domingo, 24 de abril de 2011

Encontros

Estou há dias protelando um 1º encontro. Também tenho dados desculpas para um reencontro com um ex.
Primeiros encontros são sempre embaraçantes, é difícil me sentir confortável. Tenho um medo absurdo de acontecerem algumas coisas que detesto, como por exemplo o cara não beber. Encontrar-se a 1ª vez com uma pessoa exige uma certa dose de álcool, pra relaxar. Fico sempre na ansiedade enjoativa de eu estar vestida daquele jeito que os fashionistas dizem “casual”, que é o mesmo que “meio largada”: nada de grandes produções, pouca maquiagem, salto baixo e ele aparecer lá todo produzidinho. Ou o contrário: eu caprichar na produção e o cara aparecer “casualmente” vestido. Ok, é deste tipo de homem que eu gosto: dos que não ficam pensando em qual roupa usar e tal e tal.
Pra mim é sempre chata a hora de me arrumar: odeio o estilo patricinha, mas também não dá pra chegar lá no meu estilo “Babilonia Feira Hypie”. Dizem que homem não gosta. Tenho outro problema: encontrar um vestido ou uma camiseta que não deixe meus peitos saltando e que o façam virar a atração da noite. Este é um outro assunto que me embrulha o estômago: o tipo de homem que conversa com meu peito “Oi, peito da fulana,tudo bem?”.
Detesto aqueles silêncios constrangedores, quando ele se instala, sinto uma vontade doida de ir correndo pra casa. Então, pra não fazer isso e o cara achar que sou uma louca varrida, eu falo, falo qualquer coisa. Muitas vezes ganho fama de faladeira por causa disso. Puxa! É melhor alguém ter o que falar do que deixar aquele silêncio que parece até ter legenda “isso aqui ta um saco, né?”. Ou, o que é meu pior pesadelo: ele me beijar. Odeio beijos no 1º encontro. Sei lá o porquê, mas não gosto.
Outra coisa que me faz odiar ter aceitado o convite é quando o sujeito é metido a entender de vinhos. Puta que pariu! Já reparou como é patético? O cara pega a taça, faz um gestos (sempre muito esnobes) com ela, cheira o conteúdo... e faz um comentário: adocicado, amadeirado. Argh! “Garçom, traz um Plasil, por favor? Vou vomitar.” . É exatamente esse meu pensamento cada vez que isso acontece. Francamente...
Posso dizer que tenho uma certa prática em 1os encontros, então, dou sempre um jeito de saber aonde vamos. Se o cara me chamar pra ir a um restaurante japonês, recuso na hora. E nunca mais atendo telefonema do “homem-clichê”.
Com essa lista imensa do saco que, geralmente, é um 1º encontro, eu não deveria estar há semanas inventando desculpas para o tal ex. Afinal, além de gatinho, ele não comete estes pecados. Só que também tem umas coisas chatas em sair com o ex.
Tem uns que pensam que o tempo não passou e faz umas perguntas tão idiotas: e sua sobrinha, como ela está? Já está andando? Po! Ele conheceu a garotinha com 3 meses de idade e ela agora tem 4 anos. É falta de assunto ou ele pensava que ela tinha alguma deficiência?
Na verdade, a maioria pensa mesmo que o tempo não passou e assim que pede a conta do barzinho ou do restaurante, tem a certeza absoluta de que vamos para onde sempre íamos: ou pro motel ou pro meu apartamento. E faz isso com uma naturalidade irritante, sem nenhum clima de sedução ou coisa do tipo. Parece que faz parte do pacote: chopinho, tira-gosto e cama. Só que, geralmente, eu não sou consultada.
Ok, não sou tão bobinha a ponto de achar que a gente ia ficar só no tira-gosto. E, pra falar a verdade, eu caprichei na lingerie: se o ex não valesse uma transa, não valeria um reencontro. Mas custava a criatura me levar pra um motel diferente? O tempo, afinal, passou, né?

sábado, 23 de abril de 2011

A CULPA NÃO É MINHA!




O Alexandre Camerini, além de ser um fotógrafo nota 10, é tão espirituoso quanto eu. Então me mandou esta frase:


"Calorias são pequenos vermes inescrupulosos que vivem nos guarda-roupas e que durante a noite encolhem as roupas da gente.”


PS: Acho que ele gosta de mim, né? Bem, pelo menos me tirou a culpa: eu me esforço pra ficar em forma, mas o que se pode fazer contra vermes inescrupulosos?

VIDA QUE SEGUE

Hoje, depois de muito tempo, eu senti ciúmes. De tudo. Pensei em você boa parte do dia, mas pensei mesmo foi em você durante a noite. Entrando em casa com a mala da academia, despejando a mochila com o laptop e outras tranqueiras em cima do sofá.
Não deve haver nenhuma sobra minha por lá. A faxineira não é lá tão caprichosa, mas certamente já varreu todos os fios de cabelo vermelho, meu cabelo, que cai e deixa rastros. Sim, ela já varreu a casa milhares de vezes desde que estive aí pela última vez.
Minha mania de esquecer brincos deve ter causado algum desconforto em você. Será que incomodou a nova "Lindinha"? Por milésimos de segundos tenho uma vontade louca de que sim, ela tenha ficado puta da vida por ver um brinco que não era dela. Era meu.
Minhas fotos já saíram da estante. Será que foram para o álbum de "momentos felizes do passado"? ou estão lá, no fundão da gaveta, por justa preguiça de se lembrar de mim?
Entendo a urgência de se livrar de qualquer lembrança minha, afinal, faço parte do que quase aconteceu e não posso assombrar o que ainda pode ser. Mas que é a maior sacanagem do mundo ela dormir no lençol que escolhi com tanto cuidado, isso é.
Será que ela dá risada quando vê você procurando aquele documento? Ou será que ela faz o tipo séria e companheira e, em vez de ficar sentada na sua cama olhando e rindo, vai lá e te ajuda?
Senti um ciúme danado imaginando outra menina deitada no seu ombro, aproveitando o tanto que ele é grande e bom de se deitar. Pior do que isso: e se ela não der valor a isso?
Deitar nos seus braços era a apoteose do meu dia, era o momento do "sim", era tudo o que eu mais gostava na vida. Se essa louca não gostar do seu abraço eu adoraria que ela encontrasse uma camisola qualquer minha na sua gaveta. Só pra ela também sentir ciúme de você e talvez saber que tem uma "Lindinha" que daria tudo para ganhar seu abraço e esquecer o mundo.
Ciúme não leva a nada, ciúme é insegurança. Mas também é a verdade jogada na cara: a brincadeira acabou. Eu não tenho mais meu parque de diversões chamado seu corpo.
Meu momento ciumenta passou, mas não resolveu nada. Continuo pensando em você. E isso me faz lembrar que a vida às vezes sacaneia a gente. A vida, essa mesma que é tão boa de viver, me sacaneou. Deu um jeito de me tirar do jogo, fui pro chuveiro mais cedo.
Essa mesma vida vai me fazer acordar qualquer hora com a sensação de que já não sinto mais tanta coisa por você. Vai me fazer conhecer outro cara, que vai gostar de vinho tanto quanto você, ou melhor, tanto quanto eu. Porque a vida vai lavar você, mesmo que aos poucos, de minhas lembranças e eu vou voltar a seu eu.
Enquanto essa vida sacana não prova logo que é linda, aposto que vou ter de vez quando essa vontade de você. De você procurando documento perdido. De você roncando ao meu lado. De você dormindo com TV ligada. De você me fazendo gostar pra caramba da vida.

sexta-feira, 22 de abril de 2011

BRINCANDO DE CONCURSO

Você, meu leitor querido, minha leitora fofa, que sempre deixa um comentário bacana (hoje recebi um da Nacilia que me deixou tão metida a besta...ai, ai). E também você que lê, relê e não deixa comentário, seja por vergonha, seja porque tem mais o que fazer mesmo, é com vocês que eu quero propor uma brincadeira.
No post anterior, anunciei a abertura do 6o Prêmio Off FLIP. Agora neste aqui eu peço sua indicação: qual dos textos publicados aqui (meus, claro!) eu deveria inscrever para concorrer ao Prêmio? Vote até o dia 29/04.
Sempre tive vergonha de me inscrever neste prêmio (acho sempre que não vou ganhar), mas há 2 anos minha avó pediu para eu me inscrever e ano passado eu não pude. Este ano conto com a ajuda de vocês: vocês indicam qual texto é mais legal e tem mais chance de ganhar. Eu me inscrevo e depois a gente ri junto do resultado. Combinado?

Prêmio Off Flip de Literatura abre inscrições

Já estão abertas as inscrições para o VI Prêmio Off Flip de Literatura 2011. Criado em 2006, o prêmio é um concurso de textos que busca estimular a criação literária em língua portuguesa. Embora seja uma ação independente, sem vínculo com a curadoria ou produção da Flip, ocorre paralelamente e conta com a parceria da Festa Literária para sua divulgação.



O Prêmio Off Flip já teve como participantes autores iniciantes e consagrados, e conquistou reconhecimento no Brasil e no exterior. Dividido nas categorias poesia e conto, abarca textos de autores residentes no Brasil, brasileiros que vivem no exterior e escritores de países lusófonos.


Os vencedores serão contemplados, nessa sexta edição do concurso, com prêmios em dinheiro, ingressos para as mesas da Flip e estadia em Paraty. Os 30 textos finalistas serão publicados em uma coletânea pelo Selo Off Flip.


As inscrições vão até o dia 30 de abril de 2011 e devem ser feitas pelo correio. O regulamento pode ser lido no site do evento: www.premio-offflip.net. A premiação ocorre durante a 9a Flip, entre os dias 6 e 10 de julho.

sexta-feira, 15 de abril de 2011

TIA CORUJA NEWS INFORMA

Domingo, 10/04, nasceram em Laranjeiras meus 2 sobrinhos: João e Paulo, filhos da minha "irmã" Guigui e do Léo.



sábado, 9 de abril de 2011

Eu




Tô relendo minha lida, minha alma, meus amores
Tô revendo minha vida, minha luta, meus valores
Refazendo minhas forças, minha fonte, meus favores
To regando minhas folhas, minhas faces, minhas flores
Tô limpando minha casa, minha cama, meu quartinho
Tô soprando minha brasa minha brisa, meu anjinho
Tô bebendo minhas culpas, meu veneno, meu vinho
Escrevendo minhas cartas, meu começo, meu caminho
Estou podando meu jardim
Estou cuidando bem de mim

terça-feira, 5 de abril de 2011

MANTRA PRA NÃO FICAR CHATA



Ontem um velho amigo meu me falou "você já percebeu que em meia hora de conversa você já falou sobre mil defeitos seus?". De fato, no meio da conversa eu soltava umas frases do tipo "nossa! minha unha tá horrível", "meu cabelo tá sem corte" ou "tenho de voltar a malhar, tô gorda".
Quantas vezes, num dia, a gente não repete essas coisas negativa sobre nós mesmas? A gente fala isso com tanta naturalidade, que nem percebe e, quando vê, esse monte de reclamações já virou uma grande verdade na nossa cabeça.
Falei pro meu amigo que ele me deu um toque muito importante, pois eu, assim como um monte de mulher que eu conheço, ando precisando gostar mais de mim. Aí ele se lembrou daquele tal bilhete que um ex apaixonado me mandou e disse: faça dele um mantra! Acredite em cada uma das palavras. Se não, você vai virar uma chata de galocha.
Po! Gorda de cabelo sem corte e ainda por cima chata? É melhor fazer o que ele, que gosta de mim, mandou: Repetir que sou linda, maravilhosa e também ler este famoso bilhete.


"Será que você nunca reparou que pra mim não importa quanto você pesa? Em vez de tentar adivinhar isso, prefiro te abraçar e acariciar seu corpo macio. Aliás, adoro ver seu ritual de passagem de cremes: nas pernas, nos braços, na barriga. E quando você pede ajuda pra alcançar as costas, aí eu adoro ainda mais você.
Não sei seu manequim e nem me interessa. Sei o tamanho da sua cintura pelas minhas mãos e isso basta. E se alguma vendedora de roupa me perguntar seu tamanho vou responder: do tamanho exato para caber no meu abraço e dividir minha cama.
Aliás, foi uma resposta parecida que dei quando meu irmão perguntou como você era: do jeito que eu gosto. É, menina encanada com o peso e com o manequim, você é do jeito que eu gosto. Nunca reparou nisso, né? Por isso me deixa sozinho em casa e vai pra academia suar.
Não estou reclamando de você se cuidar. Eu só quero que você se goste desse jeito aí que você já é. E se você não acredita que é tudo isso, pergunta pra mim. Pra mim, viu? E não para nenhuma daquelas suas amigas do trabalho ou da faculdade ou sei lá de onde. Nenhuma mulher confessa para um homem que outra mulher é linda.
Para de me chamar de exagerado: eu acho você linda e pronto. Eu te olho diferente do que você se olha. Você está presa a padrões de beleza, já eu prefiro olhar pra você e descobrir cada dia um detalhe que te faz diferente e bela. Por exemplo, quando você toma uma decisão e nem me consulta: vai lá e faz. Eu faço cara de chateado mas acho um charme você saber o que quer. Também gosto de ouvir que eu não mando em você. Ah, e sua carinha de brava?É a coisa mais sexy que já inventaram. Aposto que tem amiga sua que treina na frente do espelho pra ficar igual.
Quer ver você me deixar com os quatro pneus arriados? É só dizer "Tô com fome de doce" e devorar aquela barra de chocolate sozinha, em 10 minutos. Quando você abre o armário e diz que não tem roupa e fica olhando pra 3 mil vestidos e saias e calças, eu penso "vou casar com essa mulher".
Mas sabe o que me atrai mesmo em você? É que mesmo dizendo que é muito branca, que tem celulite desde que nasceu e que precisa de outra lipo, contraditoriamente você desfila pela casa sem roupa, numa naturalidade que me deixa perplexo. Eu amo ver você nua, ver suas pernas brancas, não ver nem marquinha de biquine. Outras mulheres precisam de marquinha de biquine para serem sensuais. Você não. Você só precisa ser você. De cabelo castanho ou vermelho, longo ou curtinho. Você está sempre na moda. Você merece sempre uma poesia. E eu sou louco por você.

Meu mundo é pequeno demais até pra mim

Eu tinha tanta coisa pra falar pra você. Algumas são importantes, outras não muito. Mas todas tem a ver comigo.
Eu queria te pedir poucas coisas e tenha certeza de que são muito, muito importantes. Pelo menos pra mim.
Mas você acha que eu consigo? Você acha que aprendi a falar de mim? Da única vez que consegui, ganhei uma cicatriz. Doi até hoje.
Eram sobre cicatrizes, medos, estranhezas o que eu queria falar com você.
Será que você já conheceu meu lado de menina medrosa? Ou será que ainda está encantado com o mulherão que dá conta de tudo: da própria vida, das contas dos outros, que faz a hora e odeia ter de esperar acontecer? Este mulherão fascina, né? E seria uma baita injustiça dizer que é só uma máscara, um disfarce: ela existe, sim. E divide espaço com uma menina assustada, que tem medo de só mudarem os protagonistas, mas o enredo ser o de sempre.
E se eu der mole e você conhecer o lado mais frágil de mim, o lado meu que só pede, que precisa ouvir "tá tudo bem. Já passou"? E se você tiver medo dele? E se você se assustar?
Foge, não. Eu prometo não chorar na sua frente, que é pra não te assustar assim logo de cara. Mas se você sair correndo e sumir na estrada, eu entendo. Eu também não gosto dela.
É por isso que não vou falar nada do que eu tinha pra falar, embora esteja com uma vontade imensa de dizer logo que eu sou chata pra caramba, que preciso do meu canto e não sei dividir todo meu tempo, por mais legal que você seja.
Estou com vontade de falar logo, sem anestesia, que não vale muito a pena tentar entrar no meu mundo, porque nele não há lugar pra mais ninguém que não seja eu. É que comigo estão tantas e tantas tralhas, lembranças e que minhas pirações ocupam muito mais espaço do que eu mesma.
Então lá vai, já que eu gosto de acabar com aquilo que tem tudo pra dar certo: não cabe nem você e nem mais ninguém em mim. E se você insistir eu vou ficar mais distante.
Mas se você insistir um pouquinho mais, eu vou achar lindo e,quem sabe, possa até arrumar um lugarzinho pra você. Mas não insiste,não: já vi este filme antes. E eu morro no final.