quinta-feira, 17 de junho de 2010

O AUTORRETRATO

No retrato que me faço
- traço a traço -
às vezes me pinto nuvem,
às vezes me pinto árvore...

às vezes me pinto coisas
de que nem há mais lembrança...
ou coisas que não existem
mas que um dia existirão...

e, desta lida, em que busco
- pouco a pouco -
minha eterna semelhança,

no final, que restará?
Um desenho de criança...
Corrigido por um louco!

Mario Quintana (Apontamentos de História Sobrenatural)

Uma talzinha na sua cama

Sou capaz de apostar que você fez uma faxina daquelas para apagar qualquer rastro meu e não irritar a nova mocinha que vai dividir sua cama a partir de agora. Guardou minhas fotos lá no fundo da gaveta pra ela não ficar com ciúme de como eu saio bem em fotografias, especialmente quando o fotógrafo é você. É certo que ela perguntaria, com uma curiosidade quase esnobe, quem é aquela branquela, sem peito e de cabelo curto que insiste em ser linda quando está nas fotos que você faz. Será que você falaria que é sua ex-namorada? Ou mandaria aquela frase que tanto me irritava: é uma amiga, você não conhece. No início você se referia a mim como amiga, lembra? Eu fazia uma cara de brava e você fingia que nem percebia. E dava um beijo bem molhado, quase como um pedido de desculpa. Eu desculpava porque uma coisa que não aprendi foi ficar brava com você por muito tempo. Agora é outra que serve de modelo pra você. E minha curiosidade também esnobe me faz ter vontade de saber se ela tem tatuagem, se tem bundão ou simplesmente se é mais bonita do que eu. E quando eu penso muito nisso, fico pau da vida. Porque eu acho que qualquer outra mulher é sempre mais bonita do que eu, mesmo que eu garanta que sou autoconfiante e diga que minha inteligência me faz ser mais interessante do que qualquer biscate que te dê mole. E nem adianta dizer que ela não é biscate. Você sabe: qualquer mulher ao seu lado que não seja eu vira logo biscate, piriguete, ou vaca mesmo.

Será que a faxineira limpou bem a sala e não deixou nem um fio vermelho do meu cabelo no tapete? Torço para que tenha, pelo menos, uma coisinha minha que esfregue na cara da nova mocinha que um dia eu estive por aí. Que era eu quem dormia enrolada no edredom quando, em pleno julho, você ligava o ar condicionado. Por mais que pareça, isso que eu sinto agora não é despeito. E nem saudade, é só vontade de fazê-la saber que um dia tudo isso que você faz com ela, fez comigo também. Porque eu odeio pensar que agora é outra que dorme com a TV ligada e acorda com beijo no pescoço. Será que a mocinha gosta do seu abraço? Será que ela dá o devido valor aos seus braços imensos, que sabiam me abraçar do jeito exato que eu preciso pra ser feliz? Vai ver essa vaca aí nem percebe como um abraço desses é precioso. Ela talvez nem precise dele pra ser feliz.

Eu adoraria ser daquelas pessoas civilizadas que desejam ao ex-namorado toda a felicidade do mundo e que diz que fica feliz por ver o outro bem. Mas eu não sou civilizada e nem faço questão de bancar a educadinha. Por isso eu acho que a vaca que está com você agora não merece ser abraçada por seus braços enormes e muito menos ganhar seus beijos e suas marcas.

Se educada eu fosse, diria que torço pra que ela seja bem mais simples do que eu e saiba dizer a coisa certa e nunca te deixar embaraçado quando, cheio de planos pra nós dois, eu dizia que não dava mesmo pra viajar naquele final de semana porque tinha de trabalhar. Mas eu quero mesmo é que você não tenha vontade de viajar com ela, que deve ser meio burrinha e não sabe conversar sobre literatura. Se eu fosse menos presa ao passado, teria esquecido um pouco a dor que aquele outro imortalizou em mim e teria te curtido mais. Teria me entregado mais a você, que, de vez em quando, ficava assustado com minha frieza. Uma frieza que jamais existiu, que era só um jeito de eu fingir que não morreria no dia que tudo entre nós acabasse. Disfarce, puro disfarce. Não dá nem pra reclamar com você: sou boa atriz e você não tinha como adivinhar que eu era só sua, que muito antes de perceber, eu já estava mesmo entregue a você. Coloquei minha vida nas suas mãos, só não deixei você perceber. Disfarçada de super mulher, disse que era melhor assim: você seguir sua vida e eu a minha. O problema é que minha vida ficou aí com você, que agora deve estar dividindo com ela o lençol que compramos juntos. Se a vida fosse do jeito certo, a gente se esbarraria num sábado à noite qualquer, num barzinho do nosso bairro, cada um com um bando de amigos que parecem só falar besteira, e a gente ia se cumprimentar, aos poucos se afastar dos amigos fúteis e, já que houve caipirinhas e chopps, eu ia te falar que, apesar de ter conhecido um cara ótimo, que adora ler e me recomenda livros cult, eu queria mesmo era estar com você. Aí você ia mandar eu ficar quietinha e ia me beijar aquele beijo com gosto de chopp e tudo seria do jeito que deveria ter sido, não fosse meu jeito esquisito de sempre fugir do amor quando ele dá o ar da graça. E, em vez da mocinha, era eu quem estaria aí na sua cama, nessa madrugada gelada.

domingo, 13 de junho de 2010

FAZ UM TEMPÃO

Resolvi reler aquele livro que ganhei de amigo-oculto no Natal de 2003. Tomei o maior susto: seu cartão de Natal. Nosso último Natal. Você abriu seu presente, sorriu ao ler o cartão, mas não fez questão de guardá-lo, como fazia com tudo que ganhava de mim. Era um sinal, mas eu não reparei. Na verdade reparei, sim, mas era mais fácil fingir que tava tudo bem. Peguei o cartão e coloquei-o dentro do livro. Dias depois, achei a coincidência irônica: aquela também era uma estória de separação por desencontros. Hoje, tanto tempo depois, vou reler o livro pois já não me lembro muito da estória. De repente, senti sua falta. Fazia muito tempo que não lembrava de você. Não te amo mais há muito tempo, mas senti sua falta. Falta das coisas da gente. Tanto tempo depois, ainda lembro bem de nossa história. E essa lembrança de tanta coisa bonita é triste, porque não acabou por falta de amor: cada um pegou um avião diferente, desembarcou em terminais diferentes. E se a gente tivesse comprado bilhete junto? Como seria o hoje? Lembro de coisas sem ordem cronológica, como quem vê um álbum aleatoriamente. A primeira viagem de férias. O meu aniversário na casa nova. A tentativa de reatar viajando para o lugar de sempre. A última briga, sei lá porquê, vem mais vezes à minha cabeça: fui dormir na sala pra poder chorar em paz, pra você não desistir de ir só por pena de tudo que ia deixar pra trás. Doeu abandonarmos tantos sonhos. Sinto falta do filho que não tivemos, da tatuagem incompleta e da TV eternamente ligada no futebol. Também da sua mania de não dormir no escuro e de implicar com meu banho muito quente. Tenho saudade da gente e do tempo que nada era por educação ou obrigação. Lembra? Houve um tempo que a gente era espontâneo e carinhoso pra caramba. Saudade da salada da Chaika, do carinho "pé com pé", do beijo que a gente não podia negar depois da briga. Trato é trato: tem que beijar mesmo se estiver com raiva. Raiva? Que raiva, já passou... São dessas coisas que eu sinto saudade. Mas hoje é só saudade/ lembrança. E uma curiosidade imensa: por que você passou por mim e nem me cumprimentou?

sexta-feira, 11 de junho de 2010

FRASES DE CHICO XAVIER

Frases do médium Chico Xavier que inspiram, consolam e trazem paz

A Revista Cláudia, na edição de Abril, trouxe uma matéria muito interessante sobre a vida do Mestre Chico Xavier. Uma parte que gostei muito foi a seleção de frases do médium, comentadas pelas seguintes pessoas: Marcel Souto Maior, biógrafo de Chico; Mario Sergio Cortella, filósofo; Dulce Critelli, filósofa; Coen Sensei, monja da Comunidade Zen Budista; Lidia Weber, psicóloga; Lidia Aratangy, psicoterapeuta; e Guiomar Alvanese, diretora do Centro Espírita Perseverança, em São Paulo.

Isto mostra o quanto a sabedoria de Chico Xavier ultrapassou religiões e culturas. Abaixo estão as frases comentadas. Vale a pena refletir.


"A virtude mais difícil de ser posta em prática é o perdão. Perdoar exige um esforço de autossuperação muito grande"
Dulce Critelli diz: “Chico convida as pessoas a se corrigirem em seus desatinos”. Para ela, perdoar requer humildade. A pessoa ofendida precisa reconhecer que teve alguma participação no mal que sofreu. Também deve renunciar à prepotência de imaginar que só o outro erra. “Temos de reconhecer que não somos intocáveis como deuses e abrir mão da supremacia em que o erro do outro nos coloca.”

"Casamento, para ser sólido, há de ser uma união de almas afins, mas, sem espírito de tolerância, casamento algum vai adiante"
Marcel afirma que tolerância é uma das palavras-chave da cartilha de Chico. “Ele ensinou a respeitar as diferenças, a administrar os desencontros da rotina conjugal.” Na união de almas, Lidia Aratangy lê uma ressalva: “Se ultrapassar os limites, a tolerância vira conformismo e submissão – e isso não pode existir entre almas que se casam de verdade”.

"Sem amor, não saberemos o que fazer com tanta conquista"
O homem já encurtou as distâncias, dividiu o átomo, interpretou o segredo da Lua e das estrelas”, diz Guiomar. Essas conquistas tanto podem tornar a Terra um mundo de delícias materiais como um inferno de dores morais. Sem amor, elas se esvaziam, não trazem segurança e paz.”

"Quando olho para uma pessoa, não estou olhando a sua condição sexual, estou olhando para alguém que me cabe respeitar, seja qual for a sua opção em matéria de sexo"
Para Guiomar, Chico atinha-se à alma, conhecia o ser humano e suas opções. “Ele repetia as palavras de Emmanuel, seu mentor: ‘A união sexual traduz a permuta sublime de energias perispirituais, simboliza alimento divino para a inteligência e o coração’. E sempre lembrava que essa permuta não se restringe à relação entre heterossexuais.”

"Agradeço todas as dificuldades que enfrentei. Não fosse por elas, não teria saído do lugar... As facilidades nos impedem de caminhar"
Marcel recorda que Chico era grato às dores e aos obstáculos da vida, considerava-os instrumentos de crescimento. Encarava os adversários como amigos estimulantes e definia suas doenças (catarata e angina) como enfermeiras. Em vez de se abater, ele se sentia instigado por tudo isso.”

"O homem que sabe envelhecer é uma luz para a comunidade"
Cortella interpreta o ensinamento do médium mineiro assim: “Iluminar caminhos em uma sociedade marcada pela pressa das ações e superficialidade das relações é tarefa dos mais idosos que tenham sido capazes de não perder a vitalidade mental nem a persistência moral. Os que sabem envelhecer adquirem uma sabedoria que tem como fonte não a extensão do tempo, medida em anos, e sim a intensidade da vivência, medida em sentimentos”.

"Ninguém tem o direito de se omitir. Cultivar uma flor, não poluir, estampar um sorriso, proferir palavras de esperança – isso pode parecer insignificante, mas não é"
Segundo Cortella, é um alerta para os riscos do biocídio, representado pelo desequilíbrio ambiental e humano e pelas pequenas mortes cotidianas da esperança e paz espiritual. “O ditado antigo ainda vale: ‘Os ausentes não têm razão!’ O que parece distração da vida prática e produtiva é o que nos dá sentido para não apodrecermos o futuro.”

"Os espíritos ainda não encontraram uma palavra para definir a dor de um coração de mãe quando perde um filho"
Para a ciência, a perda de um filho causa o maior desconforto emocional que podemos suportar. Para Lidia Weber, é dilacerante presenciar a morte daquele que deveria sucedê-la; uma dor que não termina”. Daí, é fácil entender por que os espíritos não explicam essa dor e por que Chico dizia que a oração da mãe arrebenta as portas do céu.

"Tudo passa, mas o remorso faz com que o tempo pare dentro da gente... O relógio não espera ninguém, já a consciência se recusa a avançar..."
Dulce explica que o remorso nos paralisa. “Ficamos cara a cara com os nossos erros. O ideal seria que ele nos fizesse agir para retificar o malfeito. Mas, por vergonha, o encobrimos a ponto de esquecer o que fizemos.” Ela diz que devemos nos absolver: “Sem nos perdoar, o remorso só nos fará queimar no arrependimento, sem chance de recomeçar”.

"Emmanuel sempre me disse: “Chico, quando você não tiver uma palavra que auxilie, procure não abrir a boca"
Quando criança, em vez de reclamar ou maldizer, Chico punha água na boca e afirmava ser a água da paz. Só a en­golia, conta Marcel, na hora em que passava a vontade de vociferar. O médium viveu o tempo todo com essa água na boca: “Trabalhou duro para fazer bom uso da palavra em livros e conversas com os visitantes do centro espírita”.

"Choro é para de quando em quando. Esse negócio de chorar todo dia não dá!"
Dulce explica: “Chico nos alerta contra a vitimização e impotência em que nos instalamos ao termos pena de nós”. É claro, diz ela, que ao chorar revelamos quanto somos afetados pelo problema e que aquilo que nos faz sofrer é importante. Mas pode ser só um meio de chamar a atenção.

"Façamos uma campanha contra a violência, a começar por nós. Tenhamos mais paciência em casa, no trânsito...
A monja Coen vê semelhanças entre essa lição e as do líder indiano Mahatma Gandhi, que dizia que devemos ser a paz que queremos no mundo. “Só atingimos isso com alicerces seguros”, afirma. Para chegar lá, ela sugere que sejamos corretos em ações, palavras, meio de vida, pensamentos, memória, concentração, esforço e meditação. Coen lembra ainda que “paz não é passividade, é atitude”.

quarta-feira, 2 de junho de 2010

POSSO FALAR?

Minhas duas últimas semanas foram do tipo "tudo ao mesmo tempo? Será que eu aguento?": pela primeira vez na vida fiquei desempregada (além da preocupação com grana, ficar em casa sem nada para fazer é quase um castigo para quem é ligada na tomada, como eu) e meu afilhado passou 12 dias na UTI por causa da Dengue (momento Marketing Social: a Dengue mata, identifique e acabe com os focos do mosquito Aedes Egypt).
Mas não, não quero esquecer estes dias de tensão, aflição e insegurança. Ao contrário, quero lembrar-me deles para sempre, pois acredito que tenho a obrigação de aprender com os momentos delicados pelos quais eu passo. Quero ser uma pessoa melhor depois de cada dor. E toda vez que passo por algum episódio de perda, doença ou coisas do gênero, me vem à cabeça uma poesia chamada "Certas tardes", do Affonso Romano de Sant´anna, que fala assim : "
(...) Deus botou essas tardes na minha frente/ Para me ferir,/ Me extasiar./ Às vezes me distraio. Deus insiste: põe/ As tardes de novo em minha frente / Para que eu aprenda a morrer."

Abusadinha que sou, já senti vontade de falar com o poeta e sugerir que ele fizesse uma pequena alteração. Minha versão seria assim:
" (...) Deus insiste: põe/ As tardes de novo em minha frente / Para que eu aprenda a VIVER."

É que eu realmente acho que, tal como essas tardes do poema, os momentos difíceis por quais eu passo são "avisos" para eu aprender a viver de verdade. E isso quer dizer me preocupar com o que é importante, vital, indispensável. Minhas desavenças com a balança ou outras implicâncias com minha aparência são distrações que me fazem desviar do caminho da felicidade. Essas preocupações não me acrescentam nada, apenas me fazem sofrer e esquecer de tudo o que já tenho, já conquistei.

Se eu fosse enumerar quantas vezes me distraí pensando "quando emagrecer vou ser mais feliz" ou "se eu ganhasse mais minha vida seria melhor"... Quanta energia desperdiçada, quantas lágrimas inúteis.


Por que estou falando sobre isso? Por dois motivos. O primeiro foi porque ontem almocei com duas amigas e uma hora o assunto descambou, claro, para o quesito "aparência". Uma falou sobre a culpa que estava sentindo por ter enchido o prato de carboidratos. A outra disse que o namorado vive implicando com o imenso culote que ela "cultiva". Quando tentei argumentar que não é pecado sair da dieta, principalmente num sábado. Culpa engorda mais do que pizza com amigas ou que homem que não gosta do corpo da namorada não gosta mesmo é da namorada, quase fui linchada e acusada de traidora do movimento que todas nós mulheres participamos, o da eterna insatisfação com o corpo. Tentei argumentar que até bem pouco tempo eu também levantava a bandeira do "Só vou ser feliz de verdade quando ficar bem magrinha" e que meu lema era "não me elogie: eu sou gorda". E que passei a me amar quando entendi que há coisas na vida que valem bem mais do que um corpo esbelto. Só que elas não me ouviram e continuaram falando sobre como é triste não conseguir perder 2 kg, como é horrível ter 30 e tantos anos e não estar rica e independente financeiramente ("Pagar aluguel pra mim é a maior prova da minha derrota profissional"). Minhas amigas me assustaram por se mostrarem tão insatisfeitas com suas vidas. Perguntei se elas já pensaram em fazer terapia para tentar entender o motivo de tanta culpa, tanta cobrança. Uma disse que terapia é cara e para pagar ela teria de parar de malhar com personal trainner. Eu, que também já preferi ficar magra a ter uma cabeça legal, falei que tem hora que é realmente preciso escolher o que vai ser mais útil.

Todo esse papo me fez lembrar de como eu gastei tempo e dinheiro tentando entrar na "Maravilhosa terra dos magros e lindos". E de como foi gratificante descobrir que o passaporte para um mundo mais feliz é a tão falada autoestima: desde que cultivei a minha não me para nenhuma terra de sonhos, mas vivo de um jeito mais tranquilo, e que é bem mais fácil viver bem com o que tenho do que sofrer pelo que gostaria de ter.

Insatisfação, baixa autoestima, culpa... esses são temas recorrentes nos comentários das leitoras do outro blog para onde escrevo, o Mulherão, e este foi o segundo motivo de eu estar escrevendo tudo isso.
Tem menina que acha que se virar modelo GG vai ser mais feliz e a vida será um mar de rosas, um paraíso. Pizzas e chocolates serão itens obrigatórios na sobremesa. Exercícios físicos e dietas serão banidos do vocabulário. Também não será necessário olhar para dentro de si e tentar descobrir se existe algum motivo emocional para ter começado a engordar. Ela será aceita por todo mundo e, quem sabe, até por ela mesma.

Tem menina que jura de pé junto que é feliz com o peso que tem porque, afinal de contas, tem um namorado/ marido apaixonado. Como se isso fosse uma espécie de selo de garantia: sorria, você já tem seu namorado/ marido e não precisa se cuidar. Mas é tão perigoso colocar a felicidade nas mãos do outro..

À noite uma de minhas amiga me ligou. Ficara pensativa o restante da tarde e estava curiosa, queria saber se era verdade que passei a gostar dos meus pneuzinhos. Respondi que não, que meus pneuzinhos ainda me incomodam. Só que tenho tantas outras coisas para ocupar minha cabeça...