"Decido eu mesma engendrar lendas e episódios que me são atribuídos. Sempre tendo como desculpa a condição de escritora, a quem é dado o privilégio de inventar sem sofrer sanções morais". - Nélida Pinon
sexta-feira, 19 de novembro de 2010
Tem hora que é hora de zerar-se.
Tenho pensado muito em como as pessoas se perdem delas mesmas, de como se camuflam ou se apresentam de um jeito diferente do que elas realmente são. Talvez seja parte daquilo que a gente chama "viver em sociedade": é preciso inventar uma personagem e vendê-la, para ser aceito ou até para não assustar os outros.
Ainda há pouco ouvi uma canção que me arrepiou e me faz refletir toda vez que a ouço: Canto de Ossanha do (magnífico Vinícius de Moraes e do não menos sensível Toquinho):
"Quem dá mesmo não diz
O homem que diz "vou" não vai
Porque quando foi já não quis
O homem que diz "sou" não é
Porque quem é mesmo é "não sou"
O homem que diz "estou" não está
Porque ninguém está quando quer
(...)
Pergunte pro seu Orixá
Amor só é bom se doer
Vai, vai, vai, vai amar
Vai, vai, vai, vai sofrer
Vai, vai, vai, vai chorar
Vai, vai, vai, vai dizer
Que eu não sou ninguém de ir
Em conversa de esquecer
A tristeza de um amor que passou
Não, eu só vou se for pra ver
Uma estrela aparecer
Na manhã de um novo amor"
Já reparou que tem muita gente que se anuncia muito, que perde tempo dizendo que faz isso e aquilo, quando, na verdade, quem faz o que sente vontade de fazer não costuma sair por aí estampando em outdoor? Tem gente que diz "quero ser feliz", "não quero me apegar a ninguém", "não estou na fase de me envolver com ninguém". Gente, tantos planos, tantas condições... pra quê? A gente só tem que fazer uma coisa: viver. E deixar rolar: quando deixamos de querer fazer nosso destino e nos entregamos a um amor quando ele surge, somos felizes. Acho uma puta contradição dizer "eu quero mais é ser feliz", mas impormos tantas condições e exigências.Assim não aceitamos/ enxergamos o que a vida nos oferece. Às vezes de bandeja, até.
Tem tanta gente por aí economizando emoções, dizendo que quer recuperar o tempo perdido. E isso lá existe? O tempo que passou, passou. E se você o julga perdido, é pura ilusão pensar que vai recuperá-lo. O jeito é viver o novo tempo que e aproveitar o que ele oferece. Ser feliz com o que ele oferece. Mas ser feliz por inteiro e não aquela felicidade parcelada em 36x. Ser feliz é consequência disso: do que se faz com o que a vida oferece. A busca pela felicidade é caçar o que nos é importante: realizar sonhos, viver paixões, entregar-se.
Não dá pra querer ser feliz se a cabeça está cheia e condições. É preciso coragem para zerar-se e ir aonde imaginamos estar o que nos fará feliz.
Esvaziar-se de emoções passadas para encher-se de outras. Recomeçar quando o fim de algo se anuncia. Recomeçar sempre é fundamental. Exige coragem, mas quem disse que dá pra ser feliz sob o manto da covardia?
Tá infeliz no trabalho? Recomeça. Muda o jeito de fazer as tarefas diárias. Se não resolver, pede demissão. Não parcele sua felicidade. Tá infeliz no relacionamento, respira fundo, cria coragem e parte pra outra. Vai doer pra caramba no início, mas vale a pena. Não se contente com amor parcelado. Tá infeliz com os amigos? Conheça gente nova, não se deixe virar um resmungão por estar com um grupo que já não tem mais nada a ver com você.
São atitudes simples, e o simples nunca foi (e talvez nunca será) fácil. A vida não é fácil. Viver é difícil pacas. Tanto quanto sobreviver. Cada um tem suas dificuldades e a gente sabe que facilidades para não se reciclar existem aos montes.
Vai. Vai. Vai amar. Vai. Vai. Vai sofrer. Vai. Vai viver.
domingo, 7 de novembro de 2010
SOBRE FELICIDADES, SORRISOS E ALGO MAIS
Eu passei tanto tempo não sentindo nada e parece que resolvi sentir tudo, de uma vez só. É por isso que eu gosto tanto do jeito que você me olha, do jeito que você cuida de mim. Às vezes tenho medo: entrei nesse barco e você embarcou comigo. Felizes, nem ligamos para a tempestade do mundo real, das trovoadas em nossas vidas.
Aí eu me pergunto, minha amiga me pergunta, parece que ouço um monte de gente me perguntando "você não tem medo?". Sim, eu tenho, mas é só um pouco. Nada que me impeça de sorrir e achar que é melhor sentir frio na barriga do que não sentir nada.
Não esperava me ver assim, com cara de quem descobriu um segredo, de quem encontrou um brinquedo perdido. Foi surpresa boa encontrar você, meu brinquedo predileto, meu companheiro de olhos lindos, meu "abraçador" oficial.
Só não sei o que meus leitores vão achar de tantos textos sobre essa felicidade fácil, essas quase declarações meio melosas. Mas que ninguém ouse reclamar do meu momento meloso: se eu voltar a escrever meus maus humores, vocês vão me achar muito,mas muito mais chata, ok?
sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Nome pra quê?
Lembrei disso há uns minutos, pois minha amiga perguntou "afinal, vocês estão namorando?". Respondi "Não pensei nisso. Acho que é namoro, mas pode ser só compromisso. Só sei que é bom" Nao é preciso dar nome a tudo, né?
Quando duas pessoas se gostam e tem um compromisso, isso tem um nome: namoro. Ou casamento. E quando uma pessoa gosta da outra e vê que este sentimento, por si só, é um compromisso? Que nome se dá para o que estas duas pessoas estão vivendo? Sei lá, só sei que não vou perder meu tempo pensando nisso.
Mas só pra não deixar minha amiga sem resposta, eu disse: ele é meu querido e eu sou querida dele.
E entendemos, as duas, o que isso significa.
quarta-feira, 3 de novembro de 2010
SEJA BEM-VINDO, TSUNAMI.
"Assim que vi você
Logo vi que ia dar coisa.
Coisa feita pra durar,
Batendo duro no peito
Até eu acabar virando
Alguma coisa
Parecida com você.
Parecia ter saído
De alguma lembrança antiga
Que eu nunca tinha vivido,
Mas ia viver um dia.
Alguma coisa perdida
Que eu nunca tinha tido,
Alguma voz amiga
Esquecida no meu ouvido.
Agora não tem mais jeito:
Carrego você no peito,
Poema na camiseta
Com a tua assinatura.
Já nem sei se é você mesmo
Ou se sou eu que virei alguma coisa tua"
(Coisa Tua - Alice Ruiz)
sexta-feira, 22 de outubro de 2010
Frases kamikazes
Meus amigos também são ecléticos: tenho o melhor amigo para falar besteira, outro pra pedir conselho, uma amiga certinha pra ir à exposições, outra meio porralouca pra ir pra Lapa. Assim, vou dando nuances diferentes pra minha vida não ser assim tão linear.
Só tem uma coisa que não muda: um instinto eterno (e secular) de acabar com as coisas antes que se tornem “sérias”, pra valer. To falando de relacionamentos, claro. Toda vez que a coisa parece estar no caminho certo, um bichinho auto-destrutivo ou super-protetor (depende do ponto de vista ou da linha de terapia de quem quiser analisar) dá um jeito de estragar tudo.
Adquiri um talento incrível para isso: estragar as coisas virou minha especialidade. Se por um lado parece coisa de gente doida (e não é?) ao mesmo tempo vejo como o melhor jeito de não sofrer. Faço isso pra enxergar logo qual é o tamanho do cérebro do cara e quão parecido ele é com todos os outros que já estiveram no meu caderninho de telefone.
Vou te falar uma coisa: chega a ser engraçado como os homens são mesmo todos iguais. Falo isso sem mágoa ou amargura. É quase científico: experimenta falar uma das minhas frases kamikazes que você vai me dar razão. Sim, eu falo sempre as mesmas frases, mostrando assim que aprendi alguma coisa com o sexo oposto. Falo as mesmas frases para os mais diferentes caras. E a reação é sempre muito parecida: o sujeito vira praticamente um maratonista. Corre trocentos quilômetros e depois desaparece do mapa. Nem no Google eu o encontro mais.
As tais frases não expressam, necessariamente o que sinto ou o que de verdade gostaria de dizer. Confesso que é um teste meio sádico de minha parte. Eles somem mas eu dou risada. E me livro de um bobão emocionalmente imaturo.
Que frases são essas que produzem efeito tão devastador? Alguns exemplos são “A gente combina pra caramba”, “Minha mâe vai adorar te conhecer” ou “Lá é lindo. No feriado da semana que vem a gente podia ir lá”.
Muitas vezes tenho certeza de que o cara (que é até gente boa e tem um papo legal) e eu somos totalmente diferentes e também jamais teria coragem de apresentar um “Zé-Ninguém-em-potencial-na-minha-vida-amorosa” para minha família. Mas eles sempre acreditam nisso e metem o pé.
Quando vejo que a figura não me liga há 3 dias, constato, numa felicidade amarga, porém esnobe, que eu estava certíssima. O cara não era nada daquilo que falava. Sinto um misto de alívio e preguiça, pois sei que vou ter de começar do zero com outro. E eu morro de preguiça de conhecer alguém, e contar as mesmas coisas sobre mim, e esconder as mesmas coisas sobre mim, e explicar que aquela não é minha prima de verdade, que a gente é amiga há muitos anos e por isso se considera prima e... nossa! Quanta trabalheira para, depois da 1ª ou 2ª frase “Ou dá ou desce” , o cara odiar o dia que me conheceu.
Gostaria muito de conseguir mudar esse meu comportamento-padrão, mas é mais forte do que eu, é um vício, eu diria. A sensação de constatar que eu estava certa, que ele não merecia ouvir coisas tão íntimas como “passei a tarde toda pensando em você” , parece uma medalha. Acertei de novo: o alvo era a maior furada! Mas aprendi a rir disso também.
Tem uns que fingem não ter ouvido aquilo e insistem em continuar na história. Aí eu vejo que ele é mais vivido, deve pensar “vou empurrar com a barriga”. Já cheguei a pensar que esses que não desistiam da 1ª bateria de testes eram mais maduros ou, quem sabe estão mesmo a fim. Deve ser meu lado pisciano insistindo em dar as caras e me fazendo ter uns surtos românticos.
A 2ª bateria de testes consiste em dizer “você prefere menino ou menina? Eu sempre quis ser mãe de menina”, “na minha família tem muitas pessoas de olhos azuis. Quem sabe nosso filhinho também não terá?” ou “deixa a chave da sua casa comigo?”. Mesmo sendo eu a protagonista e, portanto, a que acaba ouvindo "qualquer hora a gente se vê", dou risada.
O que me deixa pau da vida é homem que já encarou um monte de mulher carente e que pegou medo de compromisso. Esses são terríveis porque eu falo "tô morrendo de saudade" e o cara "eu quero casar com você”. Falo pra ele passar lá em casa e ele entende que é pra pedir a minha mão em casamento aos meus pais, que nem moram aqui.
Muitas vezes quem ta a fim de meter o pé sou eu mesma, e uso essas granadas faladas só pra ter a certeza de que ele nunca mais vai me ligar ou me atender. E que vai me bloquear no MSN. É o jeito que encontrei de me proteger de homem medroso ou machista. Porque eu acho que um sujeito que perde o interesse só porque sabe que ali a partida já ta ganha é um machista com cérebro de ervilha. E também acho que o cara que treme de pavor por saber que eu to ficando a fim dele é um medroso. “Ficar a fim” é ficar a fim de sair, de dormir junto, de sair pra jantar. Não é ficar a fim de escolher os padrinhos ou a Igreja.
Medroso ou machista, não importa, no fundo ele é um pretensioso. É muita pretensão achar que quero ter um filho dele só porque ele me despertou um sentimentozinho à toa. É um descaramento achar que tudo bem dormir na minha cama, fumar no meu quarto, mas andar de mãos dadas na orla requer mais intimidade. Vai se catar.
Como funciona a mente de uma criatura assim? Como ele pode me enxergar tão assustadora só porque falei que lembrei dele ontem à tarde? Caramba! É tão difícil sacar que eu também tenho vários medos, e o de me envolver demais é o maior deles? Será que ele não é inteligente o bastante pra sacar que mulher também tem medo de assumir compromisso? Acho uma sacanagem me incluir na lista daquelas que querem casar a todo custo: eu já casei uma vez, agora eu quero é amar e ser amada. E ser feliz, claro. Acho uma injustiça me ver como uma louca de “trinta e uns anos” cujo relógio biológico implora por um filho: eu não quero filho, cacete. Não percebeu?
E também não adianta você me perguntar o que eu quero. Não sei, droga.
Quem sabe um dia eu aprendo a conviver bem com a rotina? Quem sabe um dia eu não pare de estragar tudo? Ou, quem sabe, existe mesmo um carinha gostoso, gente boa e que também sinta saudade de mim sem pensar em casamento, só em ser feliz?
sexta-feira, 15 de outubro de 2010
MOMENTO POESIA
DIA DO MESTRE
Fica registrada aqui minha admiração e gratidão à Tia Marina e Tereza (Literatura), Adélia (Português), Maurício (Inglês), Marita e Copinho (História) e Pedro Macário (Oficina de texto). E também àqueles que não me deram aula mas me ensinaram muito: minha avó Cininha e a querida leitora Mônica.
Sou uma eterna apaixonada pelo assunto EDUCAÇÃO e por isso valorizo tanto estes Mestres que passaram por meu caminho e me fizeram uma pessoa um pouco mais culta.
terça-feira, 12 de outubro de 2010
DIA DE FESTA II: ANIVERSÁRIO DA MINHA IRMÃ
DIA DE FESTA: SALVE NOSSA SENHORA APARECIDA
domingo, 10 de outubro de 2010
A menina sem-vergonha

Essa menina aprendeu a ler muito cedo e dizem que até hoje se sai muito melhor com as palavras escritas do que com as faladas. Deve ser porque ela escrevia muito, desde sempre. Mas não gostava tanto assim de falar.
Quando ela foi para a escola, já tinha lido todos os livros infantis e achava os colegas de classe meio burrinhos, afinal, nem sabiam escrever o nome direito. Enquanto eles aprendiam a ler um texto até o final, ela já escrevia suas próprias estórias. E coloria suas histórias, porque de vez em quando ela já achava a vida meio chata.
Uma coisa que eu não falei é que a menina sempre foi meio tímida e tinha muita vergonha de mostrar o que escrevia para outras pessoas. Às vezes ela mostrava para sua mãe, que dizia que eram as estórias mais belas do mundo. E o pai da menina achava tão bonito ver a menina lendo e escrevendo sem parar, que ele nunca mais parou de comprar livros e revistas em quadrinhos.
Um dia, a menina teve uma professora que adorava ler suas redações. Então, ela perdeu um pouco (mas só um pouco) da vergonha e escrevia bastante nas aulas dessa professora.
A menina cresceu e continuava achando lindas as palavras escritas. E por isso ela um dia criou um blog, que substituiu as folhas de papel. A menina, que já não é mais tão menina assim, continuou escrevendo e não mostrando pra ninguém. Mas um dia ela se descuidou e quando percebeu, várias pessoas viraram leitoras do blog, que era pra ser secreto.
De um dia para o outro, a menina passou a receber comentários nos textos. Na maioria das vezes eram elogios, mas ela ficava com tanta vergonha... Depois da vergonha veio a sensação de responsabilidade de agradar. Aí escrever ficou meio chato.
Demorei a perder a vergonha de dividir meus textos com outras pessoas. Mas no dia que percebi que essas “outras pessoas” não eram só leitores e sim amigos, pois entraram na minha vida de um jeito especial, tudo ficou mais fácil. Exceto escrever. Porque escrever é dolorido, é solitário e muito revelador.
Ah! A menina sou eu, tá?
E a menina aqui tem aprendido muito ao dividir suas histórias, estórias e ideias. Não consigo imaginar viver mais sem isso.
Por isso, hoje, depois de 30 mil visitas em pouco mais de 1 ano, senti uma vontade imensa de mandar um beijo bem carinhoso pra você, que me ajudou a ser meio sem-vergonha e não ter vergonha disso.
Então, aos 80 e poucos seguidores, e também aqueles que passam por aqui em silêncio, mando um abraço bem apertado e cheio de carinho. Sem vergonha nenhuma.
quarta-feira, 6 de outubro de 2010
MENINO LINDO, ENTENDA MEU SILÊNCIO DE HOJE
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
MOMENTO POESIA
Uns usam palavras curtas.
Outros usam roupa em excesso.
Existem os que jogam palavra fora.
Pior são os que usam em desalinho.
Uns usam palavras caras.
Poucos ostentam palavras raras.
Tem quem nunca troca.
Tem quem usa a dos outros.
A maioria não sabe o que veste.
Alguns sabem mas fingem que não.
E tem quem nunca
usa a roupa certa para a ocasião.
Tem os que se ajeitam bem
com poucas peças.
Outros se enrolam
em um vocabulário de muitas .
Tem gente que estraga tudo que usa.
E você, com quais palavras se veste?
Com quais palavras você se despe?
- A palavra é uma roupa /Viviane Mosé
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Dilemas de Amor / AG
Não os que derram errado,
mas aqueles desencontrados,
os não correspondidos?
Será que vão fora,
se perdem no dia-a-dia
ou estão na Aurora,
em forma de poesia?
Os amores do passado
(Dos nossos tempos de criança)
São reciclados
qual sementes de esperança?
Ontem parei e fiquei pensando
Procurei muito, procurei...
Acho que continuo amando
os amores que amei.
sábado, 18 de setembro de 2010
SEM AMIZADE E NEM CHOPE
De vez em quando o assunto acaba e a gente finge que não percebe, aí fala de coisas que já falou, pergunto quanto foi o jogo e de repente lembro de alguma coisa engraçada que a gente fez naquele dia.
Ele reclama de tédio, me fala que não faz fisioterapia há não sei quantos meses e eu digo que tá errado. Depois falo que isso é problema dele e não vou mais me meter. Mas me meto perguntando se tem feito exercício pro pulmão. Ele diz que o papo tá chato e fala que lembrou de mim outro dia. Aí eu derreto.
De vez em quando esqueço que tem coisas que não se deve perguntar e quando vi, já perguntei. "Tem saído com alguém?" E fecho os olhos (que nem retardada, confesso) com medo de ouvir que sim, que eu não faço mais parte da vida dele. Mas ele sabe que eu morro de ciúmes de quem já não é mais meu e quebra meu galho: diz que não, que não tem saído com ninguém. Derreto de novo.
De vez em quando ele some. Semanas sem nem ao menos um telefonema e eu penso que deve ter conhecido uma vadia qualquer, uma idiota qualquer que não vai entender as manias chatas dele, que eu aprendi gostar.
Eu sei que deveria reclamar do sumiço, mas, quer saber?, nem reparei que já fazia tanto tempo desde a última vez que nos vimos. Aí penso que ele tá tão presente em mim, no que eu faço, que nem deu tempo de morrer de saudade. Logo eu, que vivo morrendo de saudades.
Mas a grande verdade é que nem os sumiços ou a demora em nos ver de novo, nada disso atrapalha a gente, que não tem nem um relacionamento e nem consegue ficar mais de 1 mês sem se falar. A gente não tem nada um com o outro. Nem um pau há entre nós dois. E olha que não sou daquelas que acreditam que dá pra viver numa boa sem um bom sexo.
Tem gente que acha que dá pra ter um "pinto amigo", que é aquele amigo que te liga de vez em quando, que vem na nossa casa todo cheirosinho, só pra dar uma trepadinha e vai embora me deixando com um sorriso feliz no rosto.
Ok, confesso que com esse "tem gente" aí de cima eu quis dizer: eu acho que dá pra ter um amigo e transar de vez em quando com ele sem esperar que ele me ligue no dia seguinte. Mas a verdade é que de um tempo pra cá ando romântica e descobri que dá pra viver um tempo sem pau. Sem homem, nunca. Mas sem pau dá pra viver. Pelo menos por um tempo. Eu acho.
Tenho preferido ele, que me liga e me faz esquecer o resto do mundo naquelas duas horinhas em que somos amigos e às vezes falamos que nem dois namoradinhos. Namorados que se cuidam bem mas ainda não foram pra cama. Volto a ter 16 anos. Eita tempo bom aquele: beijo na boca, de vez em quando uma mão mais ousada e só. Afinal, tá cedo pro resto. E o resto, no caso, é sexo. Tem hora que é cedo pro sexo.
Com ele eu tenho 15, 16 anos, sou virgem e só vou deixar de sê-lo quando tiver certeza de que apareceu o homem certo. E todo mundo sabe que o homem certo não aparece nunca. Então, aproveito pra curtir e falar com ele por telefone sem pressa de dar pra ninguém.
Ele me liga sempre na hora da novela mas eu não tô nem aí. Ele me faz morrer de rir, diz que minha voz é bonita por telefone e que um dia vai me chamar pra tomar um chopp num bar super transado, aqui pertinho de casa. E eu não vou a esse bar com nenhum outro cara do mundo, porque este bar tá reservado pra eu ir com ele. Um dia.
Se eu contar, ninguém acredita, mas curto muito tudo o que ele faz pra mim. É praticamente nada, mas é pra mim, e mulher gosta dessas coisas de exclusividade. Me derreto.
Não que eu fique na janela esperando o telefone tocar, tenho lá minhas recaídas por um ex que me visita de vez em quando. Mas com ele tudo é mais legal, porque eu sei que não vai doer. Não vou chorar por ele. Não vou ter um ataque de ciúmes se o vir com uma vadia qualquer num bar qualquer da Lapa. Não existiu pau entre nós dois, portanto, não vai havar o sentimento de posse e nem aquela vozinha no ouvido "desgraçado, me comeu e agora tá aí com essa biscate".
Mulher não segura a onda de ver outra ao lado do dono do pau que passou duas horas com ela, bricando na cama (ou no sofá, ou no chuveiro, ou sei lá onde mais), chamando de gostosa e dizendo "ai, que delícia" . Sente logo vontade de tomar satisfação, xingar e puxar os cabelos da vaca. E não adianta insistir: não conto se já fiz isso e nem quantas vezes desejei ter feito. Eu não desço do salto e não conto minhas derrotas.
Não adianta que não vou falar nada dessas intimidades cheias de fluídos e sons. Comecei falando dele, que diz que não é meu amigo mas me liga e diz que me adora, mas não me chama nem prum chope sábado à noite. Um chato, como pode se ver.
domingo, 12 de setembro de 2010
ANIVERSÁRIO DA MULHER DA MINHA VIDA
Mãe, na falta de palavras mais exatas, recorro à poesia do Rei Roberto. Te amo.
Tenho às vezes vontade de ser
Novamente um menino
E na hora do meu desespero
Gritar por você
Te pedir que me abrace
E me leve de volta pra casa
E me conte uma história bonita
E me faça dormir
Só queria ouvir sua voz
Me dizendo sorrindo
Aproveite o seu tempo
Você ainda é um menino
Apesar de distância e do tempo
Eu não posso esconder
Tudo isso eu às vezes preciso escutar de você
Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conta uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura
Quantas vezes me sinto perdido
No meio da noite
Com problemas e angústias
Que só gente grande é que tem
Me afagando os cabelos
Você certamente diria
Amanhã de manhã você vai se sair muito bem
Quando eu era criança
Podia chorar nos seus braços
E ouvir tanta coisa bonita
Na minha aflição
Nos momentos alegres
Sentado ao seu lado, eu sorria
E, nas horas difíceis
Podia apertar sua mão
Lady Laura, me leve pra casa
Lady Laura, me conta uma história
Lady Laura, me faça dormir
Lady Laura
Tenho às vezes vontade de ser
Novamente um menino
Muito embora você sempre acha que eu ainda sou
Toda vez que eu te abraço e te beijo
Sem nada dizer
Você diz tudo que eu preciso
Escutar de você...
sábado, 11 de setembro de 2010
Eu não sei esperar. Eu não acredito em bruxo.
Eu que já não sentia saudade, sinto falta de deitar com você e de me perder em você.
Eu não sei se minha vida tem a ver com a sua e não vou perder meu tempo pensando nessas coisas que as cartas de algum tarot podem me responder. Eu não acredito em pra sempre e desprezo o que dizem os bruxos.
Eu, que quero sempre tanto, não vou pra janela esperar um novo amor: há amor demais onde estou. Eu estou em você.
Minha natureza é sozinha, preciso de momentos que são só meus e disso não abro mão. E não abro mão de te querer. Eu te procuro demais. Eu me precipito demais. Eu me mostro demais. Eu te quero demais.
Não vou deixar o tempo te trazer: eu não sei esperar. Minhas palavras mal contidas não te servem e nem me servem mais.
Eu não sei fingir ter calma, olhar você ir e não voltar. Eu não sei ver você ir embora de mim. A vontade me apressa e vai me fazer gritar seu nome, feito louca, movida pela minha razão. Quem sabe assim você olha pra mim.
Não escondo a vontade, eu já esperei demais. Vou chegar na sua casa, tarde da noite, fazer barulho na sua porta, sem roupa e sem juízo: quem sabe assim você olha pra mim.
sexta-feira, 10 de setembro de 2010
Confio no outro. Sempre.
Eu só me importo com o que fazem comigo, com meu coração ou com minha alma. Porque não me escondo e assim estou exposta. Sou presa fácil, mas me recuso a desconfiar do próximo. Confio no outro como um menino confia no pai.
A REFORMA ORTOGRÁFICA EXPLICADINHA

No livro, os personagens da Turma da Mônica explicam as novas regras ortográficas da lingua portuguesa de maneira divertida, através de versinhos e lindas ilustrações. E mostram quais outros países também falam o português.
Aliás, vocês sabem que países também têm o Português como língua oficial?
* Portugal;
* Ilha da Madeira:
* Arquipélago dos Açores;
* Brasil;
* Moçambique;
* Angola;
* Guiné-Bissau;
*Cabo Verde e
* São Tomé e Príncipe.
Existem ainda lugares que utilizam a língua de forma não oficial, assim o idioma é falado por uma restrita parcela da população, são eles: Macau, Goa (um estado da Índia) e Timor Leste na Oceania. (fonte: Mundo Educação)
Obrigada à Ny pela dica, que repasso a vocês.
quinta-feira, 9 de setembro de 2010
Passos/ AG
Quando passa na calçada
nunca passa em branco espaço.
Há sempre um
"não sei o quê"
que, se não passa despercebido,
passa pela emoção.
Hoje (e talvez sempre!)
se passo próximo de um amor passado,
acho graça,
acho engraçado.
Fico embaraçado.
terça-feira, 7 de setembro de 2010
Mulheres comuns que vestem manequim GG assumem papel de Top Model no Dia de Modelo promovido pelo Blog Mulherão
Encontro de 15 gordinhas acontece em um estúdio no bairro do Botafogo no dia 25 de setembro, sábado. Muito sutiã bordado, plumas e autoestima e a presença da consagrada modelo plus size Andrea Boschim
Dia 25 de setembro acontece no Rio de Janeiro a terceira edição do Dia de Modelo Plus Size promovido pelo Blog Mulherão. A proposta do evento é reunir 15 mulheres comuns, que usam do manequim 44 ao 56, para uma sessão de fotos que inclui cliques de lingerie e plumas.
