sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Tem hora que é hora de zerar-se.

Adoro música. Tenho algumas que me marcam, cada uma por um motivo especial.
Tenho pensado muito em como as pessoas se perdem delas mesmas, de como se camuflam ou se apresentam de um jeito diferente do que elas realmente são. Talvez seja parte daquilo que a gente chama "viver em sociedade": é preciso inventar uma personagem e vendê-la, para ser aceito ou até para não assustar os outros.
Ainda há pouco ouvi uma canção que me arrepiou e me faz refletir toda vez que a ouço: Canto de Ossanha do (magnífico Vinícius de Moraes e do não menos sensível Toquinho):

"Quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "estou" não está
Porque ninguém está quando quer
(...)

Pergunte pro seu Orixá
Amor só é bom se doer

Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor"

Já reparou que tem muita gente que se anuncia muito, que perde tempo dizendo que faz isso e aquilo, quando, na verdade, quem faz o que sente vontade de fazer não costuma sair por aí estampando em outdoor? Tem gente que diz "quero ser feliz", "não quero me apegar a ninguém", "não estou na fase de me envolver com ninguém". Gente, tantos planos, tantas condições... pra quê? A gente só tem que fazer uma coisa: viver. E deixar rolar: quando deixamos de querer fazer nosso destino e nos entregamos a um amor quando ele surge, somos felizes. Acho uma puta contradição dizer "eu quero mais é ser feliz", mas impormos tantas condições e exigências.Assim não aceitamos/ enxergamos o que a vida nos oferece. Às vezes de bandeja, até.

Tem tanta gente por aí economizando emoções, dizendo que quer recuperar o tempo perdido. E isso lá existe? O tempo que passou, passou. E se você o julga perdido, é pura ilusão pensar que vai recuperá-lo. O jeito é viver o novo tempo que e aproveitar o que ele oferece. Ser feliz com o que ele oferece. Mas ser feliz por inteiro e não aquela felicidade parcelada em 36x. Ser feliz é consequência disso: do que se faz com o que a vida oferece. A busca pela felicidade é caçar o que nos é importante: realizar sonhos, viver paixões, entregar-se.

Não dá pra querer ser feliz se a cabeça está cheia e condições. É preciso coragem para zerar-se e ir aonde imaginamos estar o que nos fará feliz.

Esvaziar-se de emoções passadas para encher-se de outras. Recomeçar quando o fim de algo se anuncia. Recomeçar sempre é fundamental. Exige coragem, mas quem disse que dá pra ser feliz sob o manto da covardia?

Tá infeliz no trabalho? Recomeça. Muda o jeito de fazer as tarefas diárias. Se não resolver, pede demissão. Não parcele sua felicidade. Tá infeliz no relacionamento, respira fundo, cria coragem e parte pra outra. Vai doer pra caramba no início, mas vale a pena. Não se contente com amor parcelado. Tá infeliz com os amigos? Conheça gente nova, não se deixe virar um resmungão por estar com um grupo que já não tem mais nada a ver com você.

São atitudes simples, e o simples nunca foi (e talvez nunca será) fácil. A vida não é fácil. Viver é difícil pacas. Tanto quanto sobreviver. Cada um tem suas dificuldades e a gente sabe que facilidades para não se reciclar existem aos montes.

Vai. Vai. Vai amar. Vai. Vai. Vai sofrer. Vai. Vai viver.

domingo, 7 de novembro de 2010

SOBRE FELICIDADES, SORRISOS E ALGO MAIS

Como se já não bastasse minha vida estar de pernas pro ar, você cruzou meu caminho e ainda faz isso comigo. Faz um monte de coisas comigo. Só coisa pra me deixar mais complicada, mais doida, mais boba, mais cega. Se essas coisas que você faz comigo não fossem tão boas às vezes, eu ia te odiar. Mas como não adorar perceber que ainda estou viva? Como não achar uma delícia essa náusea que você me dá? E a vertigem que eu sinto quando eu penso em você, e a risada feliz que eu dou sem motivo? Até a saudade que eu tenho quando você vai embora, até isso eu adoro.

Eu passei tanto tempo não sentindo nada e parece que resolvi sentir tudo, de uma vez só. É por isso que eu gosto tanto do jeito que você me olha, do jeito que você cuida de mim. Às vezes tenho medo: entrei nesse barco e você embarcou comigo. Felizes, nem ligamos para a tempestade do mundo real, das trovoadas em nossas vidas.

Aí eu me pergunto, minha amiga me pergunta, parece que ouço um monte de gente me perguntando "você não tem medo?". Sim, eu tenho, mas é só um pouco. Nada que me impeça de sorrir e achar que é melhor sentir frio na barriga do que não sentir nada.

Não esperava me ver assim, com cara de quem descobriu um segredo, de quem encontrou um brinquedo perdido. Foi surpresa boa encontrar você, meu brinquedo predileto, meu companheiro de olhos lindos, meu "abraçador" oficial.

Só não sei o que meus leitores vão achar de tantos textos sobre essa felicidade fácil, essas quase declarações meio melosas. Mas que ninguém ouse reclamar do meu momento meloso: se eu voltar a escrever meus maus humores, vocês vão me achar muito,mas muito mais chata, ok?


sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Nome pra quê?

Acho que foi Sheakspeare que escreveu que se uma rosa não tivesse esse nome, continuaria sendo uma rosa.
Lembrei disso há uns minutos, pois minha amiga perguntou "afinal, vocês estão namorando?". Respondi "Não pensei nisso. Acho que é namoro, mas pode ser só compromisso. Só sei que é bom" Nao é preciso dar nome a tudo, né?
Quando duas pessoas se gostam e tem um compromisso, isso tem um nome: namoro. Ou casamento. E quando uma pessoa gosta da outra e vê que este sentimento, por si só, é um compromisso? Que nome se dá para o que estas duas pessoas estão vivendo? Sei lá, só sei que não vou perder meu tempo pensando nisso.
Mas só pra não deixar minha amiga sem resposta, eu disse: ele é meu querido e eu sou querida dele.
E entendemos, as duas, o que isso significa.

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

SEJA BEM-VINDO, TSUNAMI.

Ando sumidinha do blog, né? Muitos assuntos pra resolver, pouco tempo pra escrever, mas tudo bem. A vida não é do jeito que a gente quer. Mas às vezes ela nos traz umas surpresas agradáveis e eu fui premiada com uma agradabilíssima. Sem entrar em detalhes, digo apenas que um "Tsunami do bem" invadiu minha vida, meu mundo e que estou feliz pra caramba!


"Assim que vi você

Logo vi que ia dar coisa.
Coisa feita pra durar,
Batendo duro no peito
Até eu acabar virando
Alguma coisa
Parecida com você.
Parecia ter saído
De alguma lembrança antiga
Que eu nunca tinha vivido,
Mas ia viver um dia.
Alguma coisa perdida
Que eu nunca tinha tido,
Alguma voz amiga
Esquecida no meu ouvido.
Agora não tem mais jeito:
Carrego você no peito,
Poema na camiseta
Com a tua assinatura.
Já nem sei se é você mesmo
Ou se sou eu que virei alguma coisa tua"
(Coisa Tua - Alice Ruiz)