domingo, 30 de janeiro de 2011

SAUDADE

Hoje, 30 de janeiro, comemora-se o Dia da Saudade. E como eu vivo sentindo saudade de algo ou alguém (meus pais, minhas sobrinhas, amigos...) me interessei por este artigo que vi lá no UOL (leia na íntegra aqui)

 Entre os vários artigos espalhados pela internet, há uma definição de saudade dada por uma criança, paciente terminal de câncer, ao seu médico: “Doutor, saudade é o amor que fica”. Para Marcele de Carvalho, psicóloga do Centro de Controle do Estresse no Rio de Janeiro, esse sentimento é natural e saudável até certo ponto. “Geralmente se fala de saudade quando se relembra ou está na ausência de alguma coisa, situação, local ou alguém. Este sentimento pode vir acompanhado de tristeza ou ansiedade, por exemplo, já que existe um impedimento para estar na presença ou convivência daquilo ou de quem se deseja estar.” A especialista alerta que, quando administrada, essa dor emocional tende a diminuir. “Se o impedimento é temporário ou irreversível, é necessário saber resignar-se e criar formas alternativas para lidar com a falta”, ensina.

 
Bateu saudade de alguém especial? Dê uma olhada na lista de dez atitudes que são “tiro e queda” para espantar a depressão momentânea:
 
1. Beba um drinque. Isso mesmo, um só. Uma taça de vinho, por exemplo, já vai fazer com que você fique mais relaxado, tornar o seu corpo mais quente e aliviado, tirando um pouco da tensão nos ombros;

2. Chore no chuveiro. Se você tem mágoa por algo ou está com um nó na garganta, o melhor é extravasar. Prometa a si mesmo que vai chorar ali e pronto. Uma hora você cansa e para;

3. Tire alguns minutos em seu benefício. Por exemplo, vá à manicure, jogue uma partida de futebol ou videogame. Fazendo algo de que gosta você desvia a energia ruim e passa pelo período de crise sem muitos traumas;

4. Faça uma coisa sem importância, daquelas que você não precisa pensar, como ver vídeos engraçados na internet ou um filme que já assistiu 500 vezes, sem compromisso;

5. Ouça um mantra. O simples fato de você parar tudo e concentrar-se naquilo, meditando, vai acalmar seu coração e aliviar a dor. Quando a música terminar você nem vai acreditar que passou;

6.Se dê um presente: um CD, uma roupa ou uma joia. O simples fato de ocupar-se com algo para você acaba deixando-a mais feliz, além de desviar a atenção da saudade;
 
7. Coma chocolate. É comprovado cientificamente o benefício da guloseima quando mulheres, por exemplo, estão em TPM ou em depressão. É claro, moderadamente;

8. Pratique esporte. Dessa maneira, você extravasa sua energia e expulsa pensamentos negativos, além de aumentar o nível de endorfina no corpo, substância que dá sensação de bem-estar;
 
9. Dê uma volta com seu bichinho de estimação (ou o do seu vizinho). A troca de carinho entre vocês só traz benefícios, e o passeio vai lhe animar;

10. Seja coerente. Você tem todo direito de sentir falta de uma pessoa, mas não de deixar de viver sua vida por causa dela.

sábado, 29 de janeiro de 2011

QUE TRISTE, NÉ?

Diálogo com minha afilhada de 6 anos:
-Dinda, é verdade que quando você tinha a minha idade não existia Internet?
- Sim, Lara, é verdade.
- Nossa, que triste, né?

QUANDO SE VIVE UM GRANDE AMOR





Uma amiga minha se formou em Letras recentemente e ela é daquelas que a gente sabe que vai ser uma excelente Professora. Fiquei tão feliz por ela, por esta conquista, este grande passo e principalmente pelo sentimento de realização que ela deve estar vivendo. Aí resolvi escrever sobre esse curso que causa tanto espanto e admiração:

Eu sempre gostei de escrever (e se você lê meu blog já sabe disso), então, a 1a faculdade que pensei em fazer foi Comunicação. Fiz 3 períodos e me sentia perdida: aquilo não era pra mim. Faltava algo, sei lá o quê. Na verdade, sei sim: em 1o lugar faltava quem ensinasse não só a mim, mas aos outros alunos a escrever direito. Era um tal de "pra mim fazer", "se eu ver você, eu chamo". E cada texto tão sofrível que dava vontade de denunciar ao MEC. Não a faculdade, que aceita qualquer um, mas o próprio aluno, que chegou ao 3o Grau e não sabe nem falar (muito menos escrever) Português. Pedi pra sair.
Por puro acaso, fui trabalhar com Comércio Exterior e comecei faculdade de Relações Internacionais. Bola fora de novo!
Um dia, acordei muito certa do que faltava na minha vida: meter a cara no mundo da Literatura. E fui fazer Letras.
Tantas pessoas torceram o nariz pra minha escolha. Uma pessoa chegou até a fazer o seguinte comentário "Você é tão inteligente pra estudar Letras". Eu juro que até esse tipo de comentário ouvi. Sem contar os "Vai morrer de fome". Mas não ligava, afinal, não pedi conselho pra ninguém, eu apenas segui meu coração. Ok, não é a maneira mais certa de se escolher uma profissão, mas... quem disse que aquela seria minha profissão? Emprego eu já tinha, salário bom eu já tinha. Eu queria era poder responder a pergunta: VOCÊ TEM FOME DE QUÊ?
Sem sombra de dúvidas, fui a melhor aluna da turma, não por ser inteligente, e sim por amar aquilo. Eu sabia que não seria Professora (não levo jeito) e aquele curso não era pra me profissionalizar e sim pra me realizar.
Exceto as matérias que me preparariam para ir para a sala de aula (Pedagogia, Estatística, Estágio etc), todas as outras eu estudava com o coração, com a alma. Várias vezes saí de sala chorando depois de analisar uma poesia que me tocava. Outras vezes algum Professor me falava "Aline, cuidado com tal autor: ele mexe muito com pessoas como você". E eu entendia o que ele queria dizer com "pessoas como você": pessoas que sabem que a Literatura (a arte, de uma forma em geral) deixa cicatrizes.
Quem sai impune de uma leitura de, por exemplo, Florbela Spanca. Li "A imitação da Rosa", da Clarice Lispector, e tatuei uma rosa vermelha na nuca: foi meu jeito de me lembrar para sempre da espécie de transe que fiquei por 2 ou 3 dias.
Gente, em qual outra faculdade eu viveria essas emoções? Essas catarses? Uma vez perguntei pra minha terapeuta se isso não era "coisa de maluco". Ela perguntou se me incomodava sentir tudo isso e eu disse que era uma sensação estranha e boa, na mesma medida. Até hoje não descobri se é coisa de maluco ou não, mas que me faz um bem danado, isso faz.
Sou a pessoa mais feliz do mundo quando digo "Sou formada em Letras", pois é como se eu dissesse: vivi um grande amor.
Viva seu grande amor. Seja no Estadão, se você for jornalista; seja na W Brasil, se você for publicitário, seja na Comlurb se você for gari; seja onde for, seja lá quem você é. Só não deixe de viver um amor por medo do que vem depois.


sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Recaída

Queria muito saber quem foi a imbecil que teve a (maldita) ideia de queimar soutiens e entrar numas de que as mulheres tem de ter os mesmos direitos (e deveres!) que os homens.
Pois eu acho que foi uma palhaçada isso, viu? Tava tudo indo tão bem: a mulher, desde a época das cavernas, ficava em casa, cuidando das crianças, numa boa, enquanto o homem saía pra trazer comida. Durante séculos, pouca coisa mudou: a mulher continuava em casa, cuidando das crianças e o homem trazia a grana e a comida.
Agora me diz: pra que essa palhaçada de direitos iguais? Pra quê? Pô!Que saco!
Aposto que a mulherada que sonha em ser independente nunca passou pelo trauma que eu andei vivendo nos últimos dias.
Vamos a ele:
Minha máquina de lavar parou de funcionar e tentei chamar 3 técnicos pra consertá-la. Todos os 3 marcaram hora e não apareceram. E minha casa foi sendo inundada por roupas e mais roupas sujas. Roupa de banho. Roupa de ginástica. Roupa de cama. Roupa de todos os tipos.
Ontem, finalmente, apareceu um técnico aqui. Sábado, 9 horas da madrugada e eu aqui esperando pelo meu salvador. E salvador de verdade: em dois minutos o coroa descobriu que o "problema" era um fio desconectado. Sim, eu estava havia 1 mês e meio soterrada de roupa suja por causa de 1 fio! Tenho certeza de que se houvesse um homem aqui nesta casa ele já teria descoberto isso.
Mas não! Aqui nesta casa só tem uma mulher que ganha o próprio salário, paga as contas, faz as compras do supermercado, tem que encontrar tempo pra fazer depilação, escova definitiva e manicure. Vamos combinar que é muita coisa pra uma pessoa só. E vamos ser honestas, se tivesse que escolher dentre estas funcões, você também optaria pelas mais importantes: aquelas que se fazem dentro de um salão de beleza e de um shopping.
Momento confissão: se possível fosse, eu anunciaria nos classificados "Troco de vida com você que tem um homem dentro de casa".
É isso aí: tô abrindo mão de décadas de blablablá feministas e tô disposta a virar uma frágil mulherzinha com um homem ao lado. Um homem que saiba consertar máquina de lavar, instalar ar-condicionado e filtro da Polishop.
Avisa aí pros seus amigos que tem uma mulher aqui (jeitosinha, por sinal) super a fim de viver à sombra dele. Porque eu tô a fim é de sossego. Danem-se as feministas, direitos conquistados e outros "bulshits" da vida: eu quero um homem pra instalar meu filtro da Polishop já.
E também não quero nunca mais ter que descer às 10 da noite pra comprar água mineral.

PS: Se seu amigo não souber consertar máquina de lavar, não tem problema: anotei o telefone do técnico que descobre graves problemas de fios desconectados.

PS2: Ele também não precisa saber instalar ar-condicionado. O amigo do técnico sabe e já tô com o telefone dele aqui.

PS3: Acabei de dar uma lida no manual do filtro e parecer ser fácil de instalar.Dá pra fazer sozinha.

Gente, esquece tudo! Só quero um homem para as coisas de sempre mesmo.

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

A VOCÊ QUE FOI EMBORA

Por tudo o que vivemos, por tudo o que sonhamos viver, por tudo o que poderíamos viver. É por isso a lágrima que cai.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

PARA O MAURO, COM MEU CARINHO

FILTRO SOLAR - PEDRO BIAL

Esta semana tive algumas decepções e estou com aquela sensação de que a vida tem sido dura demais comigo. Mas o "heroi nacional", Capitão Nascimento já disse: QUEM DISSE QUE A VIDA É FÁCIL?

Este texto é antigo, muitas pessoas conhecem, mas eu nunca havia prestado atenção. Ou vai ver que é a fragilidade em que me encontro que me fez ver sentido e conselhos. Em negrito, os trechos que mais me tocaram:

"Se eu pudesse dar só uma dica sobre o futuro seria esta: use o filtro solar!

Os benefícios a longo prazo do uso de filtro solar estão provados e comprovados pela ciência;

Já o resto dos meus conselhos não tem outra base confiável além de minha própria existência errante. Mas agora eu vou compartilhar esses conselhos com vocês:

* Aproveite bem, o máximo que puder, o poder e a beleza da juventude. Ou, então, esquece...
Você nunca vai entender mesmo o poder e a beleza da juventude até que tenham se apagado.
Mas, pode crer, daqui a 20 anos, você vai evocar as suas fotos e perceber de um jeito - que você nem desconfia hoje em dia - quantas, tantas alternativas se escancaravam à sua frente, e como você realmente estava com tudo em cima. Você não está gordo! Ou gorda...

* Não se preocupe com o futuro. Ou então preocupe-se, se quiser, mas saiba que pré-ocupação é tão eficaz quanto mascar chiclete para tentar resolver uma equação de álgebra.

* As encrencas de verdade de sua vida tendem vir de coisas que nunca passaram pela sua cabeça preocupada, e te pegam no ponto fraco às 4 da tarde de uma terça feira modorrenta.

* Todo dia, enfrente pelo menos uma coisa que te meta medo de verdade.

* Cante.

* Não seja leviano com o coração dos outros. Não ature gente de coração leviano.

* Use o fio dental.

* Não perca tempo com inveja. Às vezes se está por cima, às vezes por baixo. A peleja é longa e, no fim, é só você contra você mesmo.

* Não esqueça os elogios que receber.

* Esqueça as ofensas. Se conseguir isso, me ensine.

* Guarde as antigas cartas de amor.

* Jogue fora os extratos bancários velhos.

* Estique-se.

* Não se sinta culpado por não saber o que fazer da vida: as pessoas mais interessantes que eu conheço não sabiam, aos vinte e dois o que queriam fazer da vida.
Alguns dos quarentões mais interessantes que eu conheço ainda não sabem.

* Tome bastante cálcio.

* Seja cuidadoso com os joelhos. Você vai sentir falta deles.

Talvez você case, talvez não.
Talvez tenha filhos, talvez não.
Talvez se divorcie aos quarenta, talvez dance ciranda em suas bodas de diamante.

* Faça o que fizer, não se auto-congratule demais, nem seja severo demais com você. As suas escolhas tem sempre metade da chance de dar certo.
É assim pra todo mundo.

* Desfrute do seu corpo. Use-o de toda a maneira que puder, mesmo. Não tenha medo de seu corpo ou do que as outras pessoas possam achar dele. É o mais incrível instrumento que você jamais vai possuir.

* Dance. Mesmo que não tenha aonde além do seu próprio quarto.

* Leia as instruções, mesmo que não vá segui-las depois.

* Não leia revistas de beleza. Elas só vão fazer você se achar feio.

* Dedique-se a conhecer seus pais. É impossível prever quando eles terão ido embora, de vez.

* Seja legal com seus irmãos. Eles são a melhor ponte com o seu passado e possivelmente quem vai sempre mesmo te apoiar no futuro.

* Entenda que amigos vão e vem, mas nunca abra mão de uns poucos e bons. Esforce-se de verdade para diminuir as distâncias geográficas e de estilos de vida, porque quanto mais velho você ficar, mais você vai precisar das pessoas que conheceu quando era jovem.

* More uma vez em Nova York, mas vá embora antes de endurecer.

* More uma vez no Havaí, mas se mande antes de amolecer.

* Viaje.

* Aceite certas verdades inescapáveis:
Os preços vão subir. Os políticos vão saracotear.
Você, também, vai envelhecer.
E quando isso acontecer, você vai fantasiar que quando era jovem, os preços eram razoáveis, os políticos eram decentes, e as crianças respeitavam os mais velhos.

* Respeite os mais velhos.

* E não espere que ninguém segure a sua barra.

* Talvez você arrume uma boa aposentadoria.

* Talvez case com um bom partido. Mas não esqueça que um dos dois pode de repente acabar.

* Não mexa demais nos cabelos senão quando você chegar aos 40 vai aparentar 85.

* Cuidado com os conselhos que comprar, mas seja paciente com aqueles que os oferecem.
Conselho é uma forma de nostalgia. Compartilhar conselhos é um jeito de pescar o passado do lixo, esfregá-lo, repintar as partes feias e reciclar tudo por mais do que vale.

Mas, no filtro solar, acredite.

segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

A todos que não foram e não ligaram

Um texto da Fernanda Young


Bom, você não foi. E não ligou. A mim, só restou lamentar a sua falta de educação. Imaginando motivos possíveis. Será que você não foi porque realmente não pôde ou simplesmente não quis? Será que não ligou para não me magoar ou justamente o inverso disso?
Estou confusa, claro. Achava que você iria.
Tanto que eu aguardei sua chegada por mais minutos do que deveria, inventando desculpas esfarrapadas para mim mesma. O trânsito, o horário, a meteorologia. Qualquer pneu furado serviria. E até o último instante, juro, achei que você chegaria a qualquer momento. Pedindo perdão pelo terrível atraso. Perdão que você teria, junto com uma cara de quem está acostumada, e assim encerraríamos o assunto. Mas você não foi.
Esperei outro tanto pelo seu telefonema, com todas as esclarecedoras explicações. Para cada razão que houvesse, pensei numa excelente resposta. Para cada silêncio, um suspiro. Para cada sensatez de sua parte, uma loucura específica da minha.
Se você tivesse ligado do celular, eu seria fria. Se tivesse ligado do trabalho, seria levemente avoada. Se a ligação caísse, eu manteria a calma.
Foram muitos dias nessa tortura, então entenda que percorri todas as rotas de fuga. Cheguei a procurar notícias suas pelos jornais, pois só um obituário justificaria tamanha demora em uma ligação.
Enfim, por muito mais tempo do que desejaria, mantive na ponta da língua tudo o que eu devia te dizer, e tudo o que você merecia ouvir, e tudo. Mas você não ligou.
Mando esta carta, portanto, sem esperar resposta. Nem sequer espero mais por nada, em coisa alguma, nesta vida, para ser sincera. No que se refere a você, especialmente, porque o vazio do seu sumiço já me preenche; tenho nele um conforto que motivos não me trarão.
Não me responda, então, mesmo que deseje. Não quero um retorno; quis, um dia, uma ida. Que não aconteceu, assim deixemos para lá.
Estaria, entretanto, mentindo se não dissesse que, aqui dentro, ainda me corrói uma pequena curiosidade. Pois não é todo dia que uma pessoa não vai e não liga, é? As pessoas guardam esses grandes vacilos para momentos especiais, não guardam?
Então, eis a minha única curiosidade: você às vezes pensa nisso, como eu penso? Com um suave aperto no coração? Ou será que você foi apenas esqueceu de ir?