segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Rota/ AG

Aquele barco que parte
leva um mundo.
E deixa a impressão
de que o mundo é bem menor
do que minhas dores.
Aquele barco segue a rota.
Eu sigo meio tonto,
sem rumo,
nessa embriagada busca de mim.

Eu vou tirar você de mim

Eu vou tirar do dicionário
A palavra você
Vou trocar-lá em miúdos
Mudar meu vocabulário
e no seu lugar
vou colocar outro absurdo
Eu vou tirar suas impressões digitais
da minha pele
Tirar seu cheiro
dos meus lençóis
O seu rosto do meu gosto
Eu vou tirar você de letra
nem que tenha que inventar
outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
com quantos "nãos" se faz um sim
Eu vou tirar o sentimento
do meu pensamento
sua imagem e semelhança
Vou parar o movimento
a qualquer momento
Procurar outra lembrança
Eu vou tirar, vou limar de vez sua voz
dos meus ouvidos
Eu vou tirar você e eu de nós
o dito pelo não tido
Eu vou tirar você de letra
nem que tenha que inventar
outra gramática
Eu vou tirar você de mim
Assim que descobrir
com quantos "nãos" se faz um sim
(Zélia Duncan)

sábado, 26 de dezembro de 2009

ME ADORA

Tantas decepções eu já vivi
Aquela foi de longe a mais cruel
Um silêncio profundo e declarei:
“Só não desonre o meu nome”

Você que nem me ouve até o fim
Injustamente julga por prazer
Cuidado quando for falar de mim
E não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda
Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda

Não espere eu ir embora pra perceber
Perceba que não tem como saber
São só os seus palpites na sua mão
Sou mais do que o seu olho pode ver
Então não desonre o meu nome

Não importa se eu não sou o que você quer
Não é minha culpa a sua projeção
Aceito a apatia, se vier
Mas não desonre o meu nome

Será que eu já posso enlouquecer?
Ou devo apenas sorrir?
Não sei mais o que eu tenho que fazer
Pra você admitir

Que você me adora
Que me acha foda


Não espere eu ir embora pra perceber
Que você me adora
Que me acha foda

Não espere eu ir embora pra perceber

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Regrinhas:

Recebi um selhinho da Bianca, do Estilo, Loucuras e Futilidades. A D O R E I

Tem um mini questionário para responder e aqui vai:


- Meu pior defeito é... UMA LONGA LISTA
- O que mais gosto de mim é... MINHA ETERNA MANIA DE ACHAR QUE TUDO É PRA SEMPRE E DEPOIS NÃO SOFRER QUANDO DESCUBRO QUE NADA É PRA SEMPRE
- Meu sorriso é sincero quando... SORRIO
- Sinto medo de... ALGUÉM AMADO ADOECER
- Sinto ódio de... O QUE É ÓDIO MESMO?
- Quando sinto vontade de destruir o mundo... EU ESCREVO
- Minha paixão eterna... LARA, LIV, MEUS PAIS, MINHA IRMÃ E O MENGÃO, CLARO!
- Serei feliz quando... NASCI FELIZ
- Meu pior erro cometido foi... HÁ 5 MIN
- Nas piores horas eu lembro... DA LIV E DA LARA
- Nas horas vagas eu... LEIO E ESCREVO.
- Nas noites sem sono... EU LEIO E ESCREVO
- Chamam-me de louca... DESDE QUE NASCI
- Uma palavra que me define... LOUCA

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

ALGUMAS COISAS QUE EU QUERO PEDIR PRA VOCÊ

Deixei a porta aberta e você entrou. Sua falta de jeito com a delicadeza era parecida com a minha e achei tão bonitinho isso. Nem grosso demais e nem polido demais, porque pisar em ovos é um saco.
Não te pedi nada, só que me tratasse bem. Até hoje não te cobro e nem peço nada que seja esquisito demais ou dê muito trabalho. Coisas comuns o que pedi: não grite comigo porque eu também sou pavio curto. Respeite minha preguiça matutina e eu entro no seu ritmo também preguiçoso. Conte suas novidades, faça massagens nos meus pés e não tenha medo de quem toma Rivotril pra dormir.
Viu? Virei presa fácil, barata até, você se esforçará pouco para me ter para sempre. Acredite quando eu digo que é melhor com você. Não duvide do que eu digo mas prometo que se a verdade for chata, feia e boba, eu escondo. Não me conte as suas tristezas porque eu também disfarço as minhas. Prometo segurar o choro, mas se ele vier, fica do meu lado, segura a minha mão. Tem hora, que nem hoje, que eu só preciso que você segure na minha mão.
Não tente me agradar porque eu odeio gente boazinha. Seja mais inteligente do que os outros e diga as coisas de que gosto de ouvir. Vou te achar o máximo. Não se vista tão bem... gosto de camisa para fora da calça, gosto de braços, gosto de pernas e muito de pescoço. Leia, escolha seus próprios livros, releia-os. Odeie a mesmice, xingue a vida doméstica e também os agitos noturnos. Seja um pouco caseiro e um pouco da vida, não de boate que isto é coisa de gente triste. Não seja escravo da televisão, nem xiita contra. Nem escravo meu, nem filho meu, nem meu pai. Escolha um papel para você que ainda não tenha sido preenchido e o invente muitas vezes. Me enlouqueça não ligando de vez em quando. Mas me faça uma louca boa, uma louca que ache graça em tudo que rime com louca: loba, boba, rouca, boca ... Goste de música e de sexo. Goste de um esporte não muito banal. Não invente de querer filhos, me carregar pra a missa, apresentar sua familia... isso a gente vê depois ... Nunca deixe eu dirigir o seu carro, diga que não confia, só pra eu ficar meia hora com raiva de você. Seja só um pouquinho canalha e olhe para outras mulheres, tenha amigos e digam muitas bobagens juntos.
Me trate como uma rameira, mas só quando estivermos deitados. De resto, deixa rolar. E enquanto isso me beije sempre daquele jeito que eu adoro.

domingo, 13 de dezembro de 2009

"ANIVERSÁRIO" DE ACIDENTE


Há exatos 5 anos, tive um dia como tantos outros: trabalhei, paguei contas, li o jornal, vi uns roteiros de viagem, mandei beijo para o namorado, falei com um ou outro amigo. Os dias, por mais que a gente não perceba, são quase sempre quase iguais. 
Na saída do trabalho, dei alguns "até amanhã" para quem estava perto e segui para a academia.

Os dias, porém, por mais que pareçam ser sempre iguais, vez ou outra mudam um pouco. Sim, Drummond estava certo: existem pedras no meio do caminho. 
Naquele dia, no meio do meu caminho apareceu uma pedra e não deu tempo de desviar. Sofri um acidente com minha moto, uma Tornado (pra quem não sabe, é uma moto bem pesadinha, viu?), me estatelei na Av. Epitácio Pessoa, na Lagoa. Beijo no asfalto.
Numa hora dessas, não há o menor clima para poesia e o que me veio à cabeça foi um sonoro "puta que pariu!".

Os bombeiros chegaram bem rápido e foram muito atenciosos: dentro da ambulância, percebendo que eu chorava de dor, um deles segurou minha mão e disse que tudo ia ficar bem. Fui levada ao Hospital Miguel Couto (em acidentes de trânsito, o primeiro atendimento deve ser em um hospital público. Vai entender). Antes, porém, liguei para dois "anjos da guarda": um grande amigo policial (é que a PM apareceu pra fazer o registro e achei melhor me orientar com um policial de confiança) e o ex marido, que foi imediatamente me dar assistência.

No dia seguinte fui a um hospital "de verdade", um particular onde fui bem atendida. O prognóstico médico, porém, não foi dos mais agradáveis: pelo menos 3 meses de molho. Quando ouvi isso, me bateu uma ansiedade, um medo de este tempo se arrastar e uma sensação de que eu ia perder um tempão da minha vida até ficar boa de novo. Passaria Natal, Reveillon, meu aniversário e Carnaval em casa, de perninha pra cima. Levando em conta que neste meu amado Rio, o Verão só é agradável pra quem gosta de sofrer, saquei logo que aquelas férias forçadas não seriam muito agradáveis.

Felizmente minha mãe me ensinou que "tudo acontece com todo mundo". Cresci ouvindo isso dela - que perdeu a mãe aos 15 anos mas nunca se fez de coitadinha, nunca reclamou da vida. Ela conta que chegou do cemitério e falou "Pai, vamos chorar tudo hoje porque amanhã a gente tem de tocar a vida". Quando ouvi isso pela primeira vez falei "Mãe, você não sofreu? Retomou a vida assim, tão fácil?". Sua resposta foi uma lição que trago como uma das lições mais verdadeiras do mundo: Filha, mamãe já tinha morrido e eu não podia fazer mais nada por ela. Não ia adiantar sentar e chorar. Papai estava devastado, minhas suas tias - elas tinham 13 e 16 anos - então, nem se fala. Alguém tinha de reagir. Se eu me entregasse, o sofrimento ia durar para sempre". Minha irmã e eu tentamos sempre colocar essa lição em prática.
Cheguei em casa e combinei duas coisas comigo mesma: a 1a foi não fazer aquela clássica pergunta "Por que eu?". Já que "tudo acontece com todo mundo, não fazia sentido me lamentar, me fazer de vítima e sofrer. Sem contar que entendo que quando perguntamos coisas do tipo "logo comigo?" é como se falássemos "Pô! Sou tão boazinha, é injusto! Aquele fulano, sim, merecia um acidente desses". É uma baita falta de humildade. A 2a decisão foi fazer que nem naqueles programas tipo AA: "SÓ POR HOJE" e assim não ficar fazendo uma contagem regressiva para o dia que voltaria a andar sem muletas e pudesse levar minha vida normalmente.

Essas duas posturas me deram uma serenidade danada (e vou contar uma coisa pra vocês: serenidade é uma coisa que experimentei pouquíssimas vezes na vida) e me ajudaram bastante. 

Minha condição de "dodói" me trouxe várias descobertas. Vi que eu dependo, sim, de muita gente: pra tomar banho, pra levantar da cama, pra me levar ao médico. Eu, que sempre tentei fazer tudo sozinha, tive de acionar várias pessoas para me ajudar nas tarefas mais simples, desde fazer um curativo na imensa ferida que o asfalto quente abriu, até comprar um chocolate quando a vontade batia.

Os primeiros pedidos de ajuda foram difíceis de fazer. E foi um soco no estômago descobrir na terapia que isso se devia ao fato de eu ser muito controladora e achar que não precisava de ajuda pra nada. Aliás, minha prepotência me fazia acreditar que o outros é quem precisavam de minha ajuda. Eu? Ah, eu era boa o suficiente para dar conta de mim. O acidente me mostrou que não é bem assim. Foi bom aprender a pedir colo, principalmente à minha família.

Outro grande aprendizado foi perceber que a mesma pessoa que te fez um dia sofrer muito pode ser aquela que te dá a mão numa hora extrema. Não dá pra definir o caráter de uma pessoa ou o seu sentimento por ela (e o dela por você) em situações isoladas, é preciso nunca se esquecer do contexto. Há pessoas que são seu céu e seu inferno. E isso é só uma constatação, não um sentimento.

Fiquei emocionada algumas vezes quando o telefone tocava e era um colega de trabalho que nem era tão íntimo meu e mesmo assim se colocava à disposição para uma possível ajuda. Da mesma forma, alguns que eu julgava serem companheiros, não se deram ao trabalho de saber como eu estava. Ótima oportunidade para reciclar as amizades.

Durante o longo tempo que fiquei afastada daquilo que julgava ser a vida real (a mesma vida que eu achava que estaria deixando de viver enquanto me recuperava) percebi que vida é vida. Esteja eu trabalhando, doente em casa ou de mal com o mundo. As coisas não param e sou eu quem devo me adaptar ao ritmo desta dança. As coisas continuam, esteja eu lá ou não.

Meses depois voltei a trabalhar ainda com alguma dificuldade para andar e tinha sempre alguém para me ajudar. Achava tão fofo receber este tipo de carinho. Algumas pessoas me perguntavam se era muito difícil me olhar no espelho e ver minhas pernas tão diferentes uma da outra: enquanto a esquerda estava grossa e malhada, a direita estava fina, sem firmeza, feia mesmo. Respondia apenas "Estou andando, né? Isto basta". Quando você passa pelo que eu passei, fica caída numa autopista tão movimentada em pleno horário de "rush", é socorrida por bombeiros, se depara com a emergência de um hospital público, ah, meu filho, quando você passa por isso, começa a olhar a vida com olhos menos críticos as prioridades mudam.
Aquele acidente era meu, era eu quem devia ter passado por tudo aquilo. E foi legal ver na prática que somente a mim cabia a decisão de ficar meses de repouso apenas ou refletir sobre minhas condutas, minhas prioridades e, sobretudo, sobre a fragilidade da vida.

E fui uma felizarda por aprender tanta coisa boa com uma situação tão difícil e perigosa.
Hoje as pernas já estão com a mesma medida, ando normalmente e tenho uma pequena cicatriz no joelho. O engraçado é que sou super vaidosa, tenho mil cremes, adoro uma novidade da cosmética mas NUNCA usei nenhum creme para tirar essa marca. Gosto dela. É que todas as vezes que olho para ela me lembro de como sou forte.

Tombos, por mais violentos que sejam, não vencem os fortes, os decididos. De lá pra cá, já levei outros vários tombos. Alguns deles me pareciam ser o derradeiro. Que nada! De um jeito ou de outro, acabei me levantando.

Por tudo isso adoro cada uma das cicatrizes que trago - no corpo ou na alma.

domingo, 6 de dezembro de 2009

UMA NAÇÃO EM FESTA


Hoje há 35 milhões de apaixonados festejando a conquista do 6o Título de Campeão Brasileiro. Há mil coisas que eu gostaria de escrever, mas estou ainda em estado de êxtase e ainda não tenho condições de dizer nada. Só consigo agradecer a Deus por ser Rubro-Negra.

sexta-feira, 4 de dezembro de 2009

BLOGUEIRA GOSTOSA AVISA:


Minha estada no SPA Gamela chegou ao fim, depois de 12 dias de alimentação frugal, muitas caminhadas e corridinhas e bastante massagem (ninguém é de ferro, pô!). Eliminei 5,6ookg e (modéstia às favas) estou um filé. Filé tostadinho, porque peguei bastante sol e depois de muitos anos uma marquinha de biquine apareceu.

domingo, 29 de novembro de 2009

PRA MARIANA

Mariana,
você é uma fofa. Beijinho neste dia mais do que especial.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

E VOCÊ, AGRADECE A QUEM?

O post anterior me fez lembrar de uma "brincadeira" que já faz tempo tenho vontade de propor aqui no blog.
Há alguns meses, vi no Saia Justa (GNT) uma proposta da Mônica Waldvogel que era assim: cada uma das participantes deveria escolher um prêmio que gostaria de receber. Não valia nada material, tinha de ser um prêmio por alguma coisa que elas tivessem vontade de saber fazer ou numa área onde gostariam de se destacar.
Não me lembro de todas, mas a Maitê Proença disse que gostaria de ganhar um prêmio de "Dançarina do Ano". Isso porque ela adoraria saber dançar bem. Uma outra, acho que foi a própria Mônica, escolheu ganhar o prêmio de "Melhor corte de cabelo do ano". Sim, são prêmios meio fúteis, que serviriam muito mais para o ego do que para o currículo. Mas fiquei pensando sobre isso e me veio uma ideia, que compartilho, em forma de brincadeira, com vocês.
Vamos lá: Imagine que você ganhou um prêmio (qualquer um, escolhe aí. Libera a criatividade). Você vai recebê-lo numa cerimônia e, obviamente, vão pedir que você faça um discurso. Sabe vencedor de Oscar? Isso mesmo: você vai lá na frente fazer um pequeno discurso. A quem você agradeceria?
Adoraria saber a resposta de cada um de vocês, a quem sou tão grata por lerem minhas estórias aqui. Mas se você for um pouco tímido (a), não tem problema: pode só pensar no discurso, nem precisa me mostrar.
Talvez mais do que uma brincadeira, isso seja um bom exercício para despertar o sentimento de gratidão.

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

THANKSGIVING DAY

Hoje é o "Thanksgiving Day", o Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos. Lá é uma data muito comemorada e eu sempre me comovo com o motivo deste feriado tão especial: é o dia de agradecer. Agradecer a tudo que se tem, agradecer aos amigos, aos familiares...
Gratidão é um sentimento meio esquecido por aí, mas eu faço questão de cultivá-lo sempre. E cada dia mais. É engraçado que quanto mais agradeço, mais me apaixono por aquilo que já tenho
e então agradeço mais ainda.
Gente, eu tenho tanto, mas tanto a agradecer que certa vez, no último dia do ano, entrei numa Igreja para fazer pedidos e agradecer tudo o que recebi. Improvisei uma oração à Nossa Senhora, e comecei a falar sobre minha gratidão aos meus pais, à minha irmã, aos amigos, ao meu emprego e meus colegas de trabalho. Falei também o quanto me deixava feliz o fato de ter amigos tão fiéis, ao dom da escrita (que certamente foi me dado por Deus), pois isto me proporcionou criar este espacinho aqui... Aí depois de agradecer até os infortúnios, resolvi que era hora de começar a fazer os pedidos. Travei. Sim, eu travei. Não consegui pensar em nada, pois senti que eu já tinha tudo o que preciso para ser feliz. Então, humildemente, pedi a Deus e à Nossa Senhora para darem uma coisinha só: óculos para minha alma e assim me curar de uma possível ou eventual cegueira. Cegueira que muitas vezes ocorre e que me impede de ver o quanto eu já tenho.
Saí da Igreja tão feliz e plena que até hoje tenho a impressão de que aquele foi uma experiência espiritual das mais incríveis.

terça-feira, 24 de novembro de 2009

BLOGUEIRA DE FÉRIAS AVISA

Estou amando estes dias desligada do mundo, mas de coração: sinto uma falta danada de vocês.

Onde estou não tem nem sinal de celular e só de vez em quando rola uma internet sem fio, mas isso tem sido ótimo para descansar essa cabeça ligada no 220w.


PS: to num pedacinho do paraíso, sendo mimada 24 horas por dia. E tenho até tomad sol.

sábado, 14 de novembro de 2009

Não se queixe. Tá rindo do quê?

Os amigos de sempre me falam que eu tenho vida boa, uma família que me ama, um bom emprego e sou saudável.
Qualquer um que me veja pegando o taxi, indo pra academia ou ao salão pensa logo: que vida boa a dessa menina, com família legal, empregão e saúde. Que saúde, hein?
É isso aí mesmo que eu sou. Pra quem me olha de fora. E isso me enche de culpa.
Eu amo minha família e isso me deixa ainda mais triste, porque por maior que seja meu amor por eles e deles por mim, não é amor suficiente pra me fazer feliz. No entanto, pra muita gente era só isso que faltava pra ser feliz pra cacete.
Quando tenho de tratar com o marceneiro, com o mecânico ou com o cara que instala prateleiras, sinto vontade de alguém pra me ajudar e isso aumenta o vazio que vive aqui no meu peito. A prateleira ficou mais alta do que eu queria e eu fiquei puta comigo mesma, que não sabe nem viver sozinha e muito menos em comunidade.
A vizinha que fala sozinha me deprime e me irrita ao mesmo tempo: tem cheiro de xixi e tem mania de vir falar comigo logo de manhã. Quando eu sinto raiva dela por isso, me sinto a maior filha da puta sem coração do mundo, porque ela é velhinha e eu deveria relevar o cheiro de xixi, mas de manhã não dá. O porteiro com uma perna mais curta também me deprime e eu nem sei o nome dele. A vizinha que implica com o som da minha TV, com meu cigarro, com meu incenso me desperta uma vontade de mandar todo mundo que me irrita tomar no cu. Começando por ela. Eu queria ter coragem de mandá-la tomar no cu e fumar todos os cigarros do mundo na janela, só pra foder com a paciência dela, que ia ter um medo fodido de mim. E eu ia dormir na boa, sem precisar de Rivotril, porque eu ia sempre externar minhas raivas e não ia precisar de Rivotril nunca mais. Mas eu não me lembro da última vez que dormi a noite inteira. Por maior que seja meu sono, minha tristeza é maior e me acorda sempre gritando "vai tentar dormir pra me esquecer? Não vai conseguir!".
E então eu pego um livro, que só serve pra me lembrar que leio mais por pra fugir da tristeza do que por gostar de ler. E me lembro que nunca vou ler os livros todos que eu gostaria e fico pior do que já estava.
Por isso levanto e vou trabalhar. Vamos trabalhar: eu e minha tristeza nos levantamos juntas da cama e juntas permanecemos o dia inteiro. E eu torço pro final de semana chegar pra visitar meus pais, mas a tristeza sabe o caminho de lá também.
E aí me chamam de esnobe, de fria ou sei lá do quê mais. Só porque eu não quero ninguém dando palpite na minha vida, me lembrando de como minha família me ama e isso deveria bastar. De como eu tenho um excelente emprego e isso deveria bastar. De como, puta que pariu, falam de tudo o que eles acham que eu tenho, mas ninguém entenderia que nada disso me basta. E eu faço cara de esnobe. Eu pago o jantar. Eu levo o vinho mais caro. Eu convido, eu pago. Porque eu sou esnobe pra cacete. Porque sendo assim eu não sou só triste. Sou triste e esnobe, com muros altos e janelas blindadas. Tudo isso porque eu queria um pouco do seu carinho e não ganhei. Tudo isso porque a porra do show foi ótimo mas você não quis ir comigo e por isso nem prestei atenção. Você não tem tempo pra mim. Mas tem tempo pro resto do mundo, mas é muito educado pra dizer que eu não faço parte do seu mundo.
E coitado do amigo que me falar que sou ingrata com a vida, porque a vida me deu tudo e eu pago como? Com essa cara de quem não tá nem aí, essa cara esnobe de quem não percebe como a vida faz um sacrifício imenso pra ser maneira comigo: me livra de acidentes, de tragédias, me consegue só emprego legal, mas como eu retribuo essa generosidade? Com palavras secas e falta de perspectiva. Digo que não acredito em amor eterno, que casamento é o fim. Que nunca tive vontade de ter filhos. Puta mal agradecida que eu sou. A vida me dá tudo, eu é que não vejo.
Não vejo porque minha tristeza, que é do tamanho da minha vida, fica na frente, faz sombra pra tudo o que eu tenho.
E todas as vezes que eu penso que você cabe direitinho no meu mundo mas você não tem nem tempo de me telefonar, toda vez que eu penso nisso eu quero morrer de novo. Mais uma vez, dentre tantas vezes que já morri. E se eu já morri, eu também já nasci de novo. E sempre que nasci pensei que ia ser diferente, mas continua tudo a mesma merda. A tristeza nasceu comigo, me ocupa a alma, qualquer espaço em mim. Mesmo quando eu penso que tô um pouco feliz, olho pro lado e vejo que a tristeza foi ali e volta já.
E meu amigo vai me encher o saco pra eu não falar que já morri, porque isso é ser muito ingrata e muita exposição. E eu tento, de novo, explicar que não preciso de bala perdida pra me sentir morta. Eu me sinto morta toda vez que alguém deixa de me amar. Ou se esquece do meu aniversário, ou não me convida pra passear no calçadão.
E falar isso faz meu amigo e todo mundo achar que sou dramática, mas eu falo assim mesmo, mesmo sem ser dramática e odiar que pensem que sou.
Pra falar a verdade, minha vida não é uma merda, mas eu sinto um cheiro ruim de qualquer jeito.
Então continuo jantando em lugar caro, bebendo vinho bom e ganhando bem. Porque só o esnobismo me salva de querer ser a coitadinha dessa história chata que é a minha vida.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

PRA MÔNICA, DE NOVO, COM CARINHO

Hoje é aniversário da querida Mônica, uma blogueira fofa e por quem tenho um carinho imenso.
Moniquinha, viu que dia lindo tá fazendo hoje? É porque você é um Sol na vida de muita gente.
Milhões de beijos.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Saudades e sumiços

Faz tempo que não te ligo, né? Não, não é falta de interesse. Você me conhece bem demais pra eu mentir assim, na cara dura. Sabe o que é? Um amigo passou uma tarde de domingo inteirinha me consolando, fazendo carinho na minha auto-estima que estava em frangalhos. Por sua causa, desnecessário dizer.
Então, num dos 332 conselhos que ele me deu, um foi este: suma por um tempo. "Como assim? Cê tá maluco? Acha que eu aguento mais de 1 dia sem falar com ele?". E aí veio a (longa) explicação. É isso aí: você não aguenta ficar mais de um dia, mulher. Você não dá tempo pra ele sentir saudade de você.
Caraca! Foi profunda essa, hein? E ainda completou: já pensou que ele pode não aguentar receber mais notícias suas? Chorei nessa hora. Imaginar que você não tá nem aí pro monte de coisa que eu tenho todo dia pra contar me doeu. Aí aproveitei que já tava triste mesmo e chorei feito, feito... feito eu choro quando tô triste.
E por isso dei um tempo daquela pegação no seu pé. E sumi.
Sumi porque não há futuro em nós dois.
Sumi porque não há nada mais que eu possa fazer: não saberia reconquistar você. Pode me chamar de medrosa, mas prefiro sumir a ouvir aquela frase que mata só de pensar "Conheci uma pessoa...". Não! Não fale isso, é só o que peço.
Não sumi por ter a auto-estima baixa e nem por coisas do gênero. Sumi para ter só lembranças boas de nós dois. A saudade talvez faça mais por nós dois. Separadamente.

domingo, 25 de outubro de 2009

FALA LOGO

Você saiu há 15 minutos daqui e eu já estou com aquela coisa de saudade que você sempre deixa em mim. E mais um dia não consegui falar o que tenho que falar pra você. Não sei se vou conseguir, mas vou me esforçar muito, pode ter certeza. Vou me esforçar tanto que vai ter que ser da próxima vez que a gente se encontrar. Vou falar que tô confusa e ainda não é hora de me envolver demais com outro cara. Talvez até invente um trauma mal curado, um amor não esquecido. Sei lá, um draminha cai bem nessa hora. A culpa não é sua, acredite. A culpa é minha e dessa mania que eu tenho de acabar logo com o que tá bom. Acabar antes que fique muito bom e eu acabe relaxando e entrando de cabeça.
Prefiro acabar assim, enquanto tá tudo superficial. Mesmo que de superficial não tenha nada. Mas eu vou continuar fingindo que é comum pra mim dormir com um cara que acabei de conhecer, que na minha vida mando eu e que não acredito mais em relacionamentos sérios.
Você não pode ser de verdade. A qualquer minuto, tenho certeza, vou descobrir uma cagada sua. Você me trata bem demais pra ser de verdade. Liga quando diz que vai ligar, me surpreende com telefonemas no meio da tarde tediosa que, por sua causa, vira uma tarde especial.
Mas eu prefiro que você se mostre logo. Mostra que só tá a fim de curtir, sem compromisso e dizer que não tá a fim de compromisso sério. Diz logo que não tá preparado para nada sério, que viveu "preso" muito tempo e que preza a liberdade. Diz logo, eu tô esperando. Eu espero sempre isso. Se não for agora, eu sei que vai ser daqui 1 semana, 1 mês. E será sem anestesia. Na lata : você é muito especial, mas...
Se você não falar, vou acabar acreditando que seu abraço é feito de carinho e desejo. Vou acreditar que você está na minha. E a gente sabe que não, você não está na minha. Você está por aí, em vários lugares. Longe de mim.

domingo, 18 de outubro de 2009

PRA UM HOMEM DE PRETO. COM CARINHO

Meu amor, boa sorte
Vai sem medo,
sem destino certo
Espero que você
Volte para casa
São e salvo.
Eu passo noites em claro
Rezo pra livrar você do mal
(...)
A saudade doi

São Jorge de janeiro
Meu guerreiro
Ao seu lado.

Por isso o sol nunca desiste
Você não pode ficar triste
O Rio continua lindo, lindo!
Lindo de morrer
Lindo de viver
Lindo, lindo...

(...)

Onde quer que esteja,
Deus te proteja.
Cuide-se bem.
(...)

(COPACABANA BOY - RITA LEE)

sexta-feira, 16 de outubro de 2009

Eu acredito em quem fala bem de mim

Há algum tempo, recebi este texto de presente de um namorado. Na 1ª leitura, disse que ele era louco. Na 2ª leitura perguntei se ele tinha "aprontado alguma". Só depois é que reparei como coloco sempre empecilho para ser feliz. Aliás, vejo tanta amiga minha fazendo isso.

Durante um tempo na terapia, trabalhei essa questão. Confesso que demorei a aceitar as felicidades sem culpa ou justificativas. Hoje em dia eu tenho quase certeza de que mereço muito ser feliz. E até acredito que quem escreveu esta carta não era lá muito exagerado, como eu pensei na época.

"Será que você nunca reparou que pra mim não importa quanto você pesa? Em vez de tentar adivinhar isso, prefiro te abraçar e acariciar seu corpo macio. Aliás, adoro ver seu ritual de passagem de cremes: nas pernas, nos braços, na barriga. E quando você pede ajuda pra alcançar as costas, aí eu adoro ainda mais você.

Não sei seu manequim e nem me interessa. Sei o tamanho da sua cintura pelas minhas mãos e isso basta. E se alguma vendedora de roupa me perguntar seu tamanho vou responder: do tamanho exato para caber no meu abraço e dividir minha cama.

Aliás, foi uma resposta parecida que dei quando meu irmão perguntou como você era: do jeito que eu gosto. É, menina encanada com o peso e com o manequim, você é do jeito que eu gosto. Nunca reparou nisso, né? Por isso me deixa sozinho em casa e vai pra academia suar.

Não estou reclamando de você se cuidar. Eu só quero que você se goste desse jeito aí que você já é. E se você não acredita que é tudo isso, pergunta pra mim. Pra mim, viu? E não para nenhuma daquelas suas amigas do trabalho ou da faculdade ou sei lá de onde. Nenhuma mulher confessa para um homem que outra mulher é linda.

Para de me chamar de exagerado: eu acho você linda e pronto. Eu te olho diferente do que você se olha. Você está presa a padrões de beleza, já eu prefiro olhar pra você e descobrir cada dia um detalhe que te faz diferente e bela. Por exemplo, quando você toma uma decisão e nem me consulta: vai lá e faz. Eu faço cara de chateado mas acho um charme você saber o que quer. Também gosto de ouvir que eu não mando em você. Ah, e sua carinha de brava?É a coisa mais sexy que já inventaram. Aposto que tem amiga sua que treina na frente do espelho pra ficar igual.

Quer ver você me deixar com os quatro pneus arriados? É só dizer "Tô com fome de doce" e devorar aquela barra de chocolate sozinha, em 10 minutos. Quando você abre o armário e diz que não tem roupa e fica olhando pra 3 mil vestidos e saias e calças, eu penso "vou casar com essa mulher".

Mas sabe o que me atrai mesmo em você? É que mesmo dizendo que é muito branca, que tem celulite desde que nasceu e que precisa de outra lipo, contraditoriamente você desfila pela casa sem roupa, numa naturalidade que me deixa perplexo. Eu amo ver você nua, ver suas pernas brancas, não ver nem marquinha de biquine. Outras mulheres precisam de marquinha de biquine para serem sensuais. Você não. Você só precisa ser você. De cabelo castanho ou vermelho, longo ou curtinho. Você está sempre na moda. Você merece sempre uma poesia. E eu sou louco por você.



E O LIVRO DA VEZ É...

A VERDADE DA TROPA, do Mário Sérgio Duarte, ex comandante do BOPE.


Além de ser um tipo de leitura que me seduz, há motivos "afetivos" envolvidos na escolha deste livro. E recomendo a todos.


quinta-feira, 15 de outubro de 2009

HOMENAGEM E CONFISSÃO

Hoje, Dia do Professor, acordei pensando nas professoras importantes da minha vida: Adélia Oliveira, minha eterna professora de Português. Posso dizer que ela é a grande responsável por eu ter trilhado o caminho que me trouxe aqui a este blog. Ela despertou em mim a vontade de aprender a escrever bem, a gostar de um bom texto.
Outra professora que me ensina até hoje é minha amada tia Marina. Só quem a conhece pode entender a emoção que é ter ter uma aula de Literatura ministrada por ela. Ouvi-la declamar um poema é emoção na certa. O engraçado é que nunca fui aluna ("aluna oficial", registrada no Livro Diário e tal) dela. Mas sempre aprendi muito com suas explicações "informais".
Tanto a tia Marina quanto a Adélia são daquelas pessoas que já nasceram professoras. Sei lá, tem gente que já nasce sendo o que vai ser, que sempre foi o que é hoje.
Eu amava ter aulas particulares de Português com minha tia. Absolutamente tudo sob sua explicação ficava mais leve, mais agradável, ganhava sentido. Tenho tanto orgulho de sermos, nós duas, formadas em Letras / Português-Literatura.
Embora minha formação acadêmica tenha me preparado para dar aulas, nunca me senti capaz de encarar uma turma de alunos. Pra mim, ser professora é algo digno de reverência, de admiração e nunca me senti preparada para isso. É que quando eu penso em um bom professor, lembro dessas duas das quais falei.
Quando fiz cursinho pré-vestibular, a Tereza me fez ter a certeza de que eu queria trilhar o caminho da Literatura. Ela hipnotizava uma turma de 40 adolescentes inquietos e todos nós ficávamos atentos, reverenciosos, às suas palavras.
Hoje é o Dia do Professor. E hoje faz 3 meses que uma das mais respeitadas professoras da minha doce Paraty se foi. Minha avó, a Vovó Cininha. Professora de tantos pais de amigos meus, de tantos paratienses... Aposentada há muitos e muitos anos, nunca deixou de ser uma educadora. E com ela aprendi ter opinião, caráter e prezar pela minha família. Dizem que herdei a oratória dela também. Talvez o DNA explique a facilidade que tenho em falar em público.
Meu diploma está guardado numa gaveta qualquer e, talvez, nunca saia de lá. Mas sinto muito orgulho por ter sido uma boa aluna e ter aprendido ótimas lições, nem sempre acadêmicas. Muitas delas me servem para a vida.
Hoje, no Dia do Mestre, este profissional tão desvalorizado por muitos, rendo minha homenagem e manifesto minha imensa gratidão pelas Marinas, Adélias, Cininhas, Terezas.

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

SELOS, DIVÃS, CONFLITOS...



Ganhei um selinho fofo da Lisa.


Tem umas "regrinhas", que são:

Postar o selinho ok

Dizer quem me indicou : http://lisanunes.blogspot.com/ ok

Escrever 3 conflitos que me levaram ao Divã:

Conflito 1) SER GORDA

Conflito 2) SER GORDA

Conflito 3) SER GORDA


Bem, a outra regra é enviar para 5 amigos blogueiros. Essa não vou fazer, não: a Lisa já mandou para a galera que eu ia mandar...



Lisa, amei!

segunda-feira, 28 de setembro de 2009

MINHA VIZINHA É UMA VACA



Minha vizinha entrou numas de me perturbar: reclama do barulho da minha janela, reclama da fumaça do cigarro, reclama da hora que tomo banho e até do incenso que acendo.
Outro dia já passava das 11:00 da noite, quando ela tocou a campainha lá de casa pra reclamar que a fumaça do incenso a estava incomodando. Como eu me conheço, sabia que o normal era mandá-la pra pqp, então, peguei o celular e abri a porta fingindo que estava conversando com alguém muito mais importante do que ela. Enquanto ela falava, eu a olhava. Em vez de me alterar e mandá-la se foder, como merecia, falei apenas "era só o que me faltava: não poder acender um incenso dentro da minha casa...". E fechei a porta.
Ok, coloquei o incenso na janela para irritá-la e tirei para não arrumar mais confusão. Mas quem ela pensa que é? Ou melhor, com quem ela pensa que está se metendo? Eu respeito muito as leis de civilização e vou continuar a respeitá-las, mas dentro da minha casa eu faço o que eu quero. Não sou nenhuma ignorante a ponto de não saber que existem regras de condomínio. Aliás, sou até muito educadinha para respeitar as implícitas regras que nos fazem conviver bem. Mas para tudo existe limite...
Fala sério que vou ter de ficar me policiando até dentro da minha própria casa. Aqueles 10 metros quadrados são meu cantinho e é lá o lugar que tenho pra ser eu mesma sem assustar ninguém.
Ali mando eu ! Tenho espelho combinando com baú e cabideiro rosa-choque porque aquele canto é meu. Não tenho fogão porque aquele canto é meu. Cultivo rosas de plástico e flores de tecido porque aquele canto é meu. Ando sem calcinha lá porque aquele canto é meu.
Ouço música do Roberto Carlos sem medo de parecer cafona porque aquele canto é meu. Resumindo a ópera: eu faço o que bem entender dentro das minhas quatro paredes.

terça-feira, 22 de setembro de 2009

Chão de estrelas/ AG

O louco cruzou o deserto
atrás do que não sabia existir,
O são não quis queimar
os pés na areia,
que escaldava,
mas era caminho.

O louco subiu árvores
altas demais de subir.
O são comprou a fruta no mercado,
não arriscou no tronco,
que era alto,
mas era caminho.

O louco conversou com estrelas,
Arriscou falar sozinho
em meio da multidão.
O são deu risada ao vê-lo
falando ao céu,
que era longe,
mas era caminho.

Do resto não sei.
Não vi o louco.
Mas vi o são envelhecido
(seu corpo e sua alma)
apodrecendo agora,
sem jamais ter encontrado o caminho.

HOJE ESTOU EM SILÊNCIO.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Mulher de fases

Num dos muitos momentos de tédio, encontrei um site muito engraçado: http://www.taaz.com/

A partir de uma foto, é possível criar vários looks. Dá pra ficar loira, ruiva, ter olhos azuis e fazer lindas maquiagens. Fica um pouquinho fake, mas é divertido.
Entrando na onda da nova sessão do blog da minha querida Ana, Cause vergonha alheia você também e mostre o quanto é feliz!, cuja proposta é deixar de lado "o que os outros vão pensar de mim", vou colocar as fotos com minhas várias transformações. Tem visual pro dia a dia e para festas, porque a coisa aqui é séria.

Pode rir. O objetivo é esse.










Eu, poeta

Eu, dicionário
de palavras soltas
que se juntam e se perdem.

Eu, cheia de fases,
como a Lua.
Eu, Lua cheia
de palavras pra mim mesma;
Crescente num amor eterno;
Novas palavras mágicas
Tentanto minguar a tristeza
que se aloja, estranhamente,
após a letra "A" (do amor)
- Incoerente dicionário.

Sou um dicionário
ou uma Lua?

Sou cheia de palavras
e fases
renovando.

Eu, poeta.

- AG

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

JÁ FEZ SUA BOA AÇÃO DO DIA?

Hoje o INCA e o Hemorio estão na Cinelândia numa campanha para doação de amostra de sangue para o REDOME (Registro Brasileiro de Doadores de Medula Óssea).
Dei uma passada lá, preenchi um cadastro e doei 5ml de sangue. É rapidinho, não doi nada e minha amostra genética vai para uma espécie de banco de dados. Quem sabe posso ajudar alguém que está na fila para transplante de medula?
Se você estiver a fim de fazer uma boa ação, fica aí a dica. E se quiser mais informações, visite o site do INCA.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

2 MESES DE SAUDADE


Hoje faz dois meses que minha avó morreu. Mas ela está muito viva na coração de grande parte da família e de muitos amigos.

FILHA CORUJA NEWS INFORMA

Hoje minha mãezinha visitou pela 1a vez o blog. Ela e meu paizinho estão iniciando neste mundo mágico que é a internet.
Mammy deixou até um comentário. Essa Dona Geninha vai looooonge.

domingo, 13 de setembro de 2009

Dilemas de amor/ AG

E para onde vão os amores perdidos?
Aqueles... não os que deram errado
Falo dos desencontrados,
os não correspondidos?

Será que vão fora,
se perdem no dia a dia,
Ou estão na Aurora,
em forma de poesia?

Os amores do passado
Dos nossos tempos de criança
são reciclados
qual sementes de esperança?

Pra onde vão os amores
não consumados?

Ontem fiquei pensando
Procurei muito, suspirei:
acho que continuo amando
os amores que amei.

BLOG DA ALINE


quinta-feira, 10 de setembro de 2009

Sonho de poeta/ AG

Eu queria ser
um poema.
Um poema curto,
um poema lindo.
Um poema de Quintana,
mas não sou tanto.

Queria ser poema
do poeta mineiro:
espanto diante do mar.

Um poema do "Poetinha"
e botar um pouco de amor
na minha vida.

Quem me dera
ser poema
e viver para sempre
no coração da menina.

sábado, 5 de setembro de 2009

PRA LISA, COM CARINHO.

FELIZ ANIVERSÁRIO PRA UMA LEITORA-AMIGA MUITO, MUITO ESPECIAL.

terça-feira, 1 de setembro de 2009

1 de Setembro de 1939

Há exatos 70, com a ivasão da Polônia por tropas alemãs, inciava-se a II Guerra Mundial.
O objetivo da Alemanhã era reaver os territórios alemães perdidos ao final da Primeira Guerra e dar início ao plano de Hittler de estabelecer uma "nova ordem" na Europa, baseada no princípio da superioridade germânica.
Esta Guerra foi o maior conflito militar da História, durou seis anos, envolveu 72 nações e provocou a morte de mais de 50 milhões de pessoas. Durantes este conflito foram criados os campos de concentração, as câmeras de gás e a intolerãncia aos judeus foi elevada ao nível máximo.
Como se diz por aí, é importante lembrarmos de nossa História, para que os erros não se repitam. Hoje é dia de lembrar que qualquer tipo de preconceito, seja religioso, racial ou qualquer outro, rende frutos podres.
Eu gostaria que minhas sobrinhas vivessem num mundo menos injusto e muito mais tolerante. Por isso faço minha parte: tento racionalizar minhas estranhezas diante de alguém "diferente". Ao fazer isso, sei que não conserto o mundo, mas tenho certeza de sou uma preconceituosa a menos.

FANATISMO - FLORBELA ESPANCA*

Minh´alma, de sonhar-te, anda perdida
Meus olhos andam cegos de te ver
Não és se quer razão do meu viver
Pois que tu és já toda a minha vida.

Não vejo nada assim enlouquecida...
Passo no mundo, meu amor, a ler
No misterioso livro do teu ser
A mesma história tantas vezes lida.

"Tudo no mundo é frágil, tudo passa..."
Quando me dizem isto, toda a graça
Duma boca divina fala em mim.

E, olhos postos em ti, digo de rastros:
"Ah! Podem voar mundos, morrer astros,
Que tu és como Deus: Princípio do Fim!..."

* FLORBELA ESPANCA FOI UMA POETA PORTUGUESA QUE ABALA MINHAS ESTRUTURAS EMOCIONAIS. SEMPRE.

segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Cantiga para não morrer / Ferreira Gullar


clique na foto para ler a poesia

sábado, 29 de agosto de 2009

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

MOMENTO "CARA A CARA COM A VERDADE"


TÔ ME SENTINDO

5:23. Tarde de tédio.
Pensei em escrever um texto, mas a paciência era nenhuma. Pra dizer a verdade, há dias venho pensando em como estou pouco criativa. Cogitei parar de escrever o blog antes que comece a pagar mico e meus 16 lindos seguidores falassem "Aline, já deu! Para de se repetir ".
Dei uma olhadinha no e-mail e meus olhos brilharam. Vou transcrever aqui um comentário que recebi da querida Paula, de São Paulo:
Oi, Aline,
definitivamente piroooo com seu blog, achei por acaso na net. Estava procurando frases q me interessassem para fazer uma tatto, achei um post e acabei lendo td seu blog desde o inicio. Amei!
Ainda não terminei de ler td o blog, mas a cada post me emociono, até chorei com um deles. Parabéns, vc escreve muito bem e me desculpe se houver erro de portugues aqui, pelo que li aqui vc detesta isso. hehehe....
Me considere sua fã, ja estou fazendo mó anuncio do seu blog! Bjooo até +

Háháhá! Tô me sentindo, gente! Sério mesmo: tô me sentindo A blogueira, viu?
Paula, recadinhos como estes me dão um gás, você nem imagina. Mil vezes obrigada pelas palavras de carinho. Mas preciso dizer que minha felicidade maior é por saber que consigo emocionar alguém.

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

QUANDO VOCÊ ME LIGA


Eu fico feliz. Só isso.

E isso é pouco?

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Destino ou Santo Antônio, é com você mesmo que tô falando

Minha amiga vai casar. Minha outra amiga vai separar porque se apaixonou por outro. A outra amiga casou de novo. E eu que vivo jurando que nunca mais vou me casar, quero conhecer o amor.
Se toda panela tem uma tampa, cadê a minha? Eu quero um amor de presente, Destino. Eu quero ser amada de verdade, Santo Antônio. Eu quero que o mito da "mulher moderna" vá se foder!
Meu pé cansado tá cansado de se enfiar num chinelo que não é o meu número. Nunca desejei essas breguices, mas ando tão contraditória que uma paixãozinha tinha tudo a ver na minha vida agora. Mas quero paixão que vire amor e que seja pra sempre.
É, agora eu quero um amor pra sempre. Chega da frieza de dizer que isso não existe. Se existe tanta esquisitice nesse mundo, deve haver amor que não acabe também, que nem nos filmes.
Tô ficando cafona mesmo e vai ser por completo: quero um amor pra ver filme juntinho, pra me chamar de "Mô" e me levar pra casa da mãe no domingo. Vamos almoçar macarronada com frango com um monte de sobrinho e cunhado.
Parei de fingir e espero que não me julguem. Parei de fingir que tá tudo bem ser dona do meu nariz e fazer todas as escolhas eu mesma. Cansei. Não quero mais viajar sozinha. Não quero mais pedir prato pra uma pessoa só e comer no sofá. Tô num surto de sinceridade e lá vai: eu sempre sonhei dormir abraçada por ele, que tem ombros largos e não faz barulho de manhã.
Quero admirá-lo indo pro trabalho, de camisa social,recém-barbeado e dizer "bom trabalho, meu amor".
Como será isso? Passo dias (e principalmente noites!) pensando como é desejar vê-lo me esperando no estacionamento do shopping.
Não quero mais que me apresentem um amigo que "tem tudo a ver comigo" e então descobrir que ele até que é legal, mas não bateu. Eu quero bater o olho e dizer "é esse!". Quero ver nos olhos dele "é ela".
Tem um DVD de auto-ajuda aí que diz que tenho de escrever o que eu quero. Eu tô fazendo isso agora. Mas o autor diz que tenho de descrever com detalhes, aí o Universo manda ele pra mim.
Um, dois, três, lá vai: quero transar beijando na boca, sentir a mão forte dele me segurando e ouvir daquela boca linda que me ama. Quero essa mesma boca me mordendo o pescoço e ir descendo, descendo, até onde eu gosto que ele me morda-beija com vontade. Quero ser pedida em casamento e casar de vestidão, aquele que eu já escolhi o modelo. Quero um homem que leia um pouco antes de dormir e desligue a TV quando o clima esquentar.
Quero acordar no meio da noite e olhar pra ele certa de que estou nos seus sonhos e que sou o que ele sempre sonhou, que nem ele é pra mim.
Quero ouvir "não precisa" quando eu começar a Dieta das Proteínas e "pra quê?" quando eu cismar que vou porque vou fazer lipo nos culotes. Quero telefonemas no final da tarde para saber se tá tudo bem. Tá! Tá tudo bem, meu amor! Com você tá tudo sempre bem.
Quero um homem forte o bastante pra aguentar minhas contradições e não se assustar com minhas carências. E sensível no ponto certo quando perceber que sou assim mesmo e de vez em quando fico melancólica.
Quero intimidade pra caramba pra poder fazer voz de criança de vez em quando, e distanciamento quando a prisão de ventre atacar. Quero privacidade no banheiro de casa e sacanagem na banheira do motel, aonde vamos de repente no meio da tarde, sem data pra comemorar. Eu quero um amor que me ame na nossa cama e me coma no sofá. Que me marque o corpo como quem diz "você é minha". Porque eu sou só dele, sempre vou ser dele.
Quero dizer na frente do Padre que vou respeitá-lo e amá-lo até o fim da nossa vida e dizer com certeza plena que nosso amor vem de outras vidas. Quero meu nome com o sobrenome dele e um anel na mão esquerda para todos verem que eu tenho um dono, que eu tenho um amor a quem sou fiel desde sempre.
Quero cafuné quando brigar com minha mãe ou fizer alguma merda no trabalho. Quero sexo selvagem de vez em quando. Quero deixar bilhete no bolso dele dizendo que minha vida ficou mais bonita depois que o conheci. Quero não fazer segredo do ciuminho que eu sinto daquela ex linda que ele tem. E quero que ele diga que não preciso me preocupar: sou seu grande amor.
Quero um homem não muito bonito, mas com cara de homem, do jeito que eu gosto. E que com esse jeitão de homem, meu tesão só aumente.
Homem da minha vida, você sabe que eu preciso, de vez em quando, de espaço. E eu sei que você vai respeitar meus momentos depressivos. Eles logo passam, e vão passar mais rápido quando você disser que adorou o que escrevi ontem.
Eu adoro seu humor ácido, que combina com meu olhar irônico. Quero ouvir piadas sem escatologia, ouvi-lo citar Kant e assistir futebol junto. Torça pro Flamengo, por favor.
Meu amor, Destino, tem que ser maluco beleza quando tirar o terno mas ter os pés no chão macho de 2a a 6a-feira. Aos sábados, usaremos chinelos.
Vou desculpar seu mau humor e relevar sua mania chata de falar do trabalho na hora do jantar. Vamos jantar juntos, com mesa posta e arroz integral. Quero, mais do que tudo, te olhar de repente e pensar "é você". É você o homem que eu esperei enquanto me fingia de mulher independente. Que bom que você apareceu na hora certa e que meu coração estava prontinho pra te receber.
E então, quando minha próxima amiga disser que vai se casar, eu a abrace forte e diga de todo meu coração "estou tão feliz por você. Parabéns."

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Óh, dúvida cruel!

Minha amiga está num dilema danado sobre o que fazer com os dois carinhas com quem ela está "ficando". Falei pra ela: prá começo de conversa, você deve estar atraindo olho-gordo de suas amigas, suas inimigas, amigas das suas amigas, enfim, da população feminina quase inteira, né? Pô! A mulherada reclama da falta de homens e minha amiga tá com 2.
Mas ela não está reclamando "de barriga cheia", não. Vamos ao "problema": por um ela é apaixonada. O outro está super a fim dela. Complicado, se a gente levar em conta que ninguém na história aqui é correspondido.
O tal por quem ela carrega um bonde tem aquele discurso prá lá de velho "você é muito especial, mas não estamos na mesma sintonia" e "Gosto de você mas não do jeito que você merece". Bem, pelo menos gentil o cara é. Vamos combinar que tem uns que são bem mais diretos (objetividade que beira a grosseria) e manda logo "Nosso lance é sexo, nada mais". E quando a gente tá apaixonada por um cara, tudo o que não quer ouvir é que é "só sexo". Por melhor que seja o sexo. Aliás, essa é uma das questões dessa minha amiga: segundo ela, além de ela gostar dele "pelo conjunto da obra", na cama ela tem certeza de que nasceram um pro outro.
Já o outro carinha, ela conheceu há pouco tempo e parece que os dois estão apostando num relacionamento. Ele é inteligente, gato, intelectual e liga sempre que diz que vai ligar. Ou seja, minha amiga não deveria pensar duas vezes.
O dilema dela é esse: por que ela não se apaixona por esse cara que tem tudo a ver com ela e ainda por cima está a fim dela? "Porque eu nasci pra ser mulher de malandro" foi o que ela me respondeu. Não ousei dar palpite, pois sei que em assuntos de coração, não existe razão.
Não dei palpite, mas perguntei logo: se deram bem na cama? Ela disse que eles tem potencial para chegarem lá. Ou seja, com uma dose de boa vontade, eles vão se adaptando um ao outro.
Juro por Deus que acredito nisso e sou partidária da filosofia de que, às vezes, vale a pena a gente dar duas ou três chances pro cidadão mostrar a que veio. Claro que tem uns que a gente saca na hora que não nasceram pro esporte. Não adianta treinar porque o rapaz não leva jeito. Mas,pelo que ela me falou, esse aí pode ser uma surpresa boa.
O problema é que ela não consegue deixar de comparar os dois. Pelo que entendi, um é o Romário: nasceu craque. O outro é esforçado, de repente pode ser titular do Volta Redonda.
E então, o que ela deve fazer? Continuar batendo uma bolinha de vez em quando com o craque que faz gol em todas as partidas ou dar uma chance ao futuro titular do Voltaço?

domingo, 16 de agosto de 2009

O LIVRO DO FINAL DE SEMANA


E o livro lindo do final de semana se chama "Foi apenas um sonho". É sobre a história de Frank e April Wheeler, um casal talentoso e jovem que acredita ter toda a vida diante de si e que o sucesso há de chegar a qualquer momento. Mas, à medida que os anos passam, eles vão mergulhando num mundo de intrigas e frustrações, e só uma grande guinada poderá alterar seu destino.

UM BOM LIVRO


Não publico aqui todos os livros que leio, pois alguns não me parecem tão especiais a ponto de serem indicados. Mas esta semana li "Lembra de mim?" e adorei. A história é mais ou menos assim: Lexi tem 25 anos, não é lá muito vaidosa e tem um namoro morono. Depois de um acidente, ela desperta em hospital e, para sua surpresa, descobre que tem 28 anos, um emprego maravilhoso e está linda. Além disso, é casada com um gato cheio da grana.

Quase nem dá pra acreditar em como ela é sortuda. Mas conforme ela descobre mais sobre a nova vida, mas enxerga problemas graves em toda essa perfeição. E, para completar, uma revelação bombástica pode ser sua única esperança de recuperar a memória.


Fica a dica pra quem imagina que grana, beleza e status é tudo o que se precisa pra dizer que a vida é maravilhosa.

sábado, 15 de agosto de 2009

QUEM É VOCÊ?

Em tempos de orkuts, blogspots e facebooks da vida, é comum termos de preencher um formulário com nossos dados. Uma das coisas que mais me deixam atrapalhada é quando perguntam "Quem é você?".
Gente,como assim, quem sou eu? Eu, eu... eu não sei quem eu sou.
Já fui assim, depois mudei, tentei voltar a ser daquele jeito, fiz um esforço danado pra ser diferente e continuo igualzinha: mudando sempre. Basta olhar meus cabelos. Mas as mudanças vão além: cada hora penso de um jeito, falo uma coisa, ajo inesperadamente.
Tenho fases, como a Lua. Viva Cecília Meirelles!
É isso aí: mulher de fases total.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

TÁ DIFÍCIL, NÉ?

“É tão difícil encontrar alguém que você goste, que quando encontra pode ser até um jacaré".

Foi a Ana Paula Arósio quem falou. Mas eu assino em baixo.

VAMOS VARIAR. SÓ PRA VARIAR.

No post que escrevi aqui falando sobre fazer as coisas "de propósito, só de sacanagem, só pra contrariar", a Lisa deixou, num comentário, a letra de uma música que eu adoro. Corri pro You Tube e aqui está: SÓ PRA VARIAR, com o eterno Raul Seixas. É UMA PENA EU NÃO SER BURRO, ASSIM EU NÃO SOFRIA TANTO.

Tem que acontecer alguma coisa, neném
Parado é que eu não posso ficar
Quero tocar fogo onde bombeiro não vem.
Vou rasgar dinheiro
Tocar fogo nele
Só pra variar
Antes d'eu me confessar pro padre, neném
Eu vou comer três quilos de cebola
Ver de perto a Papa, ah que luxo meu bem
Vou rasgar dinheiro, tocar fogo nele,
Só pra variar

Eu vou jogar no lixo a dentadura, neném
Eu vou ficar banguelo numa boa
É que eu vou fundar mais um partido também
Vou rasgar dinheiro, tacar fogo nele
Só pra variar
Mas diz que o paraíso já tá cheio neném
Eu vou levar um lero com o diabo
Antes que o inferno fique cheio também
Vou rasgar dinheiro, tacar fogo nele,
Só pra variar.


quarta-feira, 12 de agosto de 2009

terça-feira, 11 de agosto de 2009

QUANDO FALTAM O AR E AS PALAVRAS...

eu recorro aos poemas dos outros.
Este, por exemplo, é do blog "Eu não sou Chico" e se chama
TE CONTAR

Na realidade, na realidade mesmo
Você não faz a menor idéia de tudo.
Se soubesse a dimensão que o meu
sentimento por você ocupa dentro de mim,
talvez entendesse a minha falta de ar...

domingo, 9 de agosto de 2009

AOS MEUS LEONINOS QUERIDOS

E Agosto muitas pessoas queridas fazem aniversário. Então fica aqui um beijinho muito carinhoso aos leoninos que fazem parte da minha vida.

TEM ALGUM LEITOR AQU DESTE SIGNO? DEIXA SEU NOME E SUA DATA DE ANIVERSÁRIO.

ESPAÇO NOVO SER

De um tempo pra cá, me envolvi com a "causa" dos deficientes, em especial dos cadeirantes. Pesquisa aqui, pesquisa ali, encontrei o site de uma ONG muito, muito interessante, o ESPAÇO NOVO SER, cuja missão é a superação dos obstáculos sociais predominantes ao processo de Inclusão.
Se você tem algum familiar, amigo, amor, enfim, se conhece alguém com algum tipo de lesão medular, vale a pena acessar o site e ficar por dentro das várias atividades. Entendeu, Dudu?

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SOBRE BEIJOS, VINHOS E DÚVIDAS.



Nestas últimas semanas deu pra fazer um monte de coisa, ir a um monte de lugar. Eram grupos e programas diferentes, mas sempre tinha uma ou duas das "Luluzinha´s".
O esperado aconteceu: uma das "Lulus" conheceu um carinha. O começo foi o de sempre: conversa pra cá, conversa pra lá e descobriram várias afinidades. Troca de telefones e, claro, uns beijos pra ter certeza de valia a pena ligar para ele. Sabe como é, um beijo revela bastante sobre a tal "química". E não é que se deram bem? Beijo com encaixe.
Durante a semana, os dois trocaram mensagens, se falaram por telefone e combinaram de se ver.
Porém, antes do encontro, bateu uma insegurança... e quando isso acontece o remédio é ouvir as amigas. Reunião urgente. Vinho e Marisa Monte para a moçoila falar sobre o rapazinho. E mais vinho e Marisa Monte para as outras darem conselhos.

- Não dá logo de cara, senão já sabe: vai virar "lanchinho" e só.
- Nada disso! Tem que experimentar: e se a cama não for boa?
- Mas ela já disse que o beijo do cara é bom pra caramba. O que custa segurar a onda e curtir mais dois ou três encontros? Fica só no beijo mesmo.
- Que isso? Que século a gente tá vivendo? Qual o problema de dormir com o cara? Ela não quer casar com ele... ou quer?

Neste momento, ela, além de insegura, ficou também confusa: dar ou não dar pro cara? Tentou abstrair a falação das amigas, cheias de boa vontade e regras sobre relacionamentos. Pensou no que ela queria: queria só ver o carinha ou tava a fim de transar com ele? Uma coisa não exclui a outra. Assim como transar com um cara recém-conhecido não exclui a possibilidade de rolar algo mais sério entre os dois. Mas será que ele pensa assim também? E se ele me achar "fácil"? Po! Mas isso é babaquice, será que ele pensa assim? É melhor voltar a ouvir as amigas.

- A gente fica dando uma de moderninha e aí, o que arruma? Carinha babaca, que só faz programa que termina em motel. Isso quando o programa não é o motel. Amiga, conselho de quem já viveu muito: se valoriza. Se faz de difícil.
- Que frase c-a-r-e-t-a! Tô boba, logo você vem com esse discurso igual da minha mãe?
- Cara, a verdade é essa, isso é milenar: modernidade é muito legal até a página 2. Homem continua gostando de mulher que se valoriza. Homem não gosta de mulher fácil. Isso é fato.
- Só porque a mulher dá pro cara no primeiro ou no segundo encontro ela é "fácil"? Não acredito que tô ouvindo isso... Antes de ela saber se quer alguma coisa com ele tem de fazer test drive, sim!
- Gente! Vocês tão me confundindo! Vou acabar não ligando pra ele nunca mais.
- Olha, você pediu minha opinião e eu tô dando: se valoriza, se faz de difícil, mostra que você não é que nem esse monte de mulher por aí, que dorme com qualquer um.
- Pois é, você pediu minha opinião e eu também dei: se tiver a fim, dorme com ele.
- Acabou o vinho, vou pegar outro.
- Aproveita e coloca aquele DVD ao vivo, aquele novo. Tá ali na estante.

E assim a reunião de grandes amigas prosseguiu. Falamos sobre outros assuntos, marcamos cinema na 6a-feira e o assunto "Dá-não-dá" não teve desfecho.


Na 6a-feira à tarde, apenas um e-mail: NÃO VOU VER O FILME. RESOLVI ARRISCAR E VER SE ELE É "QUALQUER UM", SE É MACHISTA OU ATÉ MESMO SE É O CARA GENTE BOA QUE DEMONSTROU SER NAQUELE DIA QUE NOS CONHECEMOS. TORÇAM POR MIM.


O próximo capítulo dessa história a gente já sabe qual é: AGORA QUE EU DEI, COMO DEVO AGIR? BANCO A INDIFERENTE OU MOSTRO QUE ADOREI ELE?


Mas isso é assunto para ser debatido com vinho e Marisa Monte.




quarta-feira, 5 de agosto de 2009

NÃO TEM PORQUÊ

Não me pergunta o porquê de mais nada.
Se eu soubesse explicar alguma coisa,
me convencia a parar de gostar de você,
que tem medo de mim.
E eu nem sou assim muito brava.

O CONVIDADO SURPRESA




Semana passada li este (ótimo!) livro mas me esqueci de citá-lo por aqui. Apesar de ter só 112 páginas, a leitura leva alguns dias, pois é densa. Sem contar que dá um prazer danado reler alguns trechos.


A sinopse é esta:

Se é possível conhecer uma época através de suas histórias de amor, O convidado surpresa (2004) é o retrato deste início de milênio.

A trama começa numa tarde fria de domingo, quando o telefone acorda o autor-narrador. Ele reconhece a voz da mulher que o abandonou cinco anos antes sem nenhuma explicação. Ela o convida para o aniversário de uma amiga que costuma celebrar a data chamando para a festa o número de pessoas correspondentes à sua idade e mais um, o convidado surpresa.

Bouillier é o convidado surpresa da vez; a aniversariante é Sophie Calle.

A relação, cujo início é narrado neste livro, terminou tempos depois com um e-mail enviado por Bouillier, que dizia na última linha: "prenez soin de vous" ("cuide de você"). A frase deu origem à famosa exposição de Calle, exibida na Bienal de Veneza em 2007, que reuniu depoimentos de 107 mulheres sobre a carta de rompimento.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

COISAS DA VIDA

Ando tão musical ultimamente. Deve ser falta de inspiração para escrever e isso me faz lembrar que "há tempo de semear, há tempo de colher". Então, é melhor ouvir música do que escrever besteira. Muitas vezes é melhor ficar quietinha do que falar algo que magoe uma pessoa ou estrague um momento. Aconteceu isso comigo esta semana. Na verdade, ouvi uma coisa que "estragou" um momento tão singelo e acho até que arranhou um relacionamento bem legal. Só ouvi. Não estou para discussões, não quero desperdiçar energia. Ando preferindo ouvir as canções da vida, os sorrisos que andaram escassos. Canções, Luas divinas e males-entendidos são, como canta Santa Rita Lee de Sampa, COISAS DA VIDA. Você sempre soube que meu coração não estava totalmente desocupado. Mas te hospedei com muito carinho.

segunda-feira, 3 de agosto de 2009

RESPONDENDO À MÔNICA

O Antunes Lobo, escritor português que foi um dos destaques da FLIP 2009, disse a seguinte frase: ESCREVER É MUITO DIFÍCIL E A CADA VEZ TORNA-SE MAIS DIFÍCIL FAZÊ-LO.
Concordo "ipsis literis" com ele e assim me justifico pela falta de criatividade do blog.
Numa outra parte da entrevista (publicada no jornal "Diário de Notícias", o escritor disse que durante a adolescência escrevia bastante : "Na época escrevia, corrigia e depois destruia o texto. Depois escrevia outro e repetia o ato de destruição. Fiz isso por anos."
Uma das minhas manias é a de sempre achar uma porcaria o que escrevo. Não tem jeito, eu sempre encontro pelo menos um erro de gramática cada vez que releio algo que escrevi. Isso sem contar nos inúmeros questionamentos: alguém vai se interessar em ler isso? Isso acrescenta alguma coisa?
Só depois de muito exercício comigo mesma, exercício contra minha auto-censura é que consegui relaxar um pouquinho e entender que por trás da falta de pretensão também bate um coração. Foi então que passei a escrever este blog. Mesmo assim sempre ouço uma vozinha me falando "você se acha, né?" ou jogando na minha cara "qualquer demente hoje em dia se diz escritor". E eu concordo. Mesmo assim venho sempre aqui. Cada vez menos, concordo. Poderia dizer que a falta de atualização é o motivo é o de sempre: falta de tempo. Mas não é só isso, não. Ando meio sem criatividade. Segundo um poeta amigo meu, isso acontece "nas melhores famílias". Acreditei porque me convém. E também porque quem sou eu para discordar com um poeta?
Como escrever é uma coisa que faço por prazer, prefiro não escrever nada do que postar umas coisas sem pé nem cabeça aqui. Respeito pela literatura e pelos meus amigos-leitores.
Portanto, Mônica, tenha um pouquinho de paciência com minha falta de tempo e também com a greve de criatividade que anda rondando minha mente.
Escrever não é fácil, acredite. Escrever mexe muito com emoções guardadas e, mesmo o texto mais simples e superficial, me faz ter contato com sensações que às vezes me incomodam.
Escrever é difícil. Antunes Lobo falou.

sexta-feira, 31 de julho de 2009

MOMENTO PROFANO

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não tenho absolutamente nada de intelectual ou séria. Aliás, caminho a passos largos disso: adoro piadinhas politicamente incorretas e coisas do tipo.
Por isso, não posso deixar de transcrever uma notícia do blog Educação à Brasileira:


"Uma revista distribuída a professores da rede pública pela Secretaria de Educação da Bahia contém uma tira em que o personagem Chico Bento, num diálogo adulterado, usa linguagem chula.
Primeiro, um menino fala:
-Meu pai tem oitocentas cabeças de gado. Chico Bento responde:
- Fala para ele enfiar tudo no c. "

A tirinha original é esta aqui. Agora me diz: a adulterada é ou não mil vezes mais engraçada?

Quem quiser ler a matéria toda, clica aqui.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

4º ENCONTRO DE REDAÇÃO PUBLICITÁRIA DE PARATY

Nos dias 31 de Julho e 1º. de Agosto, o auditório da Casa de Cultura será palco para o 4º ENCONTRO DE REDAÇÃO PUBLICITÁRIA DE PARATY.
Durante o evento acontece coquetel, lançamento de livro, exposição de anúncios consagrados, concurso para universitários, palestras e debates, além da entrega do Troféu Jeca Tatu a profissional de inegável contribuição de talento ao setor publicitário brasileiro.

Programação:
Dia 31 de Julho

Recepção de boas vindas, realização do Concurso Universitário, coquetel, noite de autógrafos e exposição de anúncios.


Dia 1 de Agosto
Palestras a partir das 10h.
Intervalo apara almoço
Apresentações Especiais às 14h.

Palestras retornam às 15h.
Entrega do Troféu Jeca Tatu, a Washington Olivetto, às 18h.

Palestrante e debatedores confirmados:
- Álvaro Novaes (CEO Arsenal Digital Labs)
- Flavio Medeiros (Presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro)
- Pedro Porto (Diretor da Santa Clara Nitro)
- Hiran Castello Branco (Presidente do Conselho Nacional de Propaganda)
- Jomar Pereira da Silva Roscoe (Presidente da Associação Latino Americana de Agências de Publicidade)
- Washington Olivetto (W/Brasil)

No site da ALAP tem todas as informações

quarta-feira, 29 de julho de 2009

UMA CANÇÃO É PRA ISSO

Há uns dias recebi este vídeo por e-mail. Publicá-lo aqui é uma forma de dizer ao menino que sim, adorei. Sim, você é especial. A boba sou eu :)

terça-feira, 28 de julho de 2009

ALL YOU NEED IS LOVE

Preconceito é uma baita de uma ignorância. Por que tanta gente tem mania de olhar torto pra quem é diferente?
Sei lá, continuo achando que é de amor que o mundo tem precisão.
PS: o desenho acima é da Bianca Marotta, uma blogueira muito fofa, que escreve no Mão na Roda.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A PRÓXIMA GRANDE SENSAÇÃO



Comprei este livro 6a-feira passada e pensei que passaria o final de semana me ocupando dele. Que nada: terminei de ler no mesmo dia (tudo bem! Foi no dia seguinte, porque já passava de meia-noite. Mas é que eu não dormi, então conta como o mesmo dia, né?).


Durante toda a vida, Kat Larson esperou por coisas: ligações que nunca aconteceram, caras que não apareceram, convites que teriam se perdido no correio. Porém, mais do que tudo isso, sempre esperou ser magra.

Aos 27 anos, ela achava que nunca poderia ser feliz, a menos que perdesse alguns quilos. Muitos quilos.

Depois de ter feito todo tipo de dieta, Kat decide adotar uma estratégia mais ousada: entrar para From fat to fabulous, um novo reality show em que seis mulheres, todas tamanho 46 ou mais, lutam contra as saliências (e, principalmente, umas contra as outras). Dessa vez, era impossível não dar certo.

Kat tinha uma motivação a mais - poder finalmente encontrar seu namorado virtual, que só a conhecia por foto... montagem.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SOBRE ROSAS E LEMBRANÇAS

Queridos,

estou sumida e vocês já devem saber o motivo. Além de estar um pouco sem tempo de escrever (por causa do trabalho), não quero ficar monotemática e só falar de saudade ou a coisas do tipo.

Ainda estou digerindo a perda e também ando meio preocupada com meus tios.

Vou falar um pouquinho sobre minha avó agora, mas pretendo que não vire um texto triste.

Vovó Cininha foi professora por muitos anos e nunca perdeu a pose e nem a maneira de falar dos professores de "antigamente" (aquela época em que esses profissionais eram respeitados, sabe?). A coroa fazia cada discurso (de improviso) que era brincadeira. Quem ouvia ficava babando com o que ela falava, com a facilidade de se comunicar.

Aprendi ser fã da minha avó com o tempo. É que ela era muito séria, muito reservada, meio fria até. E criança não gosta disso, né? Mas conforme fui crescendo, fui vendo que mulher inteligente, culta ela sempre foi. Passou por muito sacrifício na vida, mas sempre foi forte e digna.

Há uns 10 anos houve uma briga de família (afinal, só a bailarina não tem problema na família, né?) e eu me desentendi com minha tia . Claro que minha avó tomou as dores dela e ficou sem falar comigo (mãe é mãe). Mas de todos os muitos defeitos que tenho, guardar rancores não é um deles. Então, mesmo sem falar com minha tia ou com ela, nunca deixei de querer saber notícias. E muito menos as eliminei do meu coração.

Em 2004, liguei pra vovó Cininha. Senti uma necessidade imensa de voltar a ter contato com ela. É que sou muito apegada à família e minha sobrinha acabara de fazer 1 ano e eu queria ser um bom exemplo pra elazinha. Arh! Que exemplo horroroso eu seria se não falasse com minha avó, a matriarca.. Na minha cabeça passava a seguinte ideia: estou sendo hipócrita em falar que amo meu pai, afinal, estou há uns anos sem falar com a mãe dele. Estou sendo hipócrita em dizer que minha família é tudo pra mim, afinal estou sem falar com minha avó" Odeio hipocrisias e não tenho problemas em pedir desculpas. Então, numa noite de setembro, liguei pra ela. Disse o quanto ela era importante para mim e que qualquer mágoa era muito menor do que os laços que nos uniam. Além disso, herdei dela tantas características físicas... de certa forma, ao me olhar no espelho eu a veria sempre. Dona Cininha ficou feliz com isso, mas eu fiquei muito mais. Foi como se eu tivesse feito as pazes entre meus princípios e minhas atitudes.

Desde então eu sempre dava um jeitinho de fazer um agrado a ela, sendo que isso não tinha a nada a ver com ser melosa. Eram agrados "bobos", como imprimir uma poesia ou uma letra de música e mandar pelo correio, dar um telefonema. Coisinhas à toa, mas que a faziam se sentir querida.

Aos poucos me reaproximei da minha tia e vovó Cininha me falou que esse foi o maior presente que ela poderia receber. Lembro que falei assim "Vó, eu briguei com ela um dia. No outro dia já tinha passado. Assim como tenho você como exemplo de mulher forte, tenho ela como exemplo de tia que eu quero ser pras minhas sobrinhas".

Minha avó tinha 5 filhos e tenho relacionamentos diferentes com cada um deles. Meu padrinho é o mais velho e um dos com quem tenho mais afinidades. Ele mora em São Paulo há muitos anos mas não se desvituou: é Flamengo! E essa nossa paixão pelo mesmo time é uma das coisas que nos liga. Essa tia de quem já falei sempre foi aquela que dizia sim pra todos os sobrinhos. Era ela quem deixava a gente falar palavrão, comer fora de hora e essas coisas que "gente grande" não deixa. Quem tem uma tia assim sabe do que estou falando. Quem não tem deve esperar a próxima encarnação para saber como é bom.

Com os outros dois irmãos eu tenho um relacionamento normal, sem grandes afinidades ou diferenças. O elo entre eles 4 é meu pai: todos gostam muito dele. E isso me faz gostar de todos eles, afinal, tratou bem meu paizinho entrou logo no meu coração.

10 dias antes de morrer, ela me ligou. É que imprimi e encadei alguns textos que escrevi aqui e mandei pra ela, Queria que ela conhecesse um pouquinho das bobagens que escrevo, afinal, ela tinha tanto orgulho de dizer que sou formada em Letras... Olha, sem querer me gabar, Dona Cininha ficou com um orgulho danado de mim! Disse que já imaginava que eu escrevesse bem, mas que ficou surpresa com a qualidade dos textos. Aí me disse que os mostrava para todos que ia visitá-la. Pedi por favor que parasse de fazer isso, pois era uma coisa pra ela ler, pra passar o tempo. Mas vai convencer uma mulher de temperamento forte como o dela a fazer o que acha que é certo? Deve ter enchido a paciência de tanta gente ...

No enterro, falei umas palavras sobre ela. Nada que não soubessem , afinal, recebeu tantas homenagens em vida. Mas eu sei que ela gostaria de que um dos netos fizesse isso. Ela era uma mulher de discursos, de palavras. Desceu ao túmulo sob aplausos. E sei que era assim que ela gostaria de ser homenageada.

Ainda é estranho falar dela no passado. Mas fico feliz por tê-la tido como avó e sei que é preciso deixar que sua alma descanse.

A missa de Sétimo Dia foi hoje, na Igreja de Santa Rita, lá em Paraty. Não pude ir, mas o Jomar (sempre ele!) me mandou uma foto que me emocionou muito: no altar hávia várias flores brancas e uma única rosa vermelha. Retirada do jardim que ela cultivava com muito carinho.

Minha sobrinha Lara é apaixonada por rosas vermelhas. Eu tenho uma rosa, também, vermelha tatuada. Quem cultiva tantas boas lembranças nunca parte completamente, não é?

É isso. Foi por isso que andei sumidinha. Beijos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SOBRE ROTINAS E O QUE NÃO COMBINA COM A GENTE.


Eu tava em casa. Tinha acabado de chegar da academia e uma preguicinha gostosa se instalava enquanto eu dava uma olhada nos canais da TV. Parei no 43, porque era hora de "House" e não resisto àquele mal humorado que sabe tudo sobre o corpo humano. Mudei o canal e vi a notícia: Michael Jackson morreu. Um pequeno susto, mas todo mundo morre, não é mesmo? É estranho porque tem gente que parece que nunca vai morrer, não combina com a morte.
Durante as semanas seguintes o assunto ainda era esse: o Rei do Pop morreu. Mas como um rapazinho muito querido em outros tempos reapareceu, minhas notícias prediletas vinham via telefone ou e-mail. O mundo se acabando em homenagens ao esquisitão Michael Jackson e eu lá, conversando com meu querido de outrora.
De manhã as coisas são tão iguais: lavar o rosto, corretivo nas manchinhas de sol, filtro solar e maquiagem levinha pra ir trabalhar. Nos jornais, notícias daquilo que não me interessa. Taxi pro trabalho. Bom dia pra todos. Telefonemas, e-mails, reuniões, pausa pro almoço. E pro livro. Tudo de novo na parte da tarde. 6:15h, aula de Pilates, depois Spinning e casa. Sinuca às 4as, Lapa na 6ª ou no sábado e domingo pra não fazer nada.
Dei bobeira e deixei morrer uma flor que estava, havia alguns meses, enfeitando o canto da minha sala. Pedi uma pizza pra comer vendo "Outono em Nova Iorque" pela milésima vez. Lembrei de marcar dentista. Recebi umas fotos que nem lembrava mais. Eu e ele, numa viagem decidida em cima da hora e com gosto de irresponsabilidade: saímos cedo do trabalho na 5ª e cada um inventou uma história na 6ª-feira. Melhor do que programar férias é fugir com o namorado durante a semana e desligar o celular. O destino tanto faz. Eu me lembrava de cada uma daquelas fotos, do que estávamos falando, porque estávamos rindo. Senti o calor de cada abraço trocado naqueles dias, já tão distantes.
A semana passou "mezzo a mezzo": com rotina e surpresas. Será que vale a pena voltar pro ex? Se acreditasse em cartomante, ligaria praquela que a Ju indicou. Quando não sei o que fazer me dá vontade de acreditar nessas coisas. Deve ser bom dizer que as cartas é que sabem do meu futuro. Pensando bem, é melhor dar uma corridinha, só pra não ficar pensando nisso. Mais tarde vou botar a correspondência em dia e também ligar pra minha amiga lá de São Paulo que teve bebê há 2 meses.
Aquele mendigo do supermercado me tira do piloto automático: quando passo por ele lembro do quanto sou feliz e agradeço a Deus porque posso comprar os remédios dos meus pais e penso que deve ser muito triste depender da caridade dos outros pra ter o que comer. Estou com um pouquinho de febre, deve ser a garganta. Melhor secar bem o cabelo e dormir de camisola quentinha.
De manhã a rotina se quebrou com o telefone tocando. "Oi, Gi, aconteceu alguma coisa?". Minha irmã ficou em silêncio e eu adivinhei o que ela tinha pra falar, mas também fiquei em silêncio, numa torcida cega pra não ser nada daquilo. "A Vovó Cininha morreu, Aline. Você pode vir? Meu pai ainda não sabe, tá dormindo. Como eu falo pra ele?". Silêncio. Todo mundo morre, não é mesmo? Mas é sempre melhor quando a notícia acontece longe do nosso quintal.
Quatro horas de viagem depois, cheguei à igreja onde acontecia o velório. Abraços solidários e palavras bonitas sobre ela, minha avó. Minha avó que parecia que não ia morrer nunca, porque tem gente que não combina com a morte.
Depois do susto e do choro, um alento: minha família estava reunida, como havia muito tempo não se fazia. Minha avó está em paz, eu tenho certeza.