sábado, 18 de dezembro de 2010

Você lê muito, né?

Você lê muito,né?"Canso de ouvir isso. Desde pequena ouço esta frase ou suas variações. Muitas vezes vêm com um complemento (que me faz doer o estômago): Como agüenta?
De fato, é difícil não eu ter um livro na bolsa, mas confesso que me aborreço com o rótulo que isso me confere: intelectual. Bullshit! Em terra de cego, definitivamente, quem tem um olho é Rei.
Só que às vezes me sinto meio "aberração", sabe? Parece que sou diferente só porque gosto de ler. É estranho sentir que me olham meio de lado, parece que estão apontando o dedo e falando "olha só que coisa mais esquisita: ela lê. E lê muito".
No antigo emprego, eu tinha uma amiga, a Francisca, que também "lia muito". Era impressionante como isso chamava atenção dos outros. Todo mundo comentava. Caramba! Será que isso é motivo pra comentários?
Não tenho o direito de obrigar ninguém a ter os mesmos interesses que eu, embora eu sonhe que no meu país fosse normal as pessoas lerem, lerem muito. Quem sabe um dia?
Como falei, é comum ouvir que leio muito. Aí, quando estou com paciência, pergunto : "E você, também gosta? O que lê?". Na maioria das vezes a resposta é um silêncio. Um ou outro se manifesta.
Tem dias que provoco: “Qual o último livro que leu?”.Várias vezes, porém, em vez do constrangido silêncio, respondem: "Ai, eu também adoro ler. Na escola eu lia todos os livros que a professora mandava." . Tem uns que dizem " Li O monge e o executivo" e também "O Segredo". Outra resposta comum é "Leio tudo do Paulo Coelho". Ai, ai, ai... Paulo Coelho vale? Como diria a sapeca Emília do Monteiro Lobato: Eca! Que nojo!
Os admiradores de minha ''intelectualidade'' têm sempre pelo menos duas desculpas para não ler: o preço do livro e a falta de tempo. Mas quem tem tempo? Eu não o tenho sobrando, mas... ando de ônibus, então, em vez de reclamar do tráfego lento, eu leio. Na Europa, ler nos ônibus, trens e metrôs é muito natural; no Brasil, não. Metrô parece arquibancada de jogo de futebol. As pessoas falam muito alto e é raro ver alguém lendo. No máximo, as páginas esportivas de um jornal.
E por falar em Europa, quando entrei na FENAC de Lisboa e fiquei com vontade de chorar: lá os preços são em Euro, compadre! Isso mesmo: Euro, quase 3 vezes mais do que nosso "Realzinho". E todo mundo lê por lá. Nos metros e comboios da vida, ou numa praça, durante o horário de almoço. "Importei" o hábito: leio muito no meu horário de almoço. Se tiver uma pracinha com sombra por perto, então...
Também gosto de escrever (você percebeu, tenho certeza). Por isso adoro uma frase do Ruy Castro: Ler é 2a melhor coisa do mundo... Escrever é a melhor. A que você está pensando é hour concours.

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Quantos rótulos!

Acho um desrespeito essa divisão de "times" que nos cobram. Temos de escolher um lado: ou ser "mulherzinha", que é como chamam as mulheres que optam por cuidar da casa, do marido e dos filhos, ou ser "mulher independente", que são aquelas que optam por trabalhar fora, não ter filhos ou até não se casarem.
Será que não dá pra respeitar a opção? Será que não dá pra pensar que ser uma coisa ou outra é questão de dom, de perfil?
Trabalho desde cedo, pretendo estudar muito mais do que já estudei, Já casei, já separei, adoro viajar sozinha, não quero filhos mas pretendo viver grandes amores. Aliás, quando estou apaixonada, sou "mulherzinha": cuido do meu homem com muito carinho. Nem por isso deixo de ser eu. Sou feliz pra caramba. Tão feliz quanto minha amiga que não teve oportunidade de nem ao menos conhecer a Ilha de Paquetá, mas que está feliz da vida porque tem filhos lindos, bem cuidados. Perfis diferentes, noções diferentes do que é a felicidade.
Viva a mulher que adora cuidar da casa! Viva a mulher que viaja sozinha pra Europa. Viva a mulher que escolheu ser feliz.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

AOS LEITORES AMIGOS E AMIGOS LEITORES,

DESEJO UM NATAL CHEIO DE PAZ E HARMONIA. VOCÊS SÃO MEU GRANDE PRESENTE DE PAPAI NOEL.