segunda-feira, 6 de julho de 2020

Homem não gosta de mulher fácil (?)


Minha amiga conheceu um carinha. Até aí, tudo bem: quase toda semana uma isso acontece com uma de nós. 

O enredo foi o de sempre: conversa pra cá, conversa pra lá, descobriam várias afinidades, trocaram telefones e, claro, uns beijos - pra ter certeza de valia a pena ligar para ele. Sabe como é, um beijo revela bastante sobre a tal "química". 

Beijo aprovado e, durante a semana, os dois trocaram mensagens, se falaram por telefone e combinaram de se ver.

E, claro, antes do encontro, bateu uma insegurança... Bem, quando isso acontece o remédio é ouvir as amigas. Reunião urgente! 

Vinho e Marisa Monte para a moçoila falar sobre o rapazinho. E mais vinho e Marisa Monte para os conselhos.

- Não dá logo de cara, senão já sabe: vai virar "lanchinho" e só.
- Nada disso! Tem que experimentar: e se a cama não for boa?
- Mas ela já disse que o beijo é bom pra caramba. O que custa segurar a onda e curtir mais dois ou três encontros? Fica só no beijo mesmo, vai por mim: segura a perereca!
- Que isso? Que século a gente tá vivendo? Qual o problema de finalizar? Ela não quer casar com ele... ou quer?

Neste momento, ela, além de insegura, ficou também confusa: dar ou não dar? Tentou abstrair a falação das amigas, cheias de boa vontade e regras sobre relacionamentos. Deveria "segurar a onda", se fazer de "difícil" ou curtir? O que realmente ela quer: criar intimidade aos poucos ou se jogar de cabeça? Risco sempre há de existir: se se fizer de difícil periga ganhar fama de "fazer doce"; por outro lado, 
transar de cara com um recém-conhecido pode lhe valer o rótulo de "disponível". Ok, eu conheço, você conhece, muita gente conhece um casal que foi pra cama sem nem saber o sobrenome um do outro e hoje estão juntos e felizes. Mas as "estatísticas informais" (também conhecidas como "bom e velho conselho da minha avó") mostram que... 

- A gente fica dando uma de moderninha e aí, o que arruma? Carinha babaca, que só faz programa que termina em motel. Isso, quando o programa não é o motel em si. Amiga, conselho de quem já viveu muito: se valoriza. Se faz de difícil.
- Que frase ca-re-ta! Tô boba, logo você vem com esse discurso?
- Gata, a verdade é essa, isso é milenar: modernidade é muito legal até a página dois. Homem continua gostando de mulher que se valoriza. Homem não gosta de mulher fácil. Isso é fato.
- Só porque a mulher dá pro cara no primeiro ou no segundo encontro ela é "fácil"? Não acredito que tô ouvindo isso... Antes de ela saber se quer alguma coisa com ele tem de fazer test drive, sim!
- Gente! Vocês tão me confundindo! Vou acabar não ligando pra ele nunca mais.
- Olha, você pediu minha opinião e eu tô dando: se valoriza, se faz de difícil, mostra que você não é que nem esse monte de mulher por aí, que dorme com qualquer um.
- Pois é, você pediu minha opinião e eu também dei: libera a periquita e seja feliz.
- Acabou o vinho, vou pegar outro.
- Aproveita e coloca aquele DVD ao vivo, aquele novo. Tá ali na estante.


E assim a reunião de grandes amigas prosseguiu. Falamos sobre outros assuntos, marcamos cinema na 6a-feira e o assunto "Dá-não-dá" não teve desfecho.

Na 6a-feira à tarde, apenas um e-mail: NÃO VOU AO CINEMA COM VOCÊS. VOU ARRISCAR E VER QUAL É. 

Segunda-feira de manhã, outro e-mail: NÃO DEI E ELE NÃO ME LIGOU. TÔ PÉSSIMA.

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