sexta-feira, 31 de julho de 2009

MOMENTO PROFANO

Ao contrário do que algumas pessoas pensam, não tenho absolutamente nada de intelectual ou séria. Aliás, caminho a passos largos disso: adoro piadinhas politicamente incorretas e coisas do tipo.
Por isso, não posso deixar de transcrever uma notícia do blog Educação à Brasileira:


"Uma revista distribuída a professores da rede pública pela Secretaria de Educação da Bahia contém uma tira em que o personagem Chico Bento, num diálogo adulterado, usa linguagem chula.
Primeiro, um menino fala:
-Meu pai tem oitocentas cabeças de gado. Chico Bento responde:
- Fala para ele enfiar tudo no c. "

A tirinha original é esta aqui. Agora me diz: a adulterada é ou não mil vezes mais engraçada?

Quem quiser ler a matéria toda, clica aqui.

quinta-feira, 30 de julho de 2009

4º ENCONTRO DE REDAÇÃO PUBLICITÁRIA DE PARATY

Nos dias 31 de Julho e 1º. de Agosto, o auditório da Casa de Cultura será palco para o 4º ENCONTRO DE REDAÇÃO PUBLICITÁRIA DE PARATY.
Durante o evento acontece coquetel, lançamento de livro, exposição de anúncios consagrados, concurso para universitários, palestras e debates, além da entrega do Troféu Jeca Tatu a profissional de inegável contribuição de talento ao setor publicitário brasileiro.

Programação:
Dia 31 de Julho

Recepção de boas vindas, realização do Concurso Universitário, coquetel, noite de autógrafos e exposição de anúncios.


Dia 1 de Agosto
Palestras a partir das 10h.
Intervalo apara almoço
Apresentações Especiais às 14h.

Palestras retornam às 15h.
Entrega do Troféu Jeca Tatu, a Washington Olivetto, às 18h.

Palestrante e debatedores confirmados:
- Álvaro Novaes (CEO Arsenal Digital Labs)
- Flavio Medeiros (Presidente do Clube de Criação do Rio de Janeiro)
- Pedro Porto (Diretor da Santa Clara Nitro)
- Hiran Castello Branco (Presidente do Conselho Nacional de Propaganda)
- Jomar Pereira da Silva Roscoe (Presidente da Associação Latino Americana de Agências de Publicidade)
- Washington Olivetto (W/Brasil)

No site da ALAP tem todas as informações

quarta-feira, 29 de julho de 2009

UMA CANÇÃO É PRA ISSO

Há uns dias recebi este vídeo por e-mail. Publicá-lo aqui é uma forma de dizer ao menino que sim, adorei. Sim, você é especial. A boba sou eu :)

terça-feira, 28 de julho de 2009

ALL YOU NEED IS LOVE

Preconceito é uma baita de uma ignorância. Por que tanta gente tem mania de olhar torto pra quem é diferente?
Sei lá, continuo achando que é de amor que o mundo tem precisão.
PS: o desenho acima é da Bianca Marotta, uma blogueira muito fofa, que escreve no Mão na Roda.

sexta-feira, 24 de julho de 2009

A PRÓXIMA GRANDE SENSAÇÃO



Comprei este livro 6a-feira passada e pensei que passaria o final de semana me ocupando dele. Que nada: terminei de ler no mesmo dia (tudo bem! Foi no dia seguinte, porque já passava de meia-noite. Mas é que eu não dormi, então conta como o mesmo dia, né?).


Durante toda a vida, Kat Larson esperou por coisas: ligações que nunca aconteceram, caras que não apareceram, convites que teriam se perdido no correio. Porém, mais do que tudo isso, sempre esperou ser magra.

Aos 27 anos, ela achava que nunca poderia ser feliz, a menos que perdesse alguns quilos. Muitos quilos.

Depois de ter feito todo tipo de dieta, Kat decide adotar uma estratégia mais ousada: entrar para From fat to fabulous, um novo reality show em que seis mulheres, todas tamanho 46 ou mais, lutam contra as saliências (e, principalmente, umas contra as outras). Dessa vez, era impossível não dar certo.

Kat tinha uma motivação a mais - poder finalmente encontrar seu namorado virtual, que só a conhecia por foto... montagem.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

SOBRE ROSAS E LEMBRANÇAS

Queridos,

estou sumida e vocês já devem saber o motivo. Além de estar um pouco sem tempo de escrever (por causa do trabalho), não quero ficar monotemática e só falar de saudade ou a coisas do tipo.

Ainda estou digerindo a perda e também ando meio preocupada com meus tios.

Vou falar um pouquinho sobre minha avó agora, mas pretendo que não vire um texto triste.

Vovó Cininha foi professora por muitos anos e nunca perdeu a pose e nem a maneira de falar dos professores de "antigamente" (aquela época em que esses profissionais eram respeitados, sabe?). A coroa fazia cada discurso (de improviso) que era brincadeira. Quem ouvia ficava babando com o que ela falava, com a facilidade de se comunicar.

Aprendi ser fã da minha avó com o tempo. É que ela era muito séria, muito reservada, meio fria até. E criança não gosta disso, né? Mas conforme fui crescendo, fui vendo que mulher inteligente, culta ela sempre foi. Passou por muito sacrifício na vida, mas sempre foi forte e digna.

Há uns 10 anos houve uma briga de família (afinal, só a bailarina não tem problema na família, né?) e eu me desentendi com minha tia . Claro que minha avó tomou as dores dela e ficou sem falar comigo (mãe é mãe). Mas de todos os muitos defeitos que tenho, guardar rancores não é um deles. Então, mesmo sem falar com minha tia ou com ela, nunca deixei de querer saber notícias. E muito menos as eliminei do meu coração.

Em 2004, liguei pra vovó Cininha. Senti uma necessidade imensa de voltar a ter contato com ela. É que sou muito apegada à família e minha sobrinha acabara de fazer 1 ano e eu queria ser um bom exemplo pra elazinha. Arh! Que exemplo horroroso eu seria se não falasse com minha avó, a matriarca.. Na minha cabeça passava a seguinte ideia: estou sendo hipócrita em falar que amo meu pai, afinal, estou há uns anos sem falar com a mãe dele. Estou sendo hipócrita em dizer que minha família é tudo pra mim, afinal estou sem falar com minha avó" Odeio hipocrisias e não tenho problemas em pedir desculpas. Então, numa noite de setembro, liguei pra ela. Disse o quanto ela era importante para mim e que qualquer mágoa era muito menor do que os laços que nos uniam. Além disso, herdei dela tantas características físicas... de certa forma, ao me olhar no espelho eu a veria sempre. Dona Cininha ficou feliz com isso, mas eu fiquei muito mais. Foi como se eu tivesse feito as pazes entre meus princípios e minhas atitudes.

Desde então eu sempre dava um jeitinho de fazer um agrado a ela, sendo que isso não tinha a nada a ver com ser melosa. Eram agrados "bobos", como imprimir uma poesia ou uma letra de música e mandar pelo correio, dar um telefonema. Coisinhas à toa, mas que a faziam se sentir querida.

Aos poucos me reaproximei da minha tia e vovó Cininha me falou que esse foi o maior presente que ela poderia receber. Lembro que falei assim "Vó, eu briguei com ela um dia. No outro dia já tinha passado. Assim como tenho você como exemplo de mulher forte, tenho ela como exemplo de tia que eu quero ser pras minhas sobrinhas".

Minha avó tinha 5 filhos e tenho relacionamentos diferentes com cada um deles. Meu padrinho é o mais velho e um dos com quem tenho mais afinidades. Ele mora em São Paulo há muitos anos mas não se desvituou: é Flamengo! E essa nossa paixão pelo mesmo time é uma das coisas que nos liga. Essa tia de quem já falei sempre foi aquela que dizia sim pra todos os sobrinhos. Era ela quem deixava a gente falar palavrão, comer fora de hora e essas coisas que "gente grande" não deixa. Quem tem uma tia assim sabe do que estou falando. Quem não tem deve esperar a próxima encarnação para saber como é bom.

Com os outros dois irmãos eu tenho um relacionamento normal, sem grandes afinidades ou diferenças. O elo entre eles 4 é meu pai: todos gostam muito dele. E isso me faz gostar de todos eles, afinal, tratou bem meu paizinho entrou logo no meu coração.

10 dias antes de morrer, ela me ligou. É que imprimi e encadei alguns textos que escrevi aqui e mandei pra ela, Queria que ela conhecesse um pouquinho das bobagens que escrevo, afinal, ela tinha tanto orgulho de dizer que sou formada em Letras... Olha, sem querer me gabar, Dona Cininha ficou com um orgulho danado de mim! Disse que já imaginava que eu escrevesse bem, mas que ficou surpresa com a qualidade dos textos. Aí me disse que os mostrava para todos que ia visitá-la. Pedi por favor que parasse de fazer isso, pois era uma coisa pra ela ler, pra passar o tempo. Mas vai convencer uma mulher de temperamento forte como o dela a fazer o que acha que é certo? Deve ter enchido a paciência de tanta gente ...

No enterro, falei umas palavras sobre ela. Nada que não soubessem , afinal, recebeu tantas homenagens em vida. Mas eu sei que ela gostaria de que um dos netos fizesse isso. Ela era uma mulher de discursos, de palavras. Desceu ao túmulo sob aplausos. E sei que era assim que ela gostaria de ser homenageada.

Ainda é estranho falar dela no passado. Mas fico feliz por tê-la tido como avó e sei que é preciso deixar que sua alma descanse.

A missa de Sétimo Dia foi hoje, na Igreja de Santa Rita, lá em Paraty. Não pude ir, mas o Jomar (sempre ele!) me mandou uma foto que me emocionou muito: no altar hávia várias flores brancas e uma única rosa vermelha. Retirada do jardim que ela cultivava com muito carinho.

Minha sobrinha Lara é apaixonada por rosas vermelhas. Eu tenho uma rosa, também, vermelha tatuada. Quem cultiva tantas boas lembranças nunca parte completamente, não é?

É isso. Foi por isso que andei sumidinha. Beijos.

sexta-feira, 17 de julho de 2009

SOBRE ROTINAS E O QUE NÃO COMBINA COM A GENTE.


Eu tava em casa. Tinha acabado de chegar da academia e uma preguicinha gostosa se instalava enquanto eu dava uma olhada nos canais da TV. Parei no 43, porque era hora de "House" e não resisto àquele mal humorado que sabe tudo sobre o corpo humano. Mudei o canal e vi a notícia: Michael Jackson morreu. Um pequeno susto, mas todo mundo morre, não é mesmo? É estranho porque tem gente que parece que nunca vai morrer, não combina com a morte.
Durante as semanas seguintes o assunto ainda era esse: o Rei do Pop morreu. Mas como um rapazinho muito querido em outros tempos reapareceu, minhas notícias prediletas vinham via telefone ou e-mail. O mundo se acabando em homenagens ao esquisitão Michael Jackson e eu lá, conversando com meu querido de outrora.
De manhã as coisas são tão iguais: lavar o rosto, corretivo nas manchinhas de sol, filtro solar e maquiagem levinha pra ir trabalhar. Nos jornais, notícias daquilo que não me interessa. Taxi pro trabalho. Bom dia pra todos. Telefonemas, e-mails, reuniões, pausa pro almoço. E pro livro. Tudo de novo na parte da tarde. 6:15h, aula de Pilates, depois Spinning e casa. Sinuca às 4as, Lapa na 6ª ou no sábado e domingo pra não fazer nada.
Dei bobeira e deixei morrer uma flor que estava, havia alguns meses, enfeitando o canto da minha sala. Pedi uma pizza pra comer vendo "Outono em Nova Iorque" pela milésima vez. Lembrei de marcar dentista. Recebi umas fotos que nem lembrava mais. Eu e ele, numa viagem decidida em cima da hora e com gosto de irresponsabilidade: saímos cedo do trabalho na 5ª e cada um inventou uma história na 6ª-feira. Melhor do que programar férias é fugir com o namorado durante a semana e desligar o celular. O destino tanto faz. Eu me lembrava de cada uma daquelas fotos, do que estávamos falando, porque estávamos rindo. Senti o calor de cada abraço trocado naqueles dias, já tão distantes.
A semana passou "mezzo a mezzo": com rotina e surpresas. Será que vale a pena voltar pro ex? Se acreditasse em cartomante, ligaria praquela que a Ju indicou. Quando não sei o que fazer me dá vontade de acreditar nessas coisas. Deve ser bom dizer que as cartas é que sabem do meu futuro. Pensando bem, é melhor dar uma corridinha, só pra não ficar pensando nisso. Mais tarde vou botar a correspondência em dia e também ligar pra minha amiga lá de São Paulo que teve bebê há 2 meses.
Aquele mendigo do supermercado me tira do piloto automático: quando passo por ele lembro do quanto sou feliz e agradeço a Deus porque posso comprar os remédios dos meus pais e penso que deve ser muito triste depender da caridade dos outros pra ter o que comer. Estou com um pouquinho de febre, deve ser a garganta. Melhor secar bem o cabelo e dormir de camisola quentinha.
De manhã a rotina se quebrou com o telefone tocando. "Oi, Gi, aconteceu alguma coisa?". Minha irmã ficou em silêncio e eu adivinhei o que ela tinha pra falar, mas também fiquei em silêncio, numa torcida cega pra não ser nada daquilo. "A Vovó Cininha morreu, Aline. Você pode vir? Meu pai ainda não sabe, tá dormindo. Como eu falo pra ele?". Silêncio. Todo mundo morre, não é mesmo? Mas é sempre melhor quando a notícia acontece longe do nosso quintal.
Quatro horas de viagem depois, cheguei à igreja onde acontecia o velório. Abraços solidários e palavras bonitas sobre ela, minha avó. Minha avó que parecia que não ia morrer nunca, porque tem gente que não combina com a morte.
Depois do susto e do choro, um alento: minha família estava reunida, como havia muito tempo não se fazia. Minha avó está em paz, eu tenho certeza.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

HOJE

Hoje não vou falar de poesia, não vou falar dele e nem falar de mim.
Hoje minha Vovó Cininha morreu e deixou um vazio enorme em quem a conhecia.
É estranho acordar e não ter mais avó. É muito estranho.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

PARA SEMPRE

A dor que hoje me doi
é bem maior do que a distância
que te tirou de mim
Assim, de hora pra outra,
sem nem avisar.
É dor que doi diferente
já que é sem remédio
e que pra sempre vai doer.

Hoje não tenho tua mão,
teu riso, teu conselho.
Tenho só a lembrança
de tua amizade, tua lealdade.

Faz anos da tua partida
Mas hoje era dia de comemorar
com bolo, presente e festa surpresa.

Hoje, 13 e Julho é aniversário da minha prima Lili, que foi embora cedo demais.

sábado, 11 de julho de 2009

BLOGUEIRA CANSADA AVISA



Depois da festa que fui ontem, talvez leve 1 mês para voltar a escrever. Estou exausta :)

Sobre a poeta Marina Gouvêa

Amigos queridos,

recebi vários comentários que comparam-me à minha Tia e Dinda Marina. Por menos modesta que eu seja, asseguro a todos: não tenho um décimo do talento ou sensibilidade desta minha amada Poeta.
"O ninho" é apenas um dos muitos contos (sim, além de entender-se bem com a poesia, ela também escreve prosa) com a "marca registrada": descrição minuciosa que nos faz sentir a emoção do que está a falar.
Minha Dinda é daquelas pessoas raras, que não se deixou endurecer com as pancadas da vida. Ao contrário, vê o mundo com um olhar tão poético, tão sensível que me faz emocionar. Quem tem oportunidade de conviver com ela sabe bem disso.
Sou apenas uma menina cujas tardes ideiais eram as que passei a brincar com meus primos ou a mexer e remexer nos livros das imensas estantes da Dinda Marina. Parada em frente a tantos livros, eu os folheava, cheirava, lia trechos que pouco ou nenhum sentido faziam a uma menina de pouco mais de 7 anos. Ali, eu tenho certeza, comecei a me apaixonar pela palavra escrita.
É apenas isso o que sou: uma menina apaixonada literatura e fã incondicional desta minha Dinda. Não temos semelhanças físicas alguma, tampouco parecenças intelectuais. Mas tenho o direito de sonhar um dia olhar o mundo com tanta sensilidade. E também vê-la deixar a timidez de lado e publicar seus poemas.
Então é isso: não se enganem, não sou talentosa. Apenas gosto de escrever. E saber que tenho alguns leitores queridos.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Recadinho pra Ju

Ju,
manda seu e-mail pra gente se falar mais.
Você é uma fofa, viu? Acho que um dos comentários no texto que mandei para o Mão na Roda foi seu, né?
Beijoca,
Aline

PS: Que fofa você sonhar que se estava apresentando a mim.

quarta-feira, 8 de julho de 2009

UM CONTO PREMIADO NA OFF FLIP / MARINA GOUVÊA

Quando eu era menina, dividia o tempo como minha mãe fazia com a maçã vermelha e brilhante que meu pai trazia do centro da cidade: em duas partes. Ela fazia questão de dividir tudo que nos oferecia: doces, frutas, brinquedos. Agia assim para nos ensinar a compartilhar. "Compartilhar ajuda a fazer amigos", ela dizia.

Nada de dias e noites, meses e semanas ou estações do ano. O meu tempo era dividido em: tempo de aulas e tempo de férias. E era acompanhado de uma carga de emoção tão forte que conseguiu sobreviver ao próprio tempo e influenciar a minha vida inteira.

Meu pai e o irmão mais novo, tio Francisco, saíram de Macaé, norte fluminense, para o Rio de Janeiro em busca de melhores condições de vida. Compraram um sítio próximo da cidade e, aos poucos, trouxeram irmãs, tios, primos e sobrinhos com suas famílias para morar nele. Foi assim que, em pouco tempo, formou-se ali uma comunidade familiar que fez com que a minha infância fosse mais feliz. Morei no sítio por pouco tempo, mas nos anos que se seguiram, era lá que todos os primos se reuniam para passar as férias. Era como voar para um mundo de faz-de-conta.

Lá tudo parecia mágico. A casa antiga de tijolos vermelhos aparentes, como eram as casas das histórias que eu lia nos livros de Contos de Fadas, era cercada de árvores frutíferas e flores, muitas flores, que coloriam o quintal e atraíam pássaros e borboletas de todos os tamanhos, espécies e cores.

Na frente da casa passava um riacho que, às vezes, era pouco mais que um fio d´agua. Sobre ele havia uma pequena ponte de madeira, onde ficávamos por longas horas sentados com as pernas penduradas, balançando como pêndulos de relógio, conversando com os peixinhos que vinha ali procurar alimento. Eram minúsculos, todos iguais. Chegavam em alegres cardumes, curiosos como crianças em piquenique. Mesmo no seu silêncio de peixes, pareciam sorrir.

A casa era construída ao pé da serra. Atrás dela havia uma floresta encantada. Na minha convicção de criança sonhadora, firmara-se a certeza de que ali viviam duendes, fadas, bruxas e dragões alados. Naquela floresta, desconhecida e cheia de mistérios, as minhas ilusões viravam verdades.

Quando a noite caía devagar e o vento empurrava pelo ar o sussurro das folhas tocadas por ele, eu até ouvia as vozes dos Sete Anões que cantavam enquanto caminhavam com passos ritmados ao encontro da Branca de Neve "Eu vou, eu/ pra casa agora eu vou".

Numa noite escura, muito escura, quando todos dormiam tranquilamente, olhei pela vidraça e via a flecha de Robinson Cruoe passar, luminosa, por entre as árvores soturnas que balançavam ao vento frio da madrugada. Fiquei quieta e feliz porque sabendo que ele estava por perto eu não precisava sentir medo do escuro. Aquele era o mundo da minha infância. O sítio era grande o bastante para que ali fosse criados patos, perus, porcos e galinhas. Naquele tempo toda mãe criava galinhas. A minha, para não fugir à regra, mandou construir um galinheiro no quintal. Não era muito grande, mas era coberto, organizado e limpo – até onde os habitantes o permitiam.

Dentro dele havia uma armação de varas de madeira, presas uma acima da outra nos mastros laterais inclinado para trás, formando uma grande escada que minha mãe chamava de "puleiro". Eu sempre achei que era chamado assim porque as aves tinha de "pular" para subir nele. Só muito tempo depois concluí que a palavra veio de "poule", galinha em francês.

Ao anoitecer, as galinhas e os desajeitados frangos – que eram os adolescentes da espécie – acompanhados pelo galo deixavam o terreiro, onde passavam o dia a ciscar e se recolhiam ao "puleiro" para pernoitar em segurança fora do alcance de possíveis predadores.

Eu achava bonito aquele momento em que todos subiam no "puleiro" e ficavam encostados uns aos outros. Era como se fossem os componentes de um coral, se posicionando para uma audição. Às vezes, eu ficava da janela observando o movimento frenético das aves que cacarejavam sem parar até encontrar uma posição confortável. Os menores sempre levavam desvantagem, pois eram empurrados pelos mais fortes sem cuidado ou respeito. Mas, depois de algumas quedas ao som de um cacarejo inconformado com a prepotência dos maiores, faziam nova tentativas até que conseguissem um bom lugar.

Então a noite caía sobre o sítio e com ela o silêncio envolvia o galinheiro como se fosse um lençol escuro e protetor. A paz tomava conta de tudo até que surgisse no horizonte o primeiro raio de sol. Nesse instante, o galo cantava acordando o dia e tudo começava a se mexer de novo. As aves se preparavam para mais um dia de ciscar.

No galinheiro havia ninhos feitos com palha seca que as galinhas "poedeiras", como minha mãe chamava as que estavam em fase de reprodução, usavam para pôr os ovos. Esses ovos seriam recolhidos pela manhã e mais tarde transformados em bolos, omeletes, tortas ou simplesmente mexidos ou estrelados para nossa alegria.

Entre as galinhas do sítio havia uma, chamada Brigite, que não se conformava em utilizar o ninho já preparado no galinheiro. Ela era orgulhosa e aventureira. Fazia questão de confeccionar seu próprio ninho longe das interferências dos humanos. Seu senso de sobrevivência conhecia as intenções de quem construía para ela o ninho: saciar a própria fome, sacrificando os ovos que deveriam originar a sua família, ou melhor, a sua ninhada. Não aceitava tamanha falta de sensibilidade. Então resolveu tomar uma atitude drástica para evitar que isso acontecesse.

Quando era tempo de botar ovos, ela desaparecia por um longo período da tarde. Ninguém sabia por onde andava. Horas depois, reaparecia desconfiada como quem acabou de fazer algo errado.

Brigite era uma galinha vermelha, de patas fortes, que avançavam decididas. Desfilava pelo terreiro elegante como uma "top model" na passarela. Minha mãe dizia que era uma galinha "legorne". Eu não sabia o que isso significava, mas pelo som da palavra e pelo porte altivo de Brigite tinha certeza de que ela devia ser uma galinha de classe.

Certa vez ela se embrenhou pelo mato e passou vários dias longe da impertinência da nossa curiosidade. Ao voltar, trazia um olhar arisco de quem guardava um segredo e temia por sua descoberta. Chegou desconfiada, pisando nas pontas das patas, como se quisesse passar despercebida. Caminhava de um lado para o outro observando a reação das outras aves. Logo depois foi juntar-se a elas e começou a ciscar, cacarejando o segredo, como se nada tivesse acontecido.

No dia seguinte, e nos outros também, repetiu-se a cena. E foi assim por muitos outros dias até que, aproveitando a distração dos habitantes do sítio, ela se esgueirou pelos fundos do quintal e desapareceu.

Passaram-se semanas, sem que dela tivéssemos notícias. Nós estávamos de férias e, eu e meus primos, não tínhamos outra obrigação a não ser brincar. Era um tempo só de alegria.

Preocupada com o que poderia ter sucedido a Brigite, minha mãe resolveu convocar o nosso barulhento serviço de investigação. Daquele momento em diante era nossa a incumbência de encontrar a galinha antes que uma cobra ou outro animal faminto o fizesse.

Reunimo-nos na varanda da casa para traçar estratégias. Localizar o ninho era uma missão que levávamos a sério. Depois do almoço, como um pelotão de soldados cônscios da responsabilidade que lhes era confiada, partimos à procura da ave desaparecida. Vasculhamos toda a redondeza. Reviramos cada folha de capim que encontramos pelo caminho e ... nada. Voltamos no dia seguinte, no outro, e, assim, por incontáveis vezes fizemos o mesmo trajeto, sem sucesso.

A esperança já quase se desvanecia, quando resolvemos nos espalhar por entre arbustos, plantas rasteiras, samambaias e trepadeiras floridas numa feroz caçada. Cada um seguiu por um lado. Eu caminhei em direção de um Ipê-amarelo, minha árvore preferida, que ficava no meio do campo, desgarrada das outras árvores. Embaixo dele havia uma grande moita de Capim-limão verde e fresquinha, cujas folhas balançavam ao sopro da brisa da tarde. Olhei na sua direção e uma luz que emanava do frescor das folhas parecia me dizer que algo precioso se escondia ali. Abri as folhas com as mãos e lá estava Brigite imóvel sobre o ninho. Por um momento imitei sua imobilidade. Assustada, ela se levantou quando me viu. Naquele instante pude ver os ovos rosados e quentes, aconchegados uns aos outros como se quisessem se proteger mutuamente. Sobre ele algumas leves penugens tremulavam tocadas pela aragem. Pensei em gritar para que os outros soubessem que eu encontrara o ninho. De repente, como se desse conta do risco que corria se fosse descoberta, ela voltou ao seu lugar e me fitou firmemente com os olhinhos redondos e brilhantes, pequenos botões de vidro. Era o olhar de quem suplicava ajuda.

Numa atitude solidária resolvi me calar. Selei com ela um pacto de silêncio. Tornei-me sua cúmplice. Escondi o ninho com galhos secos de um jeito que não era possível ser visto por mais ninguém.

A busca prosseguiu,porém sem que eu participasse dela. Quando meus primos se cansaram, voltaram para casa desanimados. Nos dias que se seguiram não os acompanhei mais, alegando cansaço. Usei todos os argumentos de que dispunha para convencê-los a fazer o mesmo.

Os dias correram céleres, mais ainda pelo prazer do estar em férias. Eram tantas as brincadeiras que as crianças logo se esqueceram de perseguir Brigite e deram a missão por fracassada. Conivente com o segredo, eu me mantia silenciosa como as pedras do quintal.

Numa tarde preguiçosa de domingo em que o Sol claro e morno parecia querer se despedir de nós pra descansar atrás da serra, estávamos sentados na varanda jogando e planejando as travessuras do dia seguinte, quando percebemos um movimento súbito entre as folhas de um canteiro de margaridas que se estendia como um tapete branco na frente da casa.

Logo depois, surgiu Brigite, quase redonda pelo expandir das penas que exibiam o orgulho da maternidade. Atrás dela, num pipinar intenso, empurrando-se uns aos outros como se tivessem pressa em se apresentarem, vinham os pintinhos. Eram muitos, amarelinhos como os miolos das margaridas.

Quando vimos a ninhada, imediatamente paramos o jogo e, como num movimento ensaiado, pulamos todos ao mesmo tempo por sobre os degraus da varanda e corremos em sua direção.

Com os olhos arregalados e o coração em descompasso pela surpresa da visão, as crianças se perguntavam como a galinha conseguira manter escondido o ninho.

Por um instante Brigite deixou a barulhenta ninhada e veio bicar os meus pés. Cacarejou coisas que só eu entendi. Ninguém percebeu a nossa cumplicidade. Aquele era um segredo só nosso.

E foi meu primeiro segredo compartilhado.


(O Ninho. In "Coletânea Prêmio OFF FLIP de Literatura 2009. 1º lugar categoria Contos)

Marina Gouvêa do Nascimento chegou em Party em 1965 para lecionar no Grupo Escolar Samuel Costa, atual CEMBRA. Deveria permanecer por apenas dois anos, mas apaixonou-se pela cidade, por sua cultura, por sua gente e aqui fixou residência até hoje. Formada em Letras, encontra grande prazer na leitura e na escrita e teve seus poemas publicados em revistas literárias do Rio de Janeiro e nos jornais de Paraty. Prepara um livro de poesias, que deverá ser lançado em breve. Esta é a biografia que consta no livro de coletâneas. Para mim, a autora é a minha amada Dinda Marina. Minha poeta predileta a quem desde pequena olho e penso "Quando eu crescer, quero ser igual a ela".

UM LIVRO MUI GIRA

"Nem todos os homens têm coração, mas há mulheres que também não.
O que pode separar duas irmãs? Como se perde uma grande amizade?

Três mulheres entregues à solidão contam a sua história e acabam por revelar os segredos mais surpreendentes: Maria do Carmo não é o que parece, Verónica descobre o impensável e Julieta carrega a culpa de um violento e sórdido trauma.
Afinal, todas as pessoas são normais até as conhecermos melhor."

"Pessoas como nós" é o quinto romance da escritora portuguesa Margarida Rebello Pinto. Além da história ser muito interessante, a gente ainda se delicia com as gírias d´além mar. Mas não se assuste: tem um glossário ao fim do livro.
* MUI GIRA: MUITO LEGAL

terça-feira, 7 de julho de 2009

IRENE NO CÉU - MANUEL BANDEIRA


Uma das primeiras poesias que li foi essa "Irene no Céu".

Lá na Flip fiquei encantada com a réplica de São Pedro e Irene. Por isso fiz questão de fazer uma foto ao lado deles. Com um sorrisão, pra ver se São Pedro também me deixa entrar sem pedir licença.



Irene preta
Irene boa
Irene sempre de bom humor.
Imagino Irene entrando no céu:
- Licença, meu branco!
E São Pedro bonachão:
- Entra, Irene. Você não precisa pedir licença.

segunda-feira, 6 de julho de 2009

QUALQUER MANEIRA DE APRECIAR ARTE VALE A PENA

A cada edição da FLIP a gente percebe que o objetivo não é só divulgar Literatura e sim todo tipo de arte (viva!).
Um exemplo disso foi o concerto que fez parte da Programação FLIP- CASA DA CULTURA, com o quinteto de sopros Kaleido, que se apresentou na Igreja da Matriz.

Adorei a proposta: tocaram as músicas ouvidas pelo homenageado Manuel Bandeira.

No repertório havia, entre outros, músicas de Pixinguinha, Ari Barroso, Ernesto Nazareth, Pixinguinha, Ari Barroso.

À ESPERA DO SOL

"Devorei" este livro em pouco mais de 1 dia. É maravilhoso, embora desconcertante.

LOBO ANTUNES NA FLIP



O escritor português António Lobo Antunes arrancou aplausos calorosos da plateia, no noite de sábado, em conversa com o jornalista brasileiro Humberto Werneck.

Um dos maiores ficcionistas da atualidade, o autor disse estar escrevendo em Paraty, relembrou suas raízes brasileiras, falou sobre os autores de que mais gosta (especialmente os brasileiros), definiu a arte de escrever como um trabalho “impossível”.

Ao comentar sua obsessão em corrigir seus textos à exaustão, decretou: “O escritor aspira à arte total”. O autor de Arquipélago da insônia e Meu nome é legião emocionou o público ao relembrar o avô, seu homônimo, que morou em Belém do Pará, a avó, para quem escrevia (e vendia) poemas religiosos, e o pai, que lia poesia brasileira, para ele e os irmãos, antes de eles dormirem. “O Brasil para mim não é um país. São cheiros, é a comida, maneiras de viver e falar. O Brasil é uma coisa íntima”.

Lobo Antunes rememorou as leituras dos autores brasileiros do século XIX: Machado de Assis, José de Alencar, Raul Pompeia, Aluízio Azevedo. “Foi onde mamei”, disse ele. O escritor relembrou a relação com Jorge Amado e com João Ubaldo Ribeiro. “Jorge era muito terno comigo, tinha uma relação filial. Me dizia: ‘Gosto de lamber meus filhotes’.”

A leitura de poesia, para o escritor, ensina mais que a prosa. “Li os grandes poetas brasileiros. Seus livros estavam em casa: Drummond, Cabral, Bandeira, Murilo Mendes, Jorge de Lima”. Para escrever bem é preciso cortar até osso, advérbios, adjetivos, que Cortazar chamava de “essas putas”. Sobre a arte de escrever, disse que o livro é um organismo vivo e que todo grande livro é “uma reflexão profunda sobre a arte de escrever”. “Quando entra em você, ele se faz sozinho, deixa as mãos felizes.” Disse que é preciso ir até as camadas mais profundas de todas as superfícies superpostas da consciência. “Por isso gosto de escrever por cansaço.”

E ainda deu receita para escrever, aludindo ao futebol brasileiro: é preciso cabeça, para criar, e mãos para corrigir. “A cabeça cria e a mão corrige. Para quem quer ser escritor, recomendo observar Garrincha jogando. É preciso ter a cabeça de um Didi e a habilidade de um Garrincha.” E, citando Fernando Pessoa, disse que muitas vezes o escritor recebe textos prontos: “O escritor é emissário de um rei desconhecido”.
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domingo, 5 de julho de 2009

FLIP


Tenho mil coisas para falar sobre a FLIP, mas estou exausta (acabei de chegar). Deixo algumas fotos só pra matar a curiosidade.

Beijos!



quinta-feira, 2 de julho de 2009

SHOW DE ABERTURA DA FLIP




Adriana Calcanhoto marcou a abertura da FLIP com um show que colocou todo mundo pra dançar.


Além de cantar músicas próprias (como "Maresia", "Vambora" e "Mulher sem razão") e "Eu sei que vou te amar"' , de Vinicius de Moraes, ela também declamou dois poemas do mestre Manuel Bandeira ("Poética" e "Porquinho-da-índia"). E eu não pude ir...


Porquinho-da-Índia


Quando eu tinha seis anos
Ganhei um porquinho-da-índia.
Que dor de coração eu tinha
Porque o bichinho só queria estar debaixo do fogão!
Levava ele pra sala
Pra os lugares mais bonitos, mais limpinhos,
Ele não se importava:
Queria era estar debaixo do fogão.
Não fazia caso nenhum das minhas ternurinhas...
- O meu porquinho-da-índia foi a minha primeira namorada.




Poética


Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor

Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário
o cunho vernáculo de um vocábulo

Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis

Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo.

De resto nã é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar
com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de
agradar às mulheres, etc.

Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbados
O lirismo difícil e pungente dos bêbados
O lirismo dos clowns de Shakespeare

- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O POEMA QUE NÃO ESCREVI.

Remexendo em meus "guardados literários" à procura de abrigo, encontrei diversos textos que me orientaram. Um deles foi do Affonso Romano de Santana, onde o poeta magistralmente nos fala do bem maior que une tantas e tantas pessoas. Dessa conquista que não sabemos, ao certo, como ou porque começa e que, se ao fim chega um dia, nos machuca e até arranca-nos um pedaço, não de nosso corpo, esse dispensável às vezes, mas da alma: a amizade. Não há muito o que falar de "Delicadas, as amizades" sem cair cair no óbvio ou no plágio. Mas há o que se refletir sobre cada uma das linhas "desenhadas" pelo poeta. Já falei aqui que tenho mania de recorrer aos escritos em busca de carinho ou conselhos, uma vez que serão eles eternos amigos, já que tem vida própria e dizem sempre o que preciso ouvir. Tanto me castigam como me confortam. Perigosos esses amigos... Assim, quando leio que "cada amizade tem suas fragilidades" me dói o coração, pois esta frase será sempre verdadeira. E me vem um medo terrível por saber que amizades às vezes começam a ratear: porque se há algo errado, expor tal incômodo pode ser dolorido. "Como dizer o que se deve dizer sem sangue ou náusea?". Passei um instante eterno relendo essas palavras e buscando um exemplo, um único que fosse, de alguma amizade que não tivesse algo de frágil ou incômodo. Ah, poeta, como pode ser tão íntimo de minhas intimidades e saber que estou em eterna dívida com meus amigos? Com que sabedoria me mostrou que as amizades estão aí, à minha volta, pedindo por carinho e atenção, e nem sempre atenta estou. Confesso que escrevi diversas linhas que quase viraram poema para um ou outro amor. No entanto, não me lembro de já tê-lo feito para um amigo. Qualquer que fosse. Falta grave. Na maioria do que escrevi, nem precisei citar o nome de meu amor: sei que ele leria meu poema como quem se olha no espelho e veria seu rosto sutil e agressivamente refletindo. No entanto, espelhos e amores se partem com tanta facilidade. Desculpas sinceras, meus bons e poucos amigos. Tenho sido escassa, pouco presente. Mas os levo comigo no coração. Sempre.

O LIVREIRO. 1o EM PARATY, DEPOIS, POR AÍ

Quem for à Festa Literária Internacional (Flip) dificilmente deixará de conhecer O Livreiro, a rede social voltada para o universo dos livros — a mais abrangente do tipo já lançada até hoje no Brasil — que entra no ar esta quarta-feira, no endereço www.conhecaolivreiro.com.br (meus leitores queridos podem conferir também o link fixo no blog no alto à direita).
Para marcar o lançamento, O Livreiro preparou um grande mosaico, de 10 metros por seis, formado por dois mil livros, que vai estampar durante a festa o rosto de Manuel Bandeira, o homenageado da Flip 2009, na Igreja de Santa Rita, famoso cartão-postal da cidade. Os livros serão depois doados para a própria Flip, que realiza ações sociais na região.
A jornalista Joyce Jane C. Meyer, responsável pelo projeto, explica que O Livreiro está em fase experimental. Até o fim do ano, a ideia é “povoar” o novo site e aprimorá-lo, a partir do retorno dos internautas. — Mas vamos estrear já robustos. Teremos, por exemplo, um Clube do Livro comandado pelo escritor Milton Hatoum, também um dos muitos amigos do Livreiro, que vão dar dicas de leitura para os internautas. Diariamente, vamos destacar uma dessas indicações. O site não é um produtor de notícias, mas um agregador, com referências e links sobre o que sai na mídia sobre livros — conta Joyce.
Nele, será possível criar — gratuitamente — páginas pessoais, onde o internauta dará destaque aos títulos de suas preferência, e comunidades para debates. É um novo espaço de relacionamento para quem gosta de livros. — Não é um site de literatura, mas de livros. O Brasil precisa de novos leitores, e a ideia é estimular a leitura, promover a inclusão literária — afirma Joyce.
Entre os amigos de O Livreiro, além de escritores como Hatoum, Cristovão Tezza, Luis Fernando Verissimo e José Castello, haverá personalidades como o publicitário Marcello Serpa, o economista Delfim Netto, o humorista Claudio Manoel.
A base de dados é a mesma da Livraria Cultura, com 2,2 milhões de títulos. Outro parceiro é o Instituto Moreira Salles, que vai permitir o uso no site de seu acervo digitalizado. Haverá páginas de autores clássicos, listas de mais vendidos, índice de obras mais adicionadas pelos internautas. E serão feitas ações não virtuais, em diferentes cidades, para onde O Livreiro levará tendas itinerantes de doação de livros.
Nesta Flip, O Livreiro terá ainda um estande, na Tenda dos Autores, aberto a qualquer pessoa, onde um especialista produzirá retratos falados de personagens literários, tal como imaginados pelo leitor.

COMEÇA HOJE!


A 7a. edição da FLIP começa hoje. Agora me fala se não é o melhor programa do mundo um evento literário neste cenário?