Quando a Leila Ferreira, colunista da Marie Claire, me disse que falaria sobre um dos meus textos no blog "Nós, Mulheres" não imaginei a repercussão que teria.
Foi uma surpresa legal e ao mesmo tempo meio tensa, afinal, recebi vários recados. Algumas mulheres se identificaram muito com o que escrevi, outras devem ter achado que sou uma encalhada frustrada e que vivo para cuidar do corpo. Outras me deram conselhos tão carinhosos, como se fossem velhas amigas. Por essas e outras é que continuo acreditando que amizade entre mulheres existe, sim. Ok, rola muita competição, mas talvez por eu não ser competitiva vou sempre defender que mulher pode, sim, ser ótima amiga de outra mulher.
Dentre vários comentários no blog, um me chamou especial atenção porque ia de encontro ao que a maioria de nós pensa: que felizmente conquistamos nosso espaço na sociedade. Foi uma grande e amada amiga minha quem escreveu e por isso me senti muito à vontade para respondê-la. Aposto que você pensou que fui logo tomando satisfações com ela e impondo meu ponto que vista. Que nada: não sou mais assim. Depois de brigar tanto pelo que eu achava ser o certo descobri que isso não existe. E como eu tenho mais o que fazer, não vou perder tempo querendo impor minhas idéias. Deixo isso para os outros.
Bom, minha amiga escreveu, eu respondi, ela respondeu novamente e assim, por expor nossas opiniões tão distintas, tenho certeza de que estamos aprofundando nossa amizade já tão indispensável em nossas vidas. Ganharemos as duas.
Minha amiga disse que talvez as mulheres tenham perdido a essência por ter ganho novos papéis tanto dentro da família como no mercado de trabalho, enfim, na sociedade como um todo. E sabe o que percebi? Que há muito preconceito contra quem pensa igual a ela. Fiquei indignada.
Acho um desrespeito essa divisão de "times" que nos cobram. Temos de escolher um lado: ou ser "mulherzinha", que é como chamam as mulheres que optam por cuidar da casa, do marido e dos filhos, ou ser "mulher independente", que são aquelas que optam por trabalhar fora, não ter filhos ou até não se casarem. Será que não dá pra respeitar a opção? Será que não dá pra pensar que ser uma coisa ou outra é questão de dom, de perfil? Será que dá para parar de julgar?
Trabalho desde cedo, pretendo estudar muito mais do que já estudei, Já casei, já separei, adoro viajar sozinha, não quero filhos mas pretendo viver grandes amores. Aliás, quando estou apaixonada, sou "mulherzinha" total: cuido do meu homem com muito carinho. Nem por isso deixo de ser eu. Sou feliz pra caramba. Tão feliz quanto minha vizinha que não teve oportunidade de nem ao menos conhecer a Ilha de Paquetá, mas que está feliz da vida porque tem filhos lindos, bem cuidados.
É questão de diferenças nas escolhas. Não dá pra julgar quem tá certa, que tem mais chances de ser feliz. Todas temos perfis diferentes, noções diferentes do que é a felicidade.
Viva a mulher que adora cuidar da casa! Viva a mulher que viaja sozinha pra Europa. Viva a mulher que escolheu ser feliz.
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