Meses sem nada acontecer e, de repente, num domingo à noite, fim de feriado - momento ideal para continuar não acontecendo nada - dou de cara com você. E você passa batido, finge que não me conhece e se mistura aos outros tantos turistas babacas que vieram encher minha terra de latinhas de cerveja e tirar os lojistas do sufoco. Seu olhar de "não te conheço" foi um tanto babaca, coisa de homem, sabe? De homem que não tem culhão e não suporta um confronto.
Já eu, que tenho coração até nos meio das pernas e a cabeça cheia de traumas e discursos decorados, vivenciei aqueles segundos eternos com a dor típica dos desprezados. Todos os meus corações se partiram: o coração dos antigos amores (porque obviamente você estava acompanhado), o coração dos amores mal terminados, mas principalmente o coração dos amigos que foram importantes para mim.
Segundos estranhos e muito confusos. De desprezo, rancor, suposições e perguntas. Tudo junto e misturado. O típico meu jeitão esquisito de ser e sentir. Sem lágrimas, por favor.
Que bom que não escutei o Dr.Drauzio e não larguei meu vício. Aliás, ele me ajudou a viver os minutos, as horas e os dias pós-"fingir que não me conhece".
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