Ontem à noite ouvi um CD do Elvis Presley. Uma música que sempre me comove e faz pensar é "Always on my mind". Toda vez que a escuto penso em alguém de quem gosto muito e aí vem uma culpa feroz porque eu sempre lembro que certamente há alguma coisa que eu gostaria de fazer ou falar para deixar essa pessoa mais feliz, ou algum conselho que eu poderia ter dado, ou mesmo um abraço, sem motivo mas cheio de sentido.
Ontem, em especial, pensei muito na minha mãe. Pensei no quanto de tempo ela dedicou/ dedica a mim e nas milhares de vezes em que eu deixei de ficar com ela para ir a qualquer lugar.
Pensei em quantas vezes ela deve ter se sentido frágil mas disfarçou bem. Nessas horas, eu sei que um abraço meu teria tornado tudo mais leve. Mas eu não dei esse abraço.
Quantos problemas ela escondeu de mim só para não me preocupar? Será que se eu fosse mais carinhosa ela teria me contado, teria confiado mais em mim?
Antes que alguém me chame de filha desnaturada, digo logo que sou o que chamam de "boa filha". Os beijos que não dei, os momentos que não dividi com ela foram por razões que não tem nada a ver com falta de amor.
Ouvir o Elvis cantando "maybe I didn´t treat you quite as good as I have should have" me deu um medo de perder a hora de dar um beijo nela, de dizer que eu adoro ser parecida com ela, embora a gente seja tão diferente.
É isso aí, mãezinha, eu gosto de saber que a melhor parte de mim foi herança sua.
Maybe I didn't treat you,
Quite as good as I should have.
Maybe I didn't love you,
Quite as often as I could have.
Little things I should have said and done,
I just never took the time.
You were always on my mind.
You were always on my mind.
Maybe I didn't hold you,
All those lonely, lonely times.
And I guess I never told you,
I'm so happy that you're mine.
If I made you feel second best,
Girl I'm sorry, I was blind.
You were always on my mind.
You were always on my mind.
Tell me.
Tell me that your sweet love hasn't died
Give me
Give me one more chance to keep you satisfied
Satisfied
Little things I should have said and done,
I just never took the time
You were always on my mind
You were always on my mind
You were always on my mind
You were always on my mind
Querida Aline,
ResponderExcluirCompartilho os mesmos anseios e dilemas quanto ao ter tratado bem nossos próximos, familiares ou não, e no eventual egoísmo que possamos ter tido uma, duas....muitas vezes no decorrer de nossas vãs e incompreensíveis - mas ainda sim deliciosas - existências, e creio que como tudo deva haver dois lados: sim, de fato fomos sim "egoístas" algumas vezes, tendo pensado primeiro em nós e deixamos de dar atenção a problemas potencialmente maiores dos outros que a dimensão por nós inicialmente dada; em outras não, dedicamos com afinco e sinceridade nossas existências e vitalidade em prol de seres, entes...ícones que ajudaram a moldar e nos fazer ser o que somos, de bom....(de ruim não, culpa do meio alheio a esses entes luminosos). Esse embate eterno entre "nosso tempo" e o "tempo compartilhado" é mais uma das inúmeras questões insolúveis, cuja solução nem a incomensurável pretensão humana sói um dia resolver. E que continue assim...