quarta-feira, 1 de julho de 2009

O POEMA QUE NÃO ESCREVI.

Remexendo em meus "guardados literários" à procura de abrigo, encontrei diversos textos que me orientaram. Um deles foi do Affonso Romano de Santana, onde o poeta magistralmente nos fala do bem maior que une tantas e tantas pessoas. Dessa conquista que não sabemos, ao certo, como ou porque começa e que, se ao fim chega um dia, nos machuca e até arranca-nos um pedaço, não de nosso corpo, esse dispensável às vezes, mas da alma: a amizade. Não há muito o que falar de "Delicadas, as amizades" sem cair cair no óbvio ou no plágio. Mas há o que se refletir sobre cada uma das linhas "desenhadas" pelo poeta. Já falei aqui que tenho mania de recorrer aos escritos em busca de carinho ou conselhos, uma vez que serão eles eternos amigos, já que tem vida própria e dizem sempre o que preciso ouvir. Tanto me castigam como me confortam. Perigosos esses amigos... Assim, quando leio que "cada amizade tem suas fragilidades" me dói o coração, pois esta frase será sempre verdadeira. E me vem um medo terrível por saber que amizades às vezes começam a ratear: porque se há algo errado, expor tal incômodo pode ser dolorido. "Como dizer o que se deve dizer sem sangue ou náusea?". Passei um instante eterno relendo essas palavras e buscando um exemplo, um único que fosse, de alguma amizade que não tivesse algo de frágil ou incômodo. Ah, poeta, como pode ser tão íntimo de minhas intimidades e saber que estou em eterna dívida com meus amigos? Com que sabedoria me mostrou que as amizades estão aí, à minha volta, pedindo por carinho e atenção, e nem sempre atenta estou. Confesso que escrevi diversas linhas que quase viraram poema para um ou outro amor. No entanto, não me lembro de já tê-lo feito para um amigo. Qualquer que fosse. Falta grave. Na maioria do que escrevi, nem precisei citar o nome de meu amor: sei que ele leria meu poema como quem se olha no espelho e veria seu rosto sutil e agressivamente refletindo. No entanto, espelhos e amores se partem com tanta facilidade. Desculpas sinceras, meus bons e poucos amigos. Tenho sido escassa, pouco presente. Mas os levo comigo no coração. Sempre.

2 comentários:

  1. Querida, lindo post.
    quero dizer-te que estou adorando compartilhar a minha vida contigo e descobrir a cada dia, mais e mais as nossas afinidades. 1BeijoG

    ResponderExcluir
  2. Amei! Porque as amizades estão mesmo do nosso lado. penso que algumas nao necessitam de ser adubadas.
    Existe nela mesmo um que de maturidade para saber que não precisamos ficar no pé delas.
    Já outras...
    Com carinho
    Sou sua amiga , mesmo que apague este blog. Serei uma amiga invisivel. Pois sou invisivel para muitas.
    Com carinho Monica

    ResponderExcluir

Gostou? Comenta aí!