quinta-feira, 6 de agosto de 2009

SOBRE BEIJOS, VINHOS E DÚVIDAS.



Nestas últimas semanas deu pra fazer um monte de coisa, ir a um monte de lugar. Eram grupos e programas diferentes, mas sempre tinha uma ou duas das "Luluzinha´s".
O esperado aconteceu: uma das "Lulus" conheceu um carinha. O começo foi o de sempre: conversa pra cá, conversa pra lá e descobriram várias afinidades. Troca de telefones e, claro, uns beijos pra ter certeza de valia a pena ligar para ele. Sabe como é, um beijo revela bastante sobre a tal "química". E não é que se deram bem? Beijo com encaixe.
Durante a semana, os dois trocaram mensagens, se falaram por telefone e combinaram de se ver.
Porém, antes do encontro, bateu uma insegurança... e quando isso acontece o remédio é ouvir as amigas. Reunião urgente. Vinho e Marisa Monte para a moçoila falar sobre o rapazinho. E mais vinho e Marisa Monte para as outras darem conselhos.

- Não dá logo de cara, senão já sabe: vai virar "lanchinho" e só.
- Nada disso! Tem que experimentar: e se a cama não for boa?
- Mas ela já disse que o beijo do cara é bom pra caramba. O que custa segurar a onda e curtir mais dois ou três encontros? Fica só no beijo mesmo.
- Que isso? Que século a gente tá vivendo? Qual o problema de dormir com o cara? Ela não quer casar com ele... ou quer?

Neste momento, ela, além de insegura, ficou também confusa: dar ou não dar pro cara? Tentou abstrair a falação das amigas, cheias de boa vontade e regras sobre relacionamentos. Pensou no que ela queria: queria só ver o carinha ou tava a fim de transar com ele? Uma coisa não exclui a outra. Assim como transar com um cara recém-conhecido não exclui a possibilidade de rolar algo mais sério entre os dois. Mas será que ele pensa assim também? E se ele me achar "fácil"? Po! Mas isso é babaquice, será que ele pensa assim? É melhor voltar a ouvir as amigas.

- A gente fica dando uma de moderninha e aí, o que arruma? Carinha babaca, que só faz programa que termina em motel. Isso quando o programa não é o motel. Amiga, conselho de quem já viveu muito: se valoriza. Se faz de difícil.
- Que frase c-a-r-e-t-a! Tô boba, logo você vem com esse discurso igual da minha mãe?
- Cara, a verdade é essa, isso é milenar: modernidade é muito legal até a página 2. Homem continua gostando de mulher que se valoriza. Homem não gosta de mulher fácil. Isso é fato.
- Só porque a mulher dá pro cara no primeiro ou no segundo encontro ela é "fácil"? Não acredito que tô ouvindo isso... Antes de ela saber se quer alguma coisa com ele tem de fazer test drive, sim!
- Gente! Vocês tão me confundindo! Vou acabar não ligando pra ele nunca mais.
- Olha, você pediu minha opinião e eu tô dando: se valoriza, se faz de difícil, mostra que você não é que nem esse monte de mulher por aí, que dorme com qualquer um.
- Pois é, você pediu minha opinião e eu também dei: se tiver a fim, dorme com ele.
- Acabou o vinho, vou pegar outro.
- Aproveita e coloca aquele DVD ao vivo, aquele novo. Tá ali na estante.

E assim a reunião de grandes amigas prosseguiu. Falamos sobre outros assuntos, marcamos cinema na 6a-feira e o assunto "Dá-não-dá" não teve desfecho.


Na 6a-feira à tarde, apenas um e-mail: NÃO VOU VER O FILME. RESOLVI ARRISCAR E VER SE ELE É "QUALQUER UM", SE É MACHISTA OU ATÉ MESMO SE É O CARA GENTE BOA QUE DEMONSTROU SER NAQUELE DIA QUE NOS CONHECEMOS. TORÇAM POR MIM.


O próximo capítulo dessa história a gente já sabe qual é: AGORA QUE EU DEI, COMO DEVO AGIR? BANCO A INDIFERENTE OU MOSTRO QUE ADOREI ELE?


Mas isso é assunto para ser debatido com vinho e Marisa Monte.




2 comentários:

  1. Adorei Aline!! o teu post me lembrou um texto da Stella Florence, talvez você até já o conheça. Um abração e uma linda semana pra você.

    ****

    MULHER FÁCIL"
    Não seja uma mulher fácil, minha filha!” Nós crescemos ouvindo isso. E, como boas meninas que somos, obedecemos. Nos tornamos tão difíceis, mas tão difíceis que nos perdemos até do nosso próprio desejo.

    Quantas vezes você esteve a fim de um cara, suficientemente a fim para a noite não terminar na porta do seu prédio, mas não o chamou para subir apenas por medo de parecer uma moça fácil? Com medo de ele não te procurar de novo? Com medo do que ele iria pensar de você? Parece que estamos vivendo com medo demais.
    Então eu tenho boas e más notícias. A má notícia é que você perdeu tempo e várias oportunidades de ser feliz com essa coisa de ser difícil - difícil, em primeiro lugar, para si mesma. A boa notícia é que os homens que valem a pena não se importam com o fato de uma mulher transar ou não na primeira noite. E os que se importam, que não esqueçam de estender suas censuras a si próprios (nesse caso, só a mulher é uma pecadora irremediável?).

    Se o homem não for criança nem preconceituoso, se tiver um átomo de sensibilidade para perceber quando algo especial acontece de supetão, ele não vai te julgar depreciativamente por transar na primeira noite, nem vai deixar de ter algo sério com você baseado na velocidade com que você tirou a roupa.
    Meus amigos juram de pés juntos - não um ou dois, mas vários deles - que se o homem não procura a mulher para uma segunda noite, se ele desaparece, é porque, antes mesmo de transar, ele já não estava muito a fim dela. Não haveria uma segunda noite de qualquer maneira ou, em bom português, ele estava a fim de transar e qualquer uma servia (coisa que pode acontecer com a mulher também, embora todos saibamos que essa modalidade sexual é bem pouco nutritiva).
    E como você vai saber quando a coisa é para valer e quando não é? Aí é que está: você não vai. Por isso o único jeito é viver. É válido dar um tempo para conhecer o outro? É bom querer saber onde se está pisando? É útil se certificar de que a experiência não será uma fria completa? Sem dúvida! O que não é válido, nem bom, nem útil é podar seu desejo em nome da regra “não seja uma mulher fácil”. Essa regra arcaica só te protege, te afasta e te esconde de uma coisa: do seu próprio desejo.

    Costumam dizer que eu sou a favor do sexo na primeira noite e eu não canso de corrigir essa idéia: sou a favor do que é natural, desejado, bom para ambos, seja a castidade até o casamento ou o sexo imediato.

    O termo “dar” às vezes engasga na minha garganta. Tudo bem, eu uso, você usa, todo mundo usa, não sejamos radicais, mas pensando um pouco sobre o seu significado, parece que os homens comem e as mulheres dão, eles ganham e a gente perde. Será que é verdade? Claro que não! Sexo é troca. Ambos dão, ambos recebem, mix total de intenções, pernas e salivas. Portanto, não há um conquistador e uma conquistada, um guerreiro e uma vítima, alguém que ganha e alguém que perde. O que há são pessoas adultas que se conhecem, se sentem atraídas uma pela outra e decidem ou não passar aquela primeira noite juntos. Simples assim.

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  2. Agora que vi que já tinha comentado este post, (risos)
    beijinhos

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