA LEGÍTIMA MULHER DE NOVA?". E eu respondi. Com a sinceridade de sempre, claro.
"Eu não sou uma mulher de NOVA.
Sim, isto é uma declaração e, de certa forma, um protesto.
Eu não sou, nem desejo ser, uma mulher de NOVA porque não quero ser tão atraente a ponto de atrair todos os olhares masculinos. Também não quero parecer uma boneca de plástico siliconada e "botocada", que é o padrão de beleza que vocês querem vender para as leitoras.É cansativo demais ser uma mulher de "NOVA", por isso quero ser MULHER. Com todos os meus encantos e paradoxos.
Quero o direito de usar short sem me envergonhar da celulite ou de minhas pernas eternamente brancas, não importa o que verão que esteja aqui no Rio. Quero a liberdade de não precisar ser uma Deusa do Sexo e, de vez em quando, só dormir abraçada com ele. Quero admitir que tenho inseguranças e certezas volúveis. Não me apetece ser a mulher padronizada, quase irreal, pregada por vocês e suas matérias, porque isso é o que faz aquele cachorro que corre atrás dó próprio rabo. Isso é insano.
Quando houver uma seleção buscando mulheres fora do padrão de beleza imposto pela mídia, muito provavelmente mando um texto bem bacana para me apresentar. Porque inteligente e gente boa eu sou. Mulher de NOVA, nunca."

PRA GALERA DE SAMPA: GORDA

Os Blogs Beleza sem Tamanho, Coisas de Gordinha, Poderosas Gordinhas, Gordinhas lindas e Mulherão querem convidar as suas leitoras paulistanas para uma “excursão” para assistir a peça GORDA, com Fabiana Karla.

Se você quer participar desta caravana que acontecerá dia 10 de abril, no teatro Procópio Ferreira, envie um e-mail para amigasdagorda@gmail.com.

Acesse o twitter: http://twitter.com/amigasdagorda

Vamos encher a peça de amigas.

ENCONTRO DE LEITORAS


Ano passado a Ana, do Hoje Vou assim off, organizou um bazar cheio de roupas e acessório lindos e sem sair da proposta do blog: preços acessíveis.
O evento foi um sucesso e de lá pra cá, o blog vem apresentando surpresas deliciosas. A próxima vai ser o "Encontrinho das leitoras". E eu estou mega feliz pois fui sorteada para participar.
Semana que vem, dia 27, vai ser um dia de muita conversa, dicas de modas e confraternização entre mulheres que se amarram em moda.

quinta-feira, 18 de março de 2010

BLOGUEIRA ORGULHOSA AVISA

Tem texto meu no MULHERÃO , aquele blog feito para pessoas que têm o coração e alma tamanho GG.

quarta-feira, 17 de março de 2010

ST PATRICK'S DAY








Hoje é dia de "St Patrick", padroeiro da Irlanda e lá rolam diversas comemorações. Em Dublin há um desfile parecido com o Carnaval e há festas pela noite toda. Mas isso deve ser só mais uma desculpa, porque em Dublin todas as noites tem festas nos pubs.

St Patrick foi um missionário encarregado de converter os Irlandeses ao Cristianismo no século 4º depois de Cristo. É considerado o fundador da Igreja Católica por lá. As pessoas vestem-se de verde e pintam trevos na cara, porque o trevo é o símbolo da Irlanda; St Patrick usava-o como uma metáfora para explicar o conceito da Trindade (Pai, Filho e Espírito Santo).

Eu, particularmente, acho bem estranho aqui no Brasil ter tanta gente comemorando esta data. Aqui mesmo no shopping onde trabalho tem umas 20 pessoas bebendo (argh!) Guinness, a cerveja mega tradicional da Irlanda.

Pra não ficar de fora (adoro modismos, já perceberam?) também vou fazer uma homenagem, à minha maneira, claro. Publicando umas fotinhos de quando estive na terra do U2. Porque honestamente, tem de ser muito corajoso para encarar uma Guinness numa noite de frio como a de hoje.



OLÁ

Cheguei agora do almoço. Fui dar um rolé e pegar um ar fresco porque aqui tá rolando um clima que Deus me livre! Meu chefe tá num mau humor da porra. minha secretária ta num mau humor da porra, até o tiozinho do elevador tá num mau humor da porra. E olha que quem tá sem notícias do namorado há 3 dias, hein? Que galera difícil de ficar feliz.

E se fosse só o sumiço do gato, beleza. Mas olha a lista: muito trabalho, série nova na musculação e com o cartão do banco bloqueado por ter errado a senha (3 tentativas sem sucesso. Sou lerda?). Com tudo isso me acontecendo eu é que devia estar mordendo, nao acha? Mas tô de boa.

Comprei pela internet os ovos de páscoa das sobrinhas,da irmã, do meu afilhado,da mammy e da minha Dinda. Como eu ia saber que as americanas.com seriam tão eficientes e me mandariam no dia seguinte o pedido? Resultado: ontem cheguei da academia com fome de leão e aquela caixa imensa lá com chocolates... o mais provável aconteceu: comi um ovo inteiro. Diamante Negro com Laka. Essa galera não sabe mais o que inventar pra engordar a gente.

Mengão joga hoje. Tô tranquila porque aquele ditado, dizem, é bem sábio e quase não falha: feliz no jogo... sabe o resto,ne? Como eu não tô pegando nem gripe suína, capaz de o placar ser que nem futebol society: uns 17 x 0 pro Mais Querido.

Ontem tomei coragem e perguntei pra minha personal o nome do carinha a quem tenho prestado tanta atenção nesses últimos dias. A vaca não sabe. Só matando,ne?

Quando eu tava indo embora, ele tava perto da saída e resolvi dar uma olhada pro crachá do zé mané. Acho q ele se chama James Bond, porque só deu pra eu ver o número: 007. Como não tenho coragem nem de olhar pro cidadão continuo achando q sou invisível a ele.

Melhor desencanar ,ne? Quando é que um personal vai olhar pra minha cara num lugar que tem um monte de bunda pra ele olhar?

Vou nessa. Se souber notícias daquele ingrato que se dizia meu namorado, deixa um recado.

sábado, 13 de março de 2010

Quando é hora de partir.

Querido,

no seu aniversário (o dia, segundo dizem, mais importante do ano, dentre todos os outros) lembrei de um poema que só podia mesmo ter sido escrito pelo mestre Fernando Pessoa. Estudei este poema em 2004, um ano muito difícil e importante na minha vida: completei 30 anos, rompi um relacionamento de muitos anos, tive de reaprender a viver sozinha, me reaproximar de mim mesma e conhecer quem eu era àquela altura.
No meio desse turbilhão todo, num belo dia, lá me vem o Professor com este poema, numa aulda de Literatura Portuguesa.
Eu, perdida em meio a tantos questionamentos, evitando entrar em contato com minhas emoções mais profundas e cheia de obstáculos a superar, tive a impressão de que o mundo parou. Naquele momento tudo o mais deixou de existir: éramos somente o poema e eu.
Desejei de coração que um dia eu tivesse de fato uma pessoa querida, a quem eu pudesse dizer "Quero ser teu amigo", sendo que "amigo" tem mil significados. Ainda mais vindo de Pessoa.
Eu tenho alguns poucos e lindos amigos. Mas sabia que havia outros poemas para eles. Este aqui haveria de ficar guardado para um amigo diferente.
Você foi esse "amigo". Percebi isso em nosso 1o. beijo, quando meu coração bateu de um jeito diferente, como havia muito não batia.
Foi muito importante conhecer você. O motivo principal foi perceber que ainda sou capaz de sentir mais do que um tesão de meia hora por um cara. Também percebi que meu coração não estava tão endurecido quanto pensei estar. Ainda sabia querer bem, amar.
Se eu te contasse tudo o que mudou em mim, você não acreditaria. Acharia exagero, até.
Queridão, Gatinho, você tem tantos nomes quantos mistérios pra mim. E eu desejei não ser nem de mais de nem de menos em sua vida. Te quis na medida certinha dentro da minha. Abri devagarinho (e continuamente) as janelas do meu coração, da maneira mais discreta que soube. Se tirei sua liberdade, acredite, foi sem querer. E também nunca quis te sufocar. Consegui ser assim, discreta?
Te quis perto, mas não tanto a ponto de descobrir seus segredos, seus defeitos. Quis você na minha vida do jeitinho que o poeta fala: nem ausente, nem presente demais. Você sempre trouxe para mim, calmamente, paz. Tentei ser pra você isso também. Tomara que eu tenha dito as palavras mais acertadas quando precisou, para compensar as vezes que falei demais.
Ah, como eu queria ter enchido seu rosto e tua memória de lembranças minhas. Não ouso perguntar se elas haverão de existir.
Nossas distâncias sempre estiveram esclarecidas: você as deixou claras para mim e eu não fiz questão de esconder o tanto que sempre te quis.
Quando vi, você já era parte da minha vida. Eu já tinha uma cumplicidade bonita com você, até colo eu consegui pedir. Talvez a parte mais difícil agora seja perceber no dia-a-dia que não tenho mais isso.
Quis tanto cuidar de você nos seus momentos chatos. Vibrei com suas vitórias. E vivia admirando sua busca determinada pela felicidade.
Como pode ver, o que senti por você tem um nome. Nome conhecido e, por vezes, banalizado.
Tem sido estranho perceber que as tais distâncias aumentaram. Te chamei algumas vezes para nos vermos, você não tava a fim. Tentei não ser chata, mas sinceramente, é estranho eu saber que vai passar um filme legal no cinema e não vamos juntos.
Desculpe minhas inconveniências: eram tentativas de nos reaproximar. Tomara que não tenha sido a chata. Daqui por diante, mesmo sendo difícil, não vou te solicitar quando precisar: já não há laços.
Nossas vidas estiveram "entrelaçadas" por um espaço gostoso de tempo, mas se você não tem mais a mesma vontade que eu, preciso fazer como fazem as damas: me retirar. Dizem que as mulheres elegantes fazem isso: sabem a hora exata de se retirar.
Aqui vou eu, num esforço imenso, sair de sua vida, tirar você de mim.
Vou esquecer das Luas, das flores amarelas e dos "bom dias, Lindinha". Não vai ser fácil. Nunca é. Mas é o que deve ser feito.

POEMA DO AMIGO APRENDIZ
(FERNANDO PESSOA)

Quero ser o teu amigo.
Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.

Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.

Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias.

terça-feira, 9 de março de 2010

GORDINHA E FELIZ.




Vamos combinar que uma gordinha de bem com seu corpo é a prova cabal de que ali, no meio de tantos quilos, mora uma mulher inteligente de verdade?

Quando eu crescer quero ser assim: uma gordinha feliz com meu corpo. Afinal, é através dele que eu sinto aquela coisa maravilhosa chamada prazer, não é?
UM DIA EU CHEGO LÁ!

sábado, 6 de março de 2010

O MUNDO ANDA TÃO COMPLICADO

Tem uma canção da Legião Urbana que eu amo . Bem, eu amo quase todas as canções da Legião, mas essa, e toca de uma maneira diferente e tem muito a ver com o que tenho sentido ultimamente. O trecho que eu adoro é esse:
"(...) Vem cá, meu bem, que é bom lhe ver
O mundo anda tão complicado (...)"

Eu acho que o mundo anda mesmo muito complicado. E nem tô falando sobre crise econômica, sobe e desce do dólar ou corrupção na politica. Tô falando é da quantidade de compromissos a cumprir, de regras a seguir, de moldes a se encaixar...
Não se pode fumar porque faz mal à saúde; não se pode comer muito porque engorda; não se pode ser gorda porque é feio; não se pode ficar sem malhar um tempo porque é coisa de preguiçoso. É tanto "não pode" que me irrita. É complicado ser feliz irritado.
Essa foi a lista resumidade do que não podemos fazer. Mas ainda tem muita coisa que complica o mundo. Tem o login e a senha do site do banco, a contrassenha do caixa eletrônico, o sistema que vive fora do ar. E como se já não fosse chato o bastante esse monte de coisa, ainda tem as regras de comportamento: já ligou pra sua avó esta semana? Deu um presente legal pra sua mãe semana passada? E pro seu afilhado, tem dado atenção suficiente? Já perdoou sua amiga que não te convidou praquele show maravilhoso, mesmo sabendo que você ia passar a noite de sábado vendo TV?
Se o relacionamento for amoroso, aí é que o bicho pega mais ainda. Já percebeu na quantidade de conselhos que recebemos de amigos muito bem intencionados? Mas já percebeu também como tudo isso só complica uma história que a gente nem sabe se vai durar? Não pode ligar todo dia pro cara, senão ele saca que você tá super a fim e te esnoba. Também não pode ficar muitos dias sem dar notícias, senão ele te acha uma esnobe de primeiríssima e aí só Deus sabe o que o sujeito vai fazer. Não dá pra dizer pra ele que você não gosta dos recados que uma amiga dele deixa no orkut. Se você fizer isso, ele vai se sentir aprisionado, pressionado e vai dizer que precisa de um tempo. Pode dormir junto, gozar junto e dizer que ele é muito gostoso, só não pode deixar uma muda de roupas lá na casa dele, porque ele vai pensar que você tá invandindo a área dele. Tentando seguir todos esses conselhos, nem temos tempo de pensar sobre o sentimento pelo cara. Complicado, né?
O quesito "aparência" é também complicadíssimo. Para numa banca de revistas e dá uma olhada: é só revista dizendo que tal dieta vai te emagrecer 5 kg em meia hora, produto pra te deixar durinha, não sei o quê pra rejuvenecer o rosto, segredinho pra ter cabelo lindo, mais dieta que promete te emagrecer sem esforço. Sem contar nos bronzeamentos artificiais (porque ser branquela num país tropical é pecado, né?). As revistas praticamente falam: SE VOCÊ NÃO FOR MAGRA, JOVEM E GOSTOSO VOCÊ É UMA INFELIZ! Aí, quem tem uma criação particular de celulites, não pega uma corzinha nem com muito sol no quengo e tá com 3 quilinhos acima do peso (hei! essa aí sou eu !) pensa: Vou me trancar em casa, nunca mais ninguém me vê pelada. Complicado tudo isso,né? E o que me dá mais raiva é que essa porra dessa encanação com o corpo me persegue. Me dá uma raiva me deixar levar por isso... Fica tudo mais complicado quando você cisma que tá sempre gorda.
Será que alguém consegue ser feliz de verdade vivendo nessa roda-viva que são essas regras, esses roteiros, essa ditadura, enfim? Será que só eu tô cansada de tanto "pode-não pode"?
Complicado esse lance de viver, né?

segunda-feira, 1 de março de 2010

Fiz porque eu quis. Eu e minhas tattoos








Tenho algumas tattoos e ando pensando em fazer outra. Ainda não tenho a menor ideia do que será mas quando cismo em fazer alguma coisa, pode apostar: eu faço.

É a 1a vez que falo sobre essa vontade de me tatuar mais uma vez e o motivo é muito simples: todos dão palpite.

Por coincidência a Cris Guerra, do Hoje Vou Assim, publicou um post sobre tattoos. Transcrevo aqui na íntegra:

16 ou 17 coisas que você precisa saber sobre uma pessoa tatuada.

1. Não, ela não quer falar sobre isso.
2. Sim, ela teve coragem. Ao contrário de você, que está pensando em fazer uma tatuagem há 14 anos.
3. Não, ela não se arrependeu.

4. Ela é tatuada, não tatuadora. E não quer dar a você todas as dicas de como, onde, quando e que desenho tatuar.

5. Cuidado com perguntas do tipo “Você trabalha com tatuagem?” se não quiser ouvir respostas do tipo “Sim, eu não tiro a tatuagem para trabalhar”.

6. A não ser que pinte um clima, não saia botando a mão.

7. Não, ela não é um outdoor, nem um pássaro, nem um avião. Pessoas tatuadas não gostam de ser assistidas como se fossem um filme. Nem de ser observadas e avaliadas como num programa de calouros. Evite dar voltas em volta dela, olhando de cima a baixo.

8. Pode parecer estranho, mas, não, ela não quer chamar atenção. Pode parecer ainda mais estranho, mas as tatuagens são desenhos dela para si mesma, não para os outros. E têm muito mais a ver com o que ela quer dizer para si mesma do que para o mundo.

9. Perguntas do tipo “E essa aqui, o que significa?” . Gostaria de ouvir perguntas do tipo “O que significa o seu cabelo chanel?”

10. Proibido fotografar, filmar, tocar ou comer no recinto.

11. Não, ela não quer pensar em um desenho para você tatuar.

12. Sim, ela respeita se você achar ridículo. Mas nem tudo precisa ser dito. Ou ela será obrigada a opinar sobre o seu enorme brinco de pena.

13. Doeu, sim. Mas o que dói mesmo é esse seu olhar de turista.

14. Sim, ela já sabe que você é louco pra fazer uma, mas nunca teve coragem. A pergunta é: “E daí?”

15. Não, ela não tem tatuagem onde você está imaginando.

16. Sim, ela trabalha num lugar muito democrático. Ou usa terno e gravata.




domingo, 28 de fevereiro de 2010

BELEZAS E NEURAS

E você, vai aprender a se amar do jeito que é ou vai continuar insistindo numa beleza que nem é tão bela assim?

TUDO ISSO É PARATI

Feliz aniversário, meu refúgio eterno



.

A BELA ADORMECIDA/ Jose Kleber*

Quando a sonhar me vejo na cidade
A bela adormecida ao pé do mar
E bebo a tarde e sinto a madrugada
E a noite de permeio é só luar.
É sol e mar, é praia e serenata
São pedras ladrilhando a minha rua
O mar passeia solitário na calçada
Espelhando a lua cheia
nos beirais e nas sacadas!
Vida! Como é boa para a gente viver
Amo! Como é bom a gente amar aqui
Na praça, no cais, na praia...
Tudo isso é Paraty É Paraty, é Paraty

* Zé Kléber , poeta, ator e paratiense ilustre

Parati


Hoje é aniversário da minha cidade amada. Homenageio meu cantinho sagrado com uma linda poesia do querido Zilco.



Parati
onde não nasci.
Parati de anos
quantos? tantos...
Parati com seus encantos

Parati
onde não nasci
Parati
das velhas igrejas desertas
do velho relógio caduco
tocando nas horas certas

Dos mangues, tão perto
onde nunca peguei caranguejos
das matas, das serras distantes
onde nunca peguei passarinho.

Parati
vila donzela
tão bela,toda flores, passarinhos.
Das crianças morenas de sol
loiras de tanto ar
beija-flores a andar.

Parati
dos jovens de nomes bíblicos
a jogar futebol, a cantar ao violão
a pescar a semana inteira
a namorar as doces meninas
quais morenas ondinas.

Parati
da eterna maré, misteriosa
toda recantos, silenciosa
como velha irmã solteirona
ou uma antiga sinhá dona

Parati
cidade amante, caprichosa
sem vizinhos,e, no entanto, dadivosa:
- a quem amas, tudo dás.
Pois tens a dádiva no nome
E o teu nome eu vi:
teu nome é Parati

Reino misterioso de yemanjá
minha rainha plebeia
minha plebeia rainha
meu último Shangrilá

Parati, Parati...
eu quisera ser teu menino,
menino que nunca fui
só para poder dizer
"d´onde você vem menino?'"
"eu venho de parati."

Zilco Ribeiro foi um grande poeta e produtor cultural e um amigo fenomenal.



sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Dieta de você



Eu gosto de você porque seus ombros largos me dão aquele abraço que me protege dos meus medos. Eu gosto de deitar abraçada com você, mesmo que sua perna fique em cima dos meus quadris e às vezes fique meio desconfortável. Você é um espaçoso e eu fico espremida na cama imensa, que só é menor do que a preguiça que eu sinto de fazer amor com você de manhã cedo, antes do trabalho. Mas eu faço, assim como faço esforço pra não te acordar de madrugada e dizer que você é a coisa mais linda do mundo dormindo.
Eu gosto de você e de sua ânsia por ser feliz, animado de um jeito até absurdo, com pressa de fazer o que não fez nos últimos 10 anos. Eu gosto de ver você insaciável pelas coisas que quase não cabem no seu tempo livre.
Eu gosto de você porque você escolheu não ser mais um executivo cujos sonhos ficaram na gaveta da empresa. Eu gosto de você porque nunca pegou no meu pé e nem perguntou porque às vezes sou tão triste, tão medrosa. Você não me faz pensar em como eu sou. E isso é motivo suficiente pra eu gostar ainda mais de você.
Mas eu estou de dieta de você. Pra eu ficar em forma de novo, eu não posso provar nem um pedacinho de você.
Faz tanto tempo que não respeito dietas, mas a dieta de você eu estou seguindo à risca: não posso comer nem um pouquinho. Porque eu não sei provar só um pouquinho de nada: eu sou gulosa e sempre comia três pedaços das pizzas que a gente pedia quando via filme juntos. Era sempre eu quem comia mais bombons, e uma caixa não chegava até o final do DVD. Eu sou gulosa e não sei comer só um pouquinho. Por isso eu não posso dar bobeira: estou de dieta de você e pronto.
Os médicos dizem que a vontade de doce diminui com o tempo e eu quero acreditar nisso como a verdade maior do mundo. Só que você não era meu doce. Nem doce você era. Você é minha vontade de toda hora. E eu me fartava de você, sorvia até o último gole de você. A vontade saciava por uns dias, mas no meio de uma tarde qualquer lá vinha ela. E não adiantava lanchinho entre as refeições: eu tinha fome de você. Anos viciada em Coca Light, viciei em você também.
Agora, como a gorda dali da esquina, que se apaixonou e quer ficar bonita pro novo amor, eu sigo firme na minha dieta de você. Nem um pedacinho de você eu posso provar.
E você, orgulhoso de mim, deve estar feliz por ser tão determinada. Não porque essa dieta vai me deixar mais bonita ou saudável. E sim porque desse jeito, não te encho mais o saco.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

VIDA QUE VALE A PENA

Ela estava quase irreconhecível: refeiçãozinha leve e saudável, nunca mais do que 4 horas sem comer. E o resultado estava lá: afinou um pouquinho aqui, outro tanto ali.
Ela sempre foi meio preguiçosa, mas estava numa disciplina do cacete desta vez: corrida 3 vezes por semana e personal às 3as e 5as.  Até abdominal ela fazia.Valeu a pena: ganhou umas pernas bacanas e um bumbum durinho.
Aí um dia, reparei que ela estava muito, muito diferente. A gente quase não tinha mais nada a ver: eu na fissura por um chopp e ela ia de Coca Zero. Dia de Luluzinha´s é véspera de ressaca de vinho, claro, todo mundo sabe disso. Mas nem com as Lulus ela saía da dieta: Coca Zero e queijo branco.
A recompensa dela era exatamente proporcional à minha inveja: até biquine branco a danada já usava. Qualquer mulher que compra um biquíne branco sabe que está com a cor linda, com a barriga lisinha e que vai ter dificuldade em ir à praia com as outras amigas. Eu, por exemplo, sou uma que me recuso a ir à praia com uma amiga de biquine branco.
Eu, quando decido perder 5 kg, perco. Aí depois volto pra orgia alimentar que eu adoro. Mas ela, não. Malhava até aos sábados.
Um dia me assustei porque fazia mais de 1 mês que não a via lendo nenhum livro legal. A malhação tirou dela até o tempo pra leitura. E, cá entre nós, acho que viver a base de alface e queijo branco tira a concentração de qualquer mortal.
Ela, que sempre foi meio intelectual, que tinha uma estante de livros tão variada, ficou meio tapada, sabe? Sabia quais os melhores exercícios para o bíceps, para o tórax e até aprendeu a fazer abdominal invertido (gente, isso existe mesmo?). Acho que nunca mais leu jornal, estava lendo só aquelas revistas de dieta e exercícios. Revistas feitas pra deprimir a gente, que é normal, sabe? Ela só lia aqueles trecos.
Aí um dia ela lesionou a perna esquerda. Teve de ficar de repouso por 5 dias. E finalmente nos encontramos, e encontrei um jeito legal de saber com ela o que realmente estava rolando. Fui devagar, com jeitinho e perguntei: você está feliz com essa vida que te isola dos amigos, que te impede até de sair pra jantar com um cara só pra não sair da dieta? Está feliz por puxar tanto ferro a ponto de machucar uma perna? Se você estiver 100% feliz, ok, vai em frente, mas vou te falar: você tá uma chata de galocha. Chata de galocha marombeira e sarada, mas mesmo assim chata de galocha.
Pensei bem e vi que não, eu não estava feliz. E que aquela vida estava me distanciando de mim mesma, da minha essência. Aquela malhadora não era a "boa e velha" EU. Aquela era outra pessoa.
Ufa! Que bom que deu tempo de aproveitar o resto do verão, porque como fez calor este ano, cara.
Tomei vários chopps nos dias quentes, dei um tempo nos exercícios e acabei de comer dois brigadeiros que estavam uma loucura de gostosos. A vida está valendo mais a pena.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

EU E OS OUTROS

O fabuloso blog MULHERÃO publicou um texto meu, aquele com o bilhete do ex (eita bilhetinho pra fazer sucesso!).
Várias leitoras fizeram elogios e comentários. Algumas falaram do quanto gostariam de receber um bilhete igual, outras disseram que já até receberam elogios de seus parceiros mas acham que não é verdade. Eu também achei que foi um exagero tudo o que ele falou. Ah,mulheres...
Lendo tudo o que as meninas escreveram, duas coisas me chamaram a atenção: a primeira foi ver como todas nós temos os mesmos dilemas, as mesmas dúvidas ("eu sou bonita?","o que você vê em mim?","você me ama mesmo eu sendo gorda?"). Mulher é, definitivamente, tudo igual.
A outra foi perceber a necessidade de ter um olhar aprovador do outro.
Por que a gente é assim?Por que eu preciso tanto da aprovação do outro pra me gostar? De onde vem essa necessidade absurda de ser aceita (principalmente esteticamente) por alguém para, só então, eu me gostar? Que carência é essa que se faz maior do que eu mesma?
Racionalmente tenho mil argumentos para eu gostar de mim antes de qualquer outra pessoa, mas por que é tão difícil colocar isso em prática?
Alguma coisa está muito errada quando preciso ouvir de alguém que sou bonita. Quem, mais do que eu, sabe o quanto já venci obstáculos, já fiz coisas consideradas impossíveis? Por mais que divida com meus amigos as minhas vitórias, só eu sei quantos leões precisei matar para estar aqui, viva e feliz.
Quantas armadilhas eu teria evitado se prestasse mais atenção em mim.Quantas gargalhadas sonoras eu teria dado se não me importasse tanto com o que pensam de mim.
Foi bom enxergar isso. Agora vem o próximo passo: escrever eu mesma uma carta de amor a mim.

domingo, 21 de fevereiro de 2010

MULHERÃO

Recentemente descobri um blog muito legal, o MULHERÃO, feito por uma galera que merece ganhar o Nobel da Paz. É que lá a gente que é gordinha ou tem uma beleza fora dos padrões óbvios aprende a ficar em paz com a gente mesma.

Hoje fiquei super orgulhosa pois um texto meu foi publicado lá. É muito satisfatório ver um trabalho meu num espaço tão democrático e alto astral.

Aliás, pra quem mora em São Paulo ou arredores, vai uma dica: um Dia de Modelo realizado por elas, nos dias 27 de fevereiro e 6 de março.

O evento acontecerá na Vila Madalena, zona oeste da cidade. As participantes terão direito a ensaio fotoráfico, CD-Book com 30 fotos, cabelo, maquiagem, empréstimo de roupa e produção.

Uma excelente oportunidade para quem deseja se descobrir como modelo ou apenas fazer bonitas para seu arquivo pessoal.

Para mais informações clique aqui.

Por quê?


Por que a gente esquece tão rápido um elogio e fica dias se consumindo por uma crítica?

Em menos de 1 semana, ouvi de 2 amigos que estou com o corpo bonito. Bem, não foram exatamente essas as palavras. Sabe como é... homem não costuma usar eufemismos,né? O que ele falaram foi mais ou menos "você está gostosa pra caramba, Aline!"Agradeci mas mandei-o tirar o olho. Do decote, principalmente.

Aí, uma outra espécie do sexo masculino mandou na lata: te acheio meio fofinha.

Porra! Se fosse um elogio ele terminaria a frase,né? "tô te achando meio fofinha mas ainda tá boa". E vamos combinar que há palavras que JAMAIS podem ser atribuídas a uma mulher.

Na hora fiquei pau da vida. Minha vontade era ir pra casa me afundar no edredom pra ninguém nunca mais me ver, gorda que sou.
Mas peraí? Eu não sou gorda!


Mesmo assim, fiquei puta da vida. Mas putidão não move o mundo e nem me faria mais feliz.
Então, fui fazer o que ja´estava na programação : corridinha. 5 km, só pra ajudar a perna a ficar mais durinha, pra dar uma suada boa, receber muita endorfina na mente. E evitar um assassinato.
E quer saber? Não sou magra mesmo,não. Também não vou dar uma de ''analisada'' aqui e dizer que sou feliz com meu corpo, mas sou bonita, sim. Acima de tudo, sou gente boa pra caramba e inteligente. E isso é bem mais lisonjeador do que ser só gostosa.
Entre ser mulher-melancia, mulher-jaca ou outras bizarrices do gênero, me contento em ser Mulher. Sacou?
O quê? Hoje em dia tem de ser "mulher-alguma-coisa"?, ok, sou Mulher-Edredon: macia, quentinha e irresistível.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

QUAL A GRAÇA?

Dias desses encontrei um blog que é praticamente a cópia deste aqui. Vários textos são quase uma cópia dos meus.
Talvez devesse me sentir orgulhosa por saber que tem alguém que curte tanto o que escrevo a ponto de copiar parágrafos inteiros. Mas não, não vejo como uma "homenagem". Apenas pergunto: qual a graça de fingir que um texto é seu?
Uma das motivações que me levaram a manter este espacinho é que vira e mexe recebo comentários do tipo "Aline, você escreveu exatamente o que eu sempre tive vontade" ou "Menina, você colocou em palavras todos os meus conflitos". Isso significa que os assuntos, dilemas e paranoias não são exclusividades minhas. Ao contrário: escrevo sobre minhas experiências e impressões que são também a de muitas mulheres.
Escrever é tarefa solitária e por vezes sofrida. É preciso confrontar monstros internos, relembrar assuntos que pareciam esquecidos mas que ainda assombram. Porém, com o uso da criatividade é possível encontrar algo gostoso: falar de uma maneira diferente sobre assuntos tão batidos, tão frequentes. Usando criatividade e, claro,bom humor.
Ser escritora é dolorido, pois exige entrega, exposição e confrontos. Qual a graça de ser uma mera copiadora de textos alheios?

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Ainda não sei o que vou ser quando crescer



Fiz aniversário há pouco tempo e ainda não me acostumei com minha nova idade.

O que tem me incomodado é que não me vejo dentro desses tantos anos. Sou fútil, ingênua, tenho umas bobagens que não cabem em mulheres da minha idade. Já sobrevivi a situações que muita gente mais velha teria tombado.

O fato é que daqui a pouco vai ser meu aniverário de novo e não estou preparada. Ando pensando em mentir a idade. O problema é que sei que vou dar risada na hora. Tá vendo? Todas as mulheres fazem isso algum dia na vida e acham normal. Eu não, eu dou risada e conto a verdade. Tá vendo? Qual a vantagem de ficar mais velha se não fico madura?

Ta aí uma coisa que eu queria pra caramba: ficar madura. Como se consegue isso? Força de vontade? Pensamento positivo? Mentalização? E se eu ler "O Segredo"? Dizem que faz milagres. Bem que eu podia me submeter a isso, afinal, já li Benjamim, Machado, Clarice Lispector e não amadureci meio centímetro.

Quem sabe eu devesse conviver com as amigas da minha idade e absorver o jeito delas? Ai, mas eu acho um saco ouvir sobre qual a melhor escola pro filho, ou sobre como é difícil conciliar marido, filhos, encontrar uma boa empregada e decidir o que fazer para o jantar. Outro dia minha amiga disse que ficou 4 horas no supermercado, fazendo a compra do mês. Não dormi direito aquela noite: me imaginei no lugar dela e depois arrumando toda aquela compra (foram 4 carrinhos) da dispensa, na geladeira... Socorro! É isso ter "trinta e uns anos"? Acho que sim, pois outras amigas falam coisas parecidas.

Ou então fazer o contrário e só ter amigas que tenham uma vida mais parecida com a minha: já casou, não teve filhos, mora sozinha. Mas sabe o que desanima? É o jeito meio amargo delas. Conheço duas ou três que só sabem falar mal dos homens, dizer que se sentem sozinhas e que já perderam a esperança de serem felizes. Ficar amarga não resolve e nem faz bem pra pele.

Não tenho muito talento pra ser feliz 24 horas por dia, mas, apesar dessa minha alma melancólica, adoro acreditar que ainda vou ser muito mais feliz do que já sou. Adoro o fato de já ter me apaixonado perdidamente incontáveis vezes, de já quase ter morrido de amor. E peço a Deus com todas as minhas forças que isso me aconteça muitas outras vezes.

Quando penso em aniversários e idades um pensamento quase compulsivo me assombra e fala ao meu ouvido: “Defina-se, Aline. Quem é você, afinal?”.

E é aí que começa a fodição: eu tenho que me definir, me enturmar, me reconhecer num grupo. Mas como, se não me encaixo em grupo nenhum? Porra! Eu nunca tive grupinhos de amigos. Sou desenturmada desde o berçário.

Então aniversário é isso. Chegou a hora de dizer quem eu sou. Mas pra quem? Aposto 10 contra 1 que não tem ninguém a fim de saber quem eu sou de verdade. Que bom, afinal, não to muito a fim de saber o que pensam ou esperam de mim. E a explicação é muito simples: alguém acredita que vou mudar a essa altura do campeonato?

Como me definir sem ser injusta comigo mesma? Como me definir sem enganar quem me vê? Maior bobeira falar do meu mal humor, falar da minha obsessão por leitura, do meu medo de dentista. Nada disso me define. Nada me define.

Essa minha cara de quem tá pensando eternamente na morte da bezerra faz muita gente achar que sou esnobe. Minha incapacidade de ser feliz quando minha unha quebra me faz ter fama de fútil. Não dou pistas de quem eu sou. Gostaria de ser mais óbvia, mais transparente.

Eu queria, de verdade, encontrar meu lugar no mundo, encontrar minha turma. Saber o que eu quero pra poder escolher que caminho seguir.

Mas isso é muito complicado. Pra ser muito sincera, sou só uma menina que mais uma vez ganhou um bolo com um monte de velas.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

O homem que foi dormir

Você sabe que não sou nenhuma encalhada na vida, né? O problema que eu não tenho sorte: eles até aparecem na minha vida, só não ficam.
Tô falando isso porque às vezes fica parecendo que sou que nem a Beth, a Feia: ninguém me canta. Até que tenho meu fã-clube. O problema é a qualidade dos fãs.
Semana passada, recebi um e-mail de um cara com quem trabalhei há muitos anos, no meu 1o emprego. Éramos íntimos mas ele foi morar em outro Estado e perdemos o contato.
Outro dia eu tava na maior adrenalina por causa de um evento da empresa e o cara me chamou mil vezes pelo msn. Estressei, claro! Comigo é assim: manifestou interesse, me desinteresso. Bem, nada que 15 anos de análise não cure.
Como não tava a fim de conversa, pensei : vou dar um jeito de ele sumir.
Ele veio com um papo "vamos nos encontrar" e blablabla . Expliquei que ainda não podia sair muito de casa por causa de uma cirurgia que havia feito. Maior mentira, pois eu já estava trabalhando e quase nem me lembrava da recomendação médica: repouso.
Insistente, me perguntou que tipo de cirurgia e como não tava a fim de explicar que eram um cistos no ovário, que minha médica achou melhor fazermos uma biópsia já que não respondia ao tratamento, inventei "Fiz uma super lipo" . Aí ele "mas você precisa? Tá gordinha ainda? Nas fotos que vi, achei você gostosa".
Pronto! O cara me chamar de gostosa é o fim da picada. Falei pra mim mesma: é agora ou nunca! E respondi : aquelas fotos são antigas. Engordei pra caramba de novo. Se já era difícil emagrecer com 20 e poucos, com 30 e poucos é impossível.
Olha, se tem uma coisa que me irrita é quem não insiste em falar comigo quando não tô a fim. O chato continuou "vi suas fotos di carnaval e te achei bem gata". Falei que eram do carnaval do ano passado.
Ele só falou assim: propaganda enganosa, hein? E completou: vou dormir, a gente se fala "qualquer dia".
Graças a Deus nunca mais me chamou.
Como de vez em quando surgem uns "fantasmas" do passado, querendo me ver e tal, já descobri o que fazer para mantê-los bem longe e até apagarem meu número de telefone.

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

2a-feira de Carnaval

Tem gente que reclama de tudo. E tem gente que sabe, de verdade, viver essa coisa chamada vida. Prefiro esse segundo tipo.
E hoje vou falar de um cara assim. O nome dele é Norival Rubem de Oliveira, 82 anos, 12 filhos e muitos, muitos netos e alguns bisnetos. Para mim, desde criança, ele é a perfeita representação de pessoa alegre, festeira, acolhedora. Ele é irmão da minha avó, portanto, meu tio avô. Ou simplesmente, o tio Val.
Quando meu avô morreu, o tio Val virou uma espécie de pai do meu pai e dos meus tios. Minha avó sempre falou em como ele foi presente na criação dos sobrinhos. Aliás, minha avó fala dele sempre. E sempre com carinho e admiração.
Tio Val é daqueles caras que olhamos e pensamos "como eu queria ter metade da força e do alto astral desse cara".
Sua história de vida renderia lágrimas aos pessimistas e admiração aos que sabem que temos mais é que passar por cima dos obstáculos. A vida tem pressa, é preciso viver.
Enquanto escrevo essas linhas, percebo um descuido: os verbos estão quase todos no presente, embora Tio Val tenha nos deixado esta madrugada. Sete meses exatos depois de minha avó.
Hoje é 2a-feira de Carnaval. E uma das pessoas mais festeiras que conheço se despediu da gente. Poderia ser um outro Carnaval com lágrimas e coração apertado de dor, mas desconfio que ele prefere que ninguém chore.

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

UMA DO RAUL. POR QUÊ?

Gospel
Raul Seixas

Por que que o sol nasceu de novo e não amanheceu?
Por que que tanta honestidade no espaço se perdeu?
Por que que Cristo não desceu lá do céu e o veneno só tem gosto de mel?
Por que que a água não matou a sede de quem bebeu?

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que que eu tenho caneta e não consigo escrever? (escrever)

Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que aquele que você quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre, sempre a perguntar? (perguntar)

Por que que eu passo a vida inteira com medo de morrer?
Por que que os sonhos foram feitos pra gente não viver?
Por que que a sala fica sempre arrumada se ela passa o dia inteiro fechada?
Por que tenho caneta e não consigo escrever? (escrever)

Por que que existem as canções e ninguém quer cantar?
Por que que sempre a solidão vem junto com o luar?
Por que que sempre aquele que (você) quer tão bem já tem sempre ao seu lado outro alguém?
Por que que eu gasto tempo sempre sempre a perguntar? (perguntar)

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

VAMOS AJUDAR A GABI?

História comovente é o que não falta por aí. Eu mesma teria dois ou três depoimentos para contar ao final da novela "Viver a vida". Todo mundo tem.

Semana passada, fiquei sabendo, pelo
blog da Lele, do Te dou um dado?, minha pílula diária pra dar risada, da história da Gabi e fiquei especialmente tocada.

O que a Lele escreveu:
Como eu falei no Twitter, gostaria da ajuda e das ideias de vocês pra gente poder ajudar a Gabi. Ela é a @gabinacozinha no Twitter, minha amiga, uma fofa. E tá passando por uma situação bem besta agora, que é a metástase de um câncer que ela já teve. Não tenho dúvidas de que ela vai sair bem dessa, mesmo porque só quem conhece a Gabi de perto sabe a força da natureza que ela é. Mas o lance é que ela perdeu o pai, que era quem bancava seu tratamento, há um mês. E tá precisando de ajuda.


Ela mesma explica que tipo de câncer teve:

Em 2004, fazendo auto-exame nas mamas, eu percebi que havia um carocinho do tamanho de uma ervilha no meu seio esquerdo e marquei consulta com ginecologista para averiguar. Na consulta, ele me disse que na minha idade era normal que a mama apresentasse algumas calcificações e fibroadenomas e não pediu mais nenhum exame.
Em setembro de 2006, mais uma vez palpando a mama, percebi que aquele carocinho que antes tinha o tamanho de uma ervilha, agora estava com o tamanho de uma bola de pingue-pongue. Foi então que marquei outro médico pq fiquei realmente muito preocupada. Ele pediu exames e me encaminhou para o Mastologista que diagnosticou o câncer de mama.
Nesse tratamento tive que fazer 3 quimios neoadjuvantes, cirurgia de mastectomia radical, depois mais 8 sessões de quimio, 25 sessões de radioterapia e ainda 1 ano de imunoterapia.
Terminadas as sessões de imunoterapia, o médico disse que eu estava curada, mas teria que fazer um acompanhamento para o resto da vida. Assim, fiz cirurgia de reconstrução da mama e continuei o acompanhamento médico.
Até que em outubro de 2009, em virtude de dores fortes e constantes na coluna, o ortopedista, analisando meu histórico, resolveu me internar para fazer exames e achou 3 pontos de metástase: um na cervical, toráxica e lombar.
Assim, tive que passar por mais uma cirurgia (na região cervical) e atualmente estou fazendo sessões de quimioterapia semanais, imunoterapia a cada 21 dias e radioterapia diariamente.


Onde entra a preocupação (e o coração imenso) da Lele (e é aqui que eu quero a atenção dos meus leitores queridos!):


Os valores :


*MENSAIS: plano de saúde: R$ 258
remédios (que ela não consegue o pegar nem no GAPC, nem na prefeitura): R$ 323
suplementos alimentares: R$ 125 a R$ 150, dependendo do mês


*QUADRIMESTRAIS: PET SCAN, que o plano não cobre e custa R$ 2.800 (vai ter que fazer no mês que vem, março)

Ou seja, ela tem que ter, por mês, cerca de R$ 1400, para poder gastar com esse processo todo. E agora ela precisa de ajuda.

Houve uma série de ideias para se arrecadar a grana necessária, mas pelo que vi, ainda não estão confirmadas. A mais prática foi a de fazer uma "vaquinha virtual". E já tá tudo organizado, facinho de contribuir. Basta acessar este link e contribuir, de maneira rápida e segura, com o valor que você puder.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Salve, Clarice!

“E se me achar esquisita, respeite também. Até eu fui obrigada a me respeitar”.
– Clarice Lispector